Pesquisa de mestrado da UDESC registra e organiza a memória do Quilombo Vidal Martins em Florianópolis (SC)

Detalhes bibliográficos
Principais autores: Giulia Engel Accorsi, Kariane Regina Laurindo
Formato: Online
Publicado em: 2023
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=28252
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abstract A presente pesquisa busca registrar e organizar as histórias e memórias que pertencem à primeira comunidade remanescente de quilombos localizada na cidade de Florianópolis (SC) e reconhecida pela Fundação Palmares, em 2013, o Quilombo Vidal Martins.
coverage Pesquisas como a aqui apresentada são muito importantes para compreendermos a importância histórica, social, cultural, econômica e política que as comunidades tradicionais possuem no processo de construção do Brasil enquanto país. Por séculos as trajetórias desses coletivos foram deixadas de lado, quando não colocadas de propósito em esquecimento. Esse apagamento gera muitas consequências ruins, porque torna invisível a situação de vulnerabilidade socioeconômica e cultural na qual eles vêm sendo colocados desde que surgiram. Na comunidade Vidal Martins, por exemplo, vivem atualmente mais de 30 famílias, confinadas a um espaço de 900 metros quadrados, sem acesso a saneamento básico, saúde, educação e moradia de qualidade. O direito à terra e ao reconhecimento por parte da sociedade mais ampla e do poder público são aspectos imprescindíveis no processo de retiradas dos coletivos tradicionais dessas condições de vida precárias. Assim, estudos como esse buscam, entre outras coisas, informar e chamar atenção da população brasileira para a importância de se combater o esquecimento, o apagamento e invisibilização dessas comunidades, garantindo que seus membros tenham acesso a direitos básicos. Além disso, a pesquisa ajuda a garantir que essas comunidades tenham um espaço de registro para suas histórias, porque, entre outras coisas, são esses registros que provam e legitimam seu direito pela terra. Por fim, a investigação vem contribuindo para a divulgação de perspectivas antirracistas, imprescindíveis na construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária. A autora continua buscando relacionar o material organizado com outras fontes de informação, enriquecendo o registro da história da comunidade. As contribuições de outras áreas do conhecimento também estão no horizonte do estudo, pois ajudarão a dar ainda mais visibilidade às pautas dos coletivos tradicionais e tornarão mais ricas as análises sobre eles. Também se espera que a pesquisa sirva de inspiração para outros trabalhos sobre o Quilombo Vidal Martins.
Essa pesquisa faz parte da dissertação de mestrado intitulada “Informação e memórias que resistem: Quilombo Vidal Martins em Florianópolis”, defendida no Programa de Pós-Graduação em Gestão de Unidades de Informação da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em 2021. Nela, a autora Kariane Regina Laurindo, busca registrar e organizar histórias e memórias do Quilombo Vidal Martins. Ele foi a primeira comunidade quilombola localizada na cidade de Florianópolis (SC) a ser reconhecida pela Fundação Palmares, em 2013. O trabalho reuniu diferentes narrativas produzidas pelos moradores do lugar, que falam sobre a vida em comunidade, trazendo temáticas como a chegada dos africanos escravizados a essa região, o grupo que fundou essa resistência quilombola, os laços familiares que se formaram ao longo do tempo e as atividades cotidianas do quilombo. A pesquisa buscou criar um registro físico da memória dessa coletividade, além de ampliar o foco de uma luta muito importante: a demarcação das terras do quilombo. Esse é um direito das culturas tradicionais, o qual segue, frequentemente, sendo ignorado pelos demais membros da sociedade e pelas autoridades brasileiras competentes. No caso do Quilombo Vidal Martins, uma série de empecilhos vem sendo colocados para o reconhecimento de que esse território pertence a essa população, que vive nele há muitos séculos. Esse cenário de descaso mostra claramente que a ideia da existência de uma democracia racial no Brasil é falsa. Infelizmente, nós não somos uma sociedade livre de preconceitos, na qual brancos e não-brancos vivem em condições de igualdade. Nesse sentido, o estudo também contribuiu para a diminuição do apagamento desses coletivos, pois seu principal objetivo foi produzir um material capaz de alcançar cada vez mais pessoas interessadas em conhecer e se aprofundar na história das comunidades quilombolas tradicionais, de suas lutas e em entender a imensa importância que elas tiveram, e ainda têm, no processo de construção do Brasil que temos hoje.
A metodologia utilizada nesta pesquisa vem de uma subárea da História chamada de História Oral. Em linhas gerais, o campo da História Oral produz estudos que se baseiam em relatos orais dados por pessoas que tem conhecimento sobre o tema da pesquisa. As entrevistas, por exemplo, são uma das formas mais usadas para se coletar dados para esse tipo de investigação. Esta pesquisa sobre o Quilombo Vidal Martins foi feita com base em metodologias da História Oral, porque utilizou relatos concedidos por membros da comunidade tradicional na forma de entrevistas. Essas entrevistas foram transcritas, analisadas e registradas na forma de um dossiê, que está disponível online e tem acesso gratuito. Assim, qualquer pessoa que se interesse e/ou queira saber mais sobre a história desse quilombo poderá conhecer relatos de diversos de seus moradores. A pesquisadora também coletou dados em fontes históricas impressas, encontradas em igrejas, cartórios e arquivos públicos, como certidões de batismo, casamento e óbito e de matérias jornalísticas publicadas nos séculos XIX, XX e XXI. Além do dossiê com as entrevistas, a pesquisadora Kariane também construiu uma árvore genealógica dos principais membros das famílias que viveram no Quilombo Vidal Martins e de outros personagens que fizeram parte da sua história. Essa árvore consiste em uma outra estratégia de documentação do passado dessa comunidade e das trajetórias de vida de seus membros, a fim de que elas fiquem registradas e sejam preservadas para o futuro.
publishDate 2023
publishDateFull 2023-09-27
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Na comunidade Vidal Martins, por exemplo, vivem atualmente mais de 30 famílias, confinadas a um espaço de 900 metros quadrados, sem acesso a saneamento básico, saúde, educação e moradia de qualidade. O direito à terra e ao reconhecimento por parte da sociedade mais ampla e do poder público são aspectos imprescindíveis no processo de retiradas dos coletivos tradicionais dessas condições de vida precárias. Assim, estudos como esse buscam, entre outras coisas, informar e chamar atenção da população brasileira para a importância de se combater o esquecimento, o apagamento e invisibilização dessas comunidades, garantindo que seus membros tenham acesso a direitos básicos. Além disso, a pesquisa ajuda a garantir que essas comunidades tenham um espaço de registro para suas histórias, porque, entre outras coisas, são esses registros que provam e legitimam seu direito pela terra. Por fim, a investigação vem contribuindo para a divulgação de perspectivas antirracistas, imprescindíveis na construção de uma sociedade verdadeiramente igualitária. A autora continua buscando relacionar o material organizado com outras fontes de informação, enriquecendo o registro da história da comunidade. As contribuições de outras áreas do conhecimento também estão no horizonte do estudo, pois ajudarão a dar ainda mais visibilidade às pautas dos coletivos tradicionais e tornarão mais ricas as análises sobre eles. Também se espera que a pesquisa sirva de inspiração para outros trabalhos sobre o Quilombo Vidal Martins. Essa pesquisa faz parte da dissertação de mestrado intitulada “Informação e memórias que resistem: Quilombo Vidal Martins em Florianópolis”, defendida no Programa de Pós-Graduação em Gestão de Unidades de Informação da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC), em 2021. Nela, a autora Kariane Regina Laurindo, busca registrar e organizar histórias e memórias do Quilombo Vidal Martins. Ele foi a primeira comunidade quilombola localizada na cidade de Florianópolis (SC) a ser reconhecida pela Fundação Palmares, em 2013. O trabalho reuniu diferentes narrativas produzidas pelos moradores do lugar, que falam sobre a vida em comunidade, trazendo temáticas como a chegada dos africanos escravizados a essa região, o grupo que fundou essa resistência quilombola, os laços familiares que se formaram ao longo do tempo e as atividades cotidianas do quilombo. A pesquisa buscou criar um registro físico da memória dessa coletividade, além de ampliar o foco de uma luta muito importante: a demarcação das terras do quilombo. Esse é um direito das culturas tradicionais, o qual segue, frequentemente, sendo ignorado pelos demais membros da sociedade e pelas autoridades brasileiras competentes. No caso do Quilombo Vidal Martins, uma série de empecilhos vem sendo colocados para o reconhecimento de que esse território pertence a essa população, que vive nele há muitos séculos. Esse cenário de descaso mostra claramente que a ideia da existência de uma democracia racial no Brasil é falsa. Infelizmente, nós não somos uma sociedade livre de preconceitos, na qual brancos e não-brancos vivem em condições de igualdade. Nesse sentido, o estudo também contribuiu para a diminuição do apagamento desses coletivos, pois seu principal objetivo foi produzir um material capaz de alcançar cada vez mais pessoas interessadas em conhecer e se aprofundar na história das comunidades quilombolas tradicionais, de suas lutas e em entender a imensa importância que elas tiveram, e ainda têm, no processo de construção do Brasil que temos hoje. A metodologia utilizada nesta pesquisa vem de uma subárea da História chamada de História Oral. Em linhas gerais, o campo da História Oral produz estudos que se baseiam em relatos orais dados por pessoas que tem conhecimento sobre o tema da pesquisa. As entrevistas, por exemplo, são uma das formas mais usadas para se coletar dados para esse tipo de investigação. Esta pesquisa sobre o Quilombo Vidal Martins foi feita com base em metodologias da História Oral, porque utilizou relatos concedidos por membros da comunidade tradicional na forma de entrevistas. Essas entrevistas foram transcritas, analisadas e registradas na forma de um dossiê, que está disponível online e tem acesso gratuito. Assim, qualquer pessoa que se interesse e/ou queira saber mais sobre a história desse quilombo poderá conhecer relatos de diversos de seus moradores. A pesquisadora também coletou dados em fontes históricas impressas, encontradas em igrejas, cartórios e arquivos públicos, como certidões de batismo, casamento e óbito e de matérias jornalísticas publicadas nos séculos XIX, XX e XXI. Além do dossiê com as entrevistas, a pesquisadora Kariane também construiu uma árvore genealógica dos principais membros das famílias que viveram no Quilombo Vidal Martins e de outros personagens que fizeram parte da sua história. Essa árvore consiste em uma outra estratégia de documentação do passado dessa comunidade e das trajetórias de vida de seus membros, a fim de que elas fiquem registradas e sejam preservadas para o futuro. Informação e memórias que resistem: Quilombo Vidal Martins em Florianópolis A presente pesquisa busca registrar e organizar as histórias e memórias que pertencem à primeira comunidade remanescente de quilombos localizada na cidade de Florianópolis (SC) e reconhecida pela Fundação Palmares, em 2013, o Quilombo Vidal Martins. 2023-09-27 https://www.udesc.br/arquivos/faed/id_cpmenu/5641/DISSERTA__O_KARIANE_REGINA_LAURINDO_BU_16430451947267_5641.pdf Ciências Sociais Aplicadas Accorsi (2023) A metodologia utilizada nesta pesquisa vem de uma subárea da História chamada de História Oral. Em linhas gerais, o campo da História Oral produz estudos que se baseiam em relatos orais dados por pessoas que tem conhecimento sobre o tema da pesquisa. As entrevistas, por exemplo, são uma das formas mais usadas para se coletar dados para esse tipo de investigação. Esta pesquisa sobre o Quilombo Vidal Martins foi feita com base em metodologias da História Oral, porque utilizou relatos concedidos por membros da comunidade tradicional na forma de entrevistas. Essas entrevistas foram transcritas, analisadas e registradas na forma de um dossiê, que está disponível online e tem acesso gratuito. Assim, qualquer pessoa que se interesse e/ou queira saber mais sobre a história desse quilombo poderá conhecer relatos de diversos de seus moradores. A pesquisadora também coletou dados em fontes históricas impressas, encontradas em igrejas, cartórios e arquivos públicos, como certidões de batismo, casamento e óbito e de matérias jornalísticas publicadas nos séculos XIX, XX e XXI. Além do dossiê com as entrevistas, a pesquisadora Kariane também construiu uma árvore genealógica dos principais membros das famílias que viveram no Quilombo Vidal Martins e de outros personagens que fizeram parte da sua história. 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