Coral invasor ameaça a biodiversidade marinha brasileira

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Autor principal: Joel Creed
Formato: Online
Publicado em: 2016
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=26625
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abstract O estudo tem como finalidade conservar a biodiversidade marinha brasileira por meio do controle do coral-sol, minimizando os seus impactos ambientais e socioeconômicos, promovendo a recuperação dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade ecológica.
coverage As espécies exóticas invasoras representam uma das maiores ameaças ao equilíbrio da natureza e são consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade, ficando atrás somente da destruição dos habitats. As incertezas em torno da chegada e do estabelecimento de espécies exóticas sempre é alvo de grande preocupação da comunidade científica. As espécies de coral-sol apresentam uma história evolutiva muito distinta das espécies de coral nativas do Brasil, que confere àquelas vantagens competitivas. Uma vez estabelecido, o coral-sol é capaz de ser o primeiro a ocupar os espaços vazios e de expulsar organismos nativos do costão rochoso. Assim, ele reduz a biodiversidade e a complexidade estrutural do ecossistema. O impacto ambiental é difícil de ser previsto, mas pode alcançar a esfera socioeconômica em comunidades litorâneas dependentes dos recursos providos pelo ambiente marinho. Os resultados de 15 anos de pesquisa mostram a séria ameaça que o coral-sol representa aos ecossistemas costeiros brasileiros. Os pesquisadores comprovaram que ele é um invasor eficiente, com rápido crescimento e com estratégias de reprodução que maximizam seu potencial de consolidação, além de baixas taxas de mortalidade. Suas populações vêm aumentando drasticamente, tanto em escala regional quanto nacional, invadindo novos ambientes. O coral-sol é bastante tolerante às variações físico-químicas da água e dos substratos, sendo capaz de modificar seu próprio ambiente, potencializando e promovendo sua permanência. Além disso, a espécie produz substâncias químicas nocivas à fauna e à flora nativa. O Projeto Coral-Sol é a primeira iniciativa de erradicação de organismos exóticos marinhos no Brasil. O cenário é preocupante e muitos são os desafios ambientais e socioeconômicos na recuperação das áreas impactadas. Todos os dados e conhecimentos gerados pelo projeto, ao longo dos anos, são armazenados no Banco Nacional de Registro e Manejo do Coral-Sol, de maneira que possam ser compartilhados por outros pesquisadores e utilizados na formulação de políticas públicas para controle da invasão pelo coral-sol no Brasil e na elaboração de uma legislação específica para biossegurança.
No final da década de 1980, foram encontradas duas espécies de coral, nativas dos oceanos Índico e Pacífico, em plataformas de petróleo no estado do Rio de Janeiro, provavelmente advindas do Golfo do México. Já na década de 1990, aconteceu o que a comunidade científica temia: os visitantes indesejados, batizados de coral-sol por conta da sua aparência, foram detectados nos costões rochosos da Baía da Ilha Grande. O coral-sol também foi encontrado no casco do navio Cavo Artemidi, naufragado em Salvador na década de 80. Nos anos seguintes, foram feitas novas investigações sobre essas espécies invasoras. Os resultados demonstraram que por detrás da beleza do coral-sol, esconde-se um grande perigo à biodiversidade dos ecossistemas costeiros do Brasil. Os pesquisadores descobriram que o coral-sol é um invasor eficiente, tem rápido crescimento e vantagens competitivas em relação aos organismos nativos. Ele multiplica-se duas a três vezes mais do que as espécies nativas e cada colônia pode liberar cerca de 5 mil larvas por ano. A vida marinha praticamente desaparece onde o coral-sol instala-se. Em todo o mundo, a invasão de ambientes naturais por espécies exóticas é preocupante, porque pode causar desequilíbrio na fauna e flora nativas, perda de biodiversidade, extinções de espécies, além de prejuízos econômicos e sociais. Diante da invasão do coral-sol, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Ecologia Marinha Bêntica, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), começou, no ano 2000, a investigar sua biologia e sua ecologia. Em 2006, um dos pesquisadores, Joel Creed, e sua colaboradora, Alline de Paula, elaboraram o Projeto Coral-Sol para dar continuidade às pesquisas e propor ações de manejo dos corais invasores. O projeto tem como missão conservar a biodiversidade marinha brasileira por meio do controle do coral-sol, minimizando os seus impactos ambientais e socioeconômicos, promovendo a recuperação dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade ecológica, econômica e social das regiões afetadas. A prevenção, a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras que possam afetar a biodiversidade são objetivos da Política Nacional de Biodiversidade.
Coral-Sol
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São duas as espécies de coral que invadiram a costa litorânea brasileira, a Tubastraea coccinea e a Tubastraea tagusensis, ambas identificadas como coral-sol. O projeto propõe medidas para melhorar o gerenciamento dos impactos dessa ‘bioinvasão’ e evitar que o coral-sol se espalhe para outras localidades: monitoramento, pesquisa, recuperação de ecossistemas, geração de renda, capacitação de colaboradores e educação ambiental. O monitoramento da distribuição do coral-sol é um ponto chave para definir a estratégia de controle. Sem uma avaliação precisa da abrangência geográfica do problema e da densidade de colônias, seria impossível planejar ações eficazes de retirada dessas colônias. Para realizar o monitoramento, os pesquisadores promovem observações subaquáticas e estimam a densidade do coral-sol em diversos pontos de mergulho por meio da Escala DAFOR, um método que oferece avaliações tanto qualitativas quanto quantitativas. A pesquisa científica é a base de sustentação de todo o projeto. Além dos dados de distribuição gerados pelo monitoramento, diversos experimentos vêm sendo realizados a fim de elucidar questões importantes sobre a biologia do coral-sol e as características que o torna um invasor bem sucedido no Brasil. Algumas dessas investigações buscam entender a reprodução, a interação competitiva com outros organismos do costão (nativos e exóticos) e os efeitos de parâmetros abióticos (temperatura da água, salinidade, correntes marítimas, insolação, profundidade) sobre a sobrevivência do coral-sol. Com base nos dados de monitoramento e de pesquisa, também é feita a recuperação ecossistêmica pela remoção do coral-sol dos costões rochosos. Quando se trata de espécie exótica invasora, o tempo de reação é muito importante: quanto maior a demora em agir, menor será a probabilidade de erradicação. Na baía da Ilha Grande, por exemplo, onde se estima que haja mais de 3 milhões de colônias, os pesquisadores já não visam erradicar o coral-sol, mas sim conter a sua expansão, uma estratégia conhecida como ‘slow the spread’. Em pequenas populações mais constritas, no entanto, esperam erradicá-lo. Como a equipe do projeto não tem meios para vigiar os 8.500 quilômetros de costa do país, criou um canal de registros de ocorrência do coral-sol em ambiente natural. Pensando nas pequenas comunidades litorâneas, os pesquisadores viram na remoção do coral-sol uma oportunidade de geração de renda. Isso porque existe um mercado nacional e internacional de produtos a base de coral, suprido majoritariamente por corais retirados ilegalmente, muitos deles de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. O projeto propõe a comercialização do coral-sol em substituição às espécies de origem ilícita, com duplo benefício ecológico (retirada do invasor e diminuição da retirada de espécies nativas) e benefício socioeconômico, com geração de renda adicional para os catadores do coral invasor. Os catadores são selecionados dentre os moradores das comunidades, passam por capacitação, na qual aprendem técnicas de remoção e processamento do esqueleto do coral, e debatem as questões ambientais relacionadas à conservação dos corais e do ecossistema marinho. O projeto também realiza ações de educação ambiental direcionados às comunidades de pescadores e turistas, assim como divulgação do projeto para o público em geral, a fim de informar sobre a invasão do coral-sol, sensibilizar e mobilizar as pessoas sobre a importância da conservação do ecossistema marinho.
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Uma vez estabelecido, o coral-sol é capaz de ser o primeiro a ocupar os espaços vazios e de expulsar organismos nativos do costão rochoso. Assim, ele reduz a biodiversidade e a complexidade estrutural do ecossistema. O impacto ambiental é difícil de ser previsto, mas pode alcançar a esfera socioeconômica em comunidades litorâneas dependentes dos recursos providos pelo ambiente marinho. Os resultados de 15 anos de pesquisa mostram a séria ameaça que o coral-sol representa aos ecossistemas costeiros brasileiros. Os pesquisadores comprovaram que ele é um invasor eficiente, com rápido crescimento e com estratégias de reprodução que maximizam seu potencial de consolidação, além de baixas taxas de mortalidade. Suas populações vêm aumentando drasticamente, tanto em escala regional quanto nacional, invadindo novos ambientes. O coral-sol é bastante tolerante às variações físico-químicas da água e dos substratos, sendo capaz de modificar seu próprio ambiente, potencializando e promovendo sua permanência. Além disso, a espécie produz substâncias químicas nocivas à fauna e à flora nativa. O Projeto Coral-Sol é a primeira iniciativa de erradicação de organismos exóticos marinhos no Brasil. O cenário é preocupante e muitos são os desafios ambientais e socioeconômicos na recuperação das áreas impactadas. Todos os dados e conhecimentos gerados pelo projeto, ao longo dos anos, são armazenados no Banco Nacional de Registro e Manejo do Coral-Sol, de maneira que possam ser compartilhados por outros pesquisadores e utilizados na formulação de políticas públicas para controle da invasão pelo coral-sol no Brasil e na elaboração de uma legislação específica para biossegurança. No final da década de 1980, foram encontradas duas espécies de coral, nativas dos oceanos Índico e Pacífico, em plataformas de petróleo no estado do Rio de Janeiro, provavelmente advindas do Golfo do México. Já na década de 1990, aconteceu o que a comunidade científica temia: os visitantes indesejados, batizados de coral-sol por conta da sua aparência, foram detectados nos costões rochosos da Baía da Ilha Grande. O coral-sol também foi encontrado no casco do navio Cavo Artemidi, naufragado em Salvador na década de 80. Nos anos seguintes, foram feitas novas investigações sobre essas espécies invasoras. Os resultados demonstraram que por detrás da beleza do coral-sol, esconde-se um grande perigo à biodiversidade dos ecossistemas costeiros do Brasil. Os pesquisadores descobriram que o coral-sol é um invasor eficiente, tem rápido crescimento e vantagens competitivas em relação aos organismos nativos. Ele multiplica-se duas a três vezes mais do que as espécies nativas e cada colônia pode liberar cerca de 5 mil larvas por ano. A vida marinha praticamente desaparece onde o coral-sol instala-se. Em todo o mundo, a invasão de ambientes naturais por espécies exóticas é preocupante, porque pode causar desequilíbrio na fauna e flora nativas, perda de biodiversidade, extinções de espécies, além de prejuízos econômicos e sociais. Diante da invasão do coral-sol, um grupo de pesquisadores do Laboratório de Ecologia Marinha Bêntica, da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), começou, no ano 2000, a investigar sua biologia e sua ecologia. Em 2006, um dos pesquisadores, Joel Creed, e sua colaboradora, Alline de Paula, elaboraram o Projeto Coral-Sol para dar continuidade às pesquisas e propor ações de manejo dos corais invasores. O projeto tem como missão conservar a biodiversidade marinha brasileira por meio do controle do coral-sol, minimizando os seus impactos ambientais e socioeconômicos, promovendo a recuperação dos ecossistemas marinhos e a sustentabilidade ecológica, econômica e social das regiões afetadas. A prevenção, a erradicação e o controle de espécies exóticas invasoras que possam afetar a biodiversidade são objetivos da Política Nacional de Biodiversidade. Coral-Sol 0298-2.jpg 0298-3.jpg São duas as espécies de coral que invadiram a costa litorânea brasileira, a Tubastraea coccinea e a Tubastraea tagusensis, ambas identificadas como coral-sol. O projeto propõe medidas para melhorar o gerenciamento dos impactos dessa ‘bioinvasão’ e evitar que o coral-sol se espalhe para outras localidades: monitoramento, pesquisa, recuperação de ecossistemas, geração de renda, capacitação de colaboradores e educação ambiental. O monitoramento da distribuição do coral-sol é um ponto chave para definir a estratégia de controle. Sem uma avaliação precisa da abrangência geográfica do problema e da densidade de colônias, seria impossível planejar ações eficazes de retirada dessas colônias. Para realizar o monitoramento, os pesquisadores promovem observações subaquáticas e estimam a densidade do coral-sol em diversos pontos de mergulho por meio da Escala DAFOR, um método que oferece avaliações tanto qualitativas quanto quantitativas. A pesquisa científica é a base de sustentação de todo o projeto. Além dos dados de distribuição gerados pelo monitoramento, diversos experimentos vêm sendo realizados a fim de elucidar questões importantes sobre a biologia do coral-sol e as características que o torna um invasor bem sucedido no Brasil. 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Como a equipe do projeto não tem meios para vigiar os 8.500 quilômetros de costa do país, criou um canal de registros de ocorrência do coral-sol em ambiente natural. Pensando nas pequenas comunidades litorâneas, os pesquisadores viram na remoção do coral-sol uma oportunidade de geração de renda. Isso porque existe um mercado nacional e internacional de produtos a base de coral, suprido majoritariamente por corais retirados ilegalmente, muitos deles de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. O projeto propõe a comercialização do coral-sol em substituição às espécies de origem ilícita, com duplo benefício ecológico (retirada do invasor e diminuição da retirada de espécies nativas) e benefício socioeconômico, com geração de renda adicional para os catadores do coral invasor. Os catadores são selecionados dentre os moradores das comunidades, passam por capacitação, na qual aprendem técnicas de remoção e processamento do esqueleto do coral, e debatem as questões ambientais relacionadas à conservação dos corais e do ecossistema marinho. 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Na baía da Ilha Grande, por exemplo, onde se estima que haja mais de 3 milhões de colônias, os pesquisadores já não visam erradicar o coral-sol, mas sim conter a sua expansão, uma estratégia conhecida como ‘slow the spread’. Em pequenas populações mais constritas, no entanto, esperam erradicá-lo. Como a equipe do projeto não tem meios para vigiar os 8.500 quilômetros de costa do país, criou um canal de registros de ocorrência do coral-sol em ambiente natural. Pensando nas pequenas comunidades litorâneas, os pesquisadores viram na remoção do coral-sol uma oportunidade de geração de renda. Isso porque existe um mercado nacional e internacional de produtos a base de coral, suprido majoritariamente por corais retirados ilegalmente, muitos deles de espécies endêmicas e ameaçadas de extinção. O projeto propõe a comercialização do coral-sol em substituição às espécies de origem ilícita, com duplo benefício ecológico (retirada do invasor e diminuição da retirada de espécies nativas) e benefício socioeconômico, com geração de renda adicional para os catadores do coral invasor. Os catadores são selecionados dentre os moradores das comunidades, passam por capacitação, na qual aprendem técnicas de remoção e processamento do esqueleto do coral, e debatem as questões ambientais relacionadas à conservação dos corais e do ecossistema marinho. O projeto também realiza ações de educação ambiental direcionados às comunidades de pescadores e turistas, assim como divulgação do projeto para o público em geral, a fim de informar sobre a invasão do coral-sol, sensibilizar e mobilizar as pessoas sobre a importância da conservação do ecossistema marinho. 0298-4.jpg 0298-5.jpg 0298-6.jpg 0298-7.jpg 0298-8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/26625 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/bc9ba2ddcb6e0f3ed2a641361f2c224560f2cf86.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/4d5b83010f0ef34e51eec0cf329c191d5d195d9a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/3cde3079359061ac600e76d4eda36708b6238da1.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c37960200baef9c6f52ff289aad7a89e2daa8504.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1ca954ecdc6640534b79887306f760de0454be79.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b56372aa4543296f60d77c329efb3a2486236e80.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7c0a03af887c6b08c26a78dd799614bcaca74de1.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/3f2f95330470935392f117873cdad894c951d6a2.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d4d5e98ade8fc9fedc954e6097bba6647f07838b.jpg