Nise da Silveira

A médica e psiquiatra Nise Magalhães da Silveira teve sua vida marcada pelos estudos sobre o comportamento humano e o tratamento de patologias psicológicas, como a esquizofrenia. Discípula de Carl Gustav Jung, Nise revolucionou a maneira de tratar os doentes mentais, utilizando técnicas artísticas -...

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Formato: Online
Publicado em: 2019
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/historia-das-ciencias/cientista?item_id=27245
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Resumo:A médica e psiquiatra Nise Magalhães da Silveira teve sua vida marcada pelos estudos sobre o comportamento humano e o tratamento de patologias psicológicas, como a esquizofrenia. Discípula de Carl Gustav Jung, Nise revolucionou a maneira de tratar os doentes mentais, utilizando técnicas artísticas - pintura e desenho - como terapia. Foi pioneira na pesquisa das relações emocionais entre pacientes e animais, e defendia o fim de tratamentos tradicionais, como o eletrochoque, o uso de drogas e o confinamento clínico. Nascida em Maceió-Alagoas-em 15 de fevereiro de 1905, Nise ingressou na Faculdade de Medicina de Salvador, em 1921, sendo a única mulher de sua turma, bem como uma das primeiras médicas do Brasil. Em 1933, passou num concurso público para o “Serviço de Assistência a Psicopatas e Profilaxia Mental” no Hospital Pedro II, Rio de Janeiro. Ficou presa por mais de um ano, denunciada por manter em sua biblioteca livros considerados subversivos. No presídio, conviveu com o escritor Graciliano Ramos, que narrou essa amizade em seu livro “Memórias do Cárcere”. Por discordar dos tratamentos tradicionais, foi transferida para a Seção de Terapia Ocupacional, que se resumia a tarefas de limpeza e manutenção do hospital. Lá revolucionou o tratamento clínico dos pacientes ao criar ateliês de pintura e modelagem. As obras de seus “clientes” comprovaram as teorias de Jung sobre o inconsciente coletivo. No Rio de Janeiro, em 1952, fundou o Museu do Inconsciente para abrigar este acervo e, em 1956, a Casa das Palmeiras, um centro de reabilitação para pacientes egressos de hospitais psiquiátricos. Em 1961, foi chamada a Brasília pelo presidente Jânio Quadros para apresentação de um plano de desenvolvimento da terapêutica ocupacional nos hospitais psiquiátricos federais. Ganhou o prêmio Mério da Ordem Cultural. Faleceu em 30 de outubro de 1999, aos 93 anos.