Conservação do muriqui-do-norte no Espírito Santo

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Autor principal: Sérgio Lucena Mendes
Formato: Online
Publicado em: 2014
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=26440
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Paisagem
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abstract Os cientistas desenvolveram o estudo sobre a biologia e o comportamento do muriqui-do-norte nos municípios de Santa Maria de Jetibá e outros.
coverage Qual a importância da pesquisa? As pesquisas que fazem parte do Projeto Muriqui - ES são importantes para conservar o muriqui-do-norte, considerado criticamente ameaçado de extinção; elas contribuem para a implementação do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis, elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Natureza (ICMBio) em parceria com a comunidade científica. Com as informações geradas, será possível definir corredores ecológicos para a conservação dos muriquis, que facilitarão a dispersão de animais jovens para outros grupos, bem como a troca de material genético entre eles, o que é saudável para a espécie. Nos grupos de muriquis, a fêmea emigra (dispersão) de seu grupo natal antes de atingir a maturidade sexual e se reproduz com um macho de outro grupo. Assim, conectar os fragmentos de mata que abrigam muriquis é uma das alternativas para a conservação da espécie. As informações sobre a alimentação dos muriquis contribuem, também, para a definição de estratégias de conservação. Por exemplo, se for realizado o reflorestamento de alguma região, são escolhidas para o plantio árvores que produzem frutos preferencialmente consumidos pelos muriquis e por outros animais nativos. Todas as informações geradas nas pesquisas são aplicadas na conservação dos muriquis e da biodiversidade da Mata Atlântica, e compartilhadas com a comunidade pela equipe de difusão científica do projeto.
O Muriqui - Símbolo da Mata Atlântica
Em junho de 2014, os resultados do Projeto Muriqui – ES 2012-2014 foram apresentados no Museu de Biologia Professor Mello Leitão (hoje, Instituto Nacional da Mata Atlântica, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), em Santa Teresa (ES). Para comemorar os 65 anos do Museus, foi lançado o livro O Muriqui – Símbolo da Mata Atlântica, escrito pelos pesquisadores Sérgio Lucena Mendes, Mariana Petri da Silva, Mariana Zanotti Tavares de Oliveira e Karen Barbara Strier. A obra apresenta uma síntese do resultados do projeto de conservação dos primatas que já dura mais de 10 anos. Segundo Sérgio Mendes, coordenador do projeto e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a obra “é um livro de divulgação científica, mais voltado para leigos, pode ser distribuído em escolas, organizações não governamentais, institutos de educação ambiental". Para adquirir o livro, entre em contato com Museu de Biologia Professor Mello Leitão! Fonte: Portal Brasil
Planos de Ação Nacionais
Os planos de ação nacionais são instrumentos de gestão pública, elaborados com a participação da sociedade e utilizados na definição de ações para a conservação de seres vivos e ambientes naturais, a partir de um objetivo geral a ser alcançado em certo período de tempo. Conheça o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis!
Você sabe o que é uma espécie-bandeira?
O muriqui, além de ser considerado uma espécie-bandeira, também é chamado pelos pesquisadores de “espécie-paisagem” porque é muito suscetível aos impactos das atividades humanas, tem papeis ecológicos e socioeconômicos importantes (por exemplo, na dispersão de sementes), e requer, para sobreviver, áreas grandes, com diferentes tipos de habitats utilizados pela espécie ao longo do seu ciclo de vida. Fonte: ICMBio
O muriqui-do-norte Brachyteles hypoxanthus, também chamado de mono-carvoeiro, é endêmico da Mata Atlântica e considerado o maior primata neotropical – pode pesar até 15 Kg. Alimenta-se de frutos e folhas e é conhecido pela sua capacidade de adaptar-se a diferentes paisagens da Mata Atlântica. Vive em grupos compostos por vários machos e fêmeas, em um sistema social sem hierarquia definida e de agressividade baixa, no qual os machos permanecem no grupo em que nasceram e as fêmeas emigram de seus grupos natais antes de tornarem-se sexualmente ativas. O muriqui-do-norte é considerado uma das espécies de primatas mais ameaçada do mundo e, de acordo com a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e da Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada, está criticamente em perigo de extinção. Antigamente, o muriqui-do-norte era encontrado nos estados da Bahia, Espírito Santo (ES) e Minas Gerais (MG). No entanto, a fragmentação do seu habitat natural resultou no confinamento da espécie em pequenas porções restantes de mata, que hoje correspondem a nove localidades em MG e três no ES. Uma das localidades de ocorrência do muriqui-do-norte no ES é o conjunto de propriedades agrícolas situadas no município de Santa Maria de Jetibá, onde existem 13 grupos de muriquis confirmados, vivendo em fragmentos de mata de formato e isolamento variados, que são estudados pelo Projeto Muriqui - ES. Esse projeto, iniciado em 2002 na região serrana do Espírito Santo, tem por objetivo estudar a biologia e o comportamento do muriqui-do-norte nos municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e Santa Leopoldina e propor medidas de conservação que garantam a sobrevivência da espécie e de seu habitat, a Mata Atlântica.
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O Projeto Muriqui - ES conta com uma equipe multidisciplinar – formada por cientistas, estudantes, educadores e pela comunidade local dos três municípios – porque envolve vários tipos de estudos e vertentes de trabalho. O estudo do uso e cobertura do solo das áreas ocupadas pelos muriquis-do-norte fornece informações sobre como a paisagem dos municípios está estruturada, quantos fragmentos de Mata Atlântica ainda restam, onde estão localizados, quantos possuem muriquis e qual a distribuição desses fragmentos. Estudos sobre áreas adequadas para o estabelecimento de novas populações de muriquis (reintrodução) e persistência das existentes são realizados em Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa. Outra pesquisa é sobre a dispersão dos muriquis. Foram feitas simulações, com a ajuda de computadores, para saber como, quando e para quais fragmentos de mata provavelmente irá ocorrer a migração desses animais. Com o resultado dessas simulações, é possível definir quais fragmentos de mata que contêm muriquis devem ser interligados através de corredores ecológicos. Também é feito o monitoramento do tamanho da população de muriquis, simulação de viabilidade populacional por meio de computadores – que ajuda a definir o tamanho mínimo de uma população de muriquis com 95% de probabilidade de sobreviver por 100 anos – estudo da variabilidade genética, plano piloto para o turismo científico, ações de conservação e recuperação da Mata Atlântica, atividades de educação ambiental e divulgação científica. O Projeto Muriqui - ES mantém um técnico em campo monitorando de perto os grupos de muriquis. Anualmente, é feito um senso populacional para verificar o tamanho da população de muriquis na região e a estrutura dos grupos (número de machos, de fêmeas, de adultos e de filhotes). São realizadas, também, observações e pesquisas sobre a dieta dos muriquis e seus hábitos de vida. Outra pesquisa em andamento é sobre a capacidade de cognição espacial dos muriquis, ou seja, a capacidade dos indivíduos dessa espécie de perceber as relações espaciais entre os objetos, bem como de lidar com as noções de profundidade, solidez e distância. Essa capacidade cognitiva está relacionada à percepção espacial, que é a capacidade de avaliar como as coisas são organizadas no espaço e investigar a sua relação com o ambiente. Os animais são acompanhados pelos pesquisadores que observam as rotas realizadas pelos animais, as interações entre eles e os locais de dormida. São realizados trabalhos de educação ambiental e difusão científica nas escolas da região e nas comunidades nas quais o muriqui pode ser encontrado. Foi produzido um vídeo educativo sobre a vida dos muriquis , denominado “O Muriqui”, e um vídeo sobre o projeto de difusão científica14, denominado “Redescobrindo a Mata Atlântica”. Em 2010 foi publicado um livro denominado “O Muriqui” e, em 2014, uma segunda edição ampliada, denominada “O Muriqui – Símbolo da Mata Atlântica”. Desde 2010, circula na região de abrangência do Projeto exposição itinerante contendo banners com as principais características desse primata, sua área de vida e dicas para sua conservação. Em 2014, o Projeto Muriqui – ES produziu, em parceria com várias instituições, a exposição “Redescobrindo a Mata Atlântica”, que está aberta ao público visitante do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Instituto Nacional da Mata Atlântica.
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spelling 264402024-10-01T19:00:50Z1[CeS] Textos de divulgação Conservação do muriqui-do-norte no Espírito Santo Sérgio Lucena Mendes Muriqui-do-norte Mata Atlântica Paisagem Extinção Fragmentação Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 2014-09-01 O-Muriqui-x-nosso.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/a56686b2e49aa7640f3971049c5bac09f7126428.jpg Qual a importância da pesquisa? As pesquisas que fazem parte do Projeto Muriqui - ES são importantes para conservar o muriqui-do-norte, considerado criticamente ameaçado de extinção; elas contribuem para a implementação do Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis, elaborado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Natureza (ICMBio) em parceria com a comunidade científica. Com as informações geradas, será possível definir corredores ecológicos para a conservação dos muriquis, que facilitarão a dispersão de animais jovens para outros grupos, bem como a troca de material genético entre eles, o que é saudável para a espécie. Nos grupos de muriquis, a fêmea emigra (dispersão) de seu grupo natal antes de atingir a maturidade sexual e se reproduz com um macho de outro grupo. Assim, conectar os fragmentos de mata que abrigam muriquis é uma das alternativas para a conservação da espécie. As informações sobre a alimentação dos muriquis contribuem, também, para a definição de estratégias de conservação. Por exemplo, se for realizado o reflorestamento de alguma região, são escolhidas para o plantio árvores que produzem frutos preferencialmente consumidos pelos muriquis e por outros animais nativos. Todas as informações geradas nas pesquisas são aplicadas na conservação dos muriquis e da biodiversidade da Mata Atlântica, e compartilhadas com a comunidade pela equipe de difusão científica do projeto. O Muriqui - Símbolo da Mata Atlântica Em junho de 2014, os resultados do Projeto Muriqui – ES 2012-2014 foram apresentados no Museu de Biologia Professor Mello Leitão (hoje, Instituto Nacional da Mata Atlântica, vinculado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação), em Santa Teresa (ES). Para comemorar os 65 anos do Museus, foi lançado o livro O Muriqui – Símbolo da Mata Atlântica, escrito pelos pesquisadores Sérgio Lucena Mendes, Mariana Petri da Silva, Mariana Zanotti Tavares de Oliveira e Karen Barbara Strier. A obra apresenta uma síntese do resultados do projeto de conservação dos primatas que já dura mais de 10 anos. Segundo Sérgio Mendes, coordenador do projeto e professor da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), a obra “é um livro de divulgação científica, mais voltado para leigos, pode ser distribuído em escolas, organizações não governamentais, institutos de educação ambiental". Para adquirir o livro, entre em contato com Museu de Biologia Professor Mello Leitão! Fonte: Portal Brasil Planos de Ação Nacionais Os planos de ação nacionais são instrumentos de gestão pública, elaborados com a participação da sociedade e utilizados na definição de ações para a conservação de seres vivos e ambientes naturais, a partir de um objetivo geral a ser alcançado em certo período de tempo. Conheça o Plano de Ação Nacional para a Conservação dos Muriquis! Você sabe o que é uma espécie-bandeira? O muriqui, além de ser considerado uma espécie-bandeira, também é chamado pelos pesquisadores de “espécie-paisagem” porque é muito suscetível aos impactos das atividades humanas, tem papeis ecológicos e socioeconômicos importantes (por exemplo, na dispersão de sementes), e requer, para sobreviver, áreas grandes, com diferentes tipos de habitats utilizados pela espécie ao longo do seu ciclo de vida. Fonte: ICMBio O muriqui-do-norte Brachyteles hypoxanthus, também chamado de mono-carvoeiro, é endêmico da Mata Atlântica e considerado o maior primata neotropical – pode pesar até 15 Kg. Alimenta-se de frutos e folhas e é conhecido pela sua capacidade de adaptar-se a diferentes paisagens da Mata Atlântica. Vive em grupos compostos por vários machos e fêmeas, em um sistema social sem hierarquia definida e de agressividade baixa, no qual os machos permanecem no grupo em que nasceram e as fêmeas emigram de seus grupos natais antes de tornarem-se sexualmente ativas. O muriqui-do-norte é considerado uma das espécies de primatas mais ameaçada do mundo e, de acordo com a lista da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN) e da Lista das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada, está criticamente em perigo de extinção. Antigamente, o muriqui-do-norte era encontrado nos estados da Bahia, Espírito Santo (ES) e Minas Gerais (MG). No entanto, a fragmentação do seu habitat natural resultou no confinamento da espécie em pequenas porções restantes de mata, que hoje correspondem a nove localidades em MG e três no ES. Uma das localidades de ocorrência do muriqui-do-norte no ES é o conjunto de propriedades agrícolas situadas no município de Santa Maria de Jetibá, onde existem 13 grupos de muriquis confirmados, vivendo em fragmentos de mata de formato e isolamento variados, que são estudados pelo Projeto Muriqui - ES. Esse projeto, iniciado em 2002 na região serrana do Espírito Santo, tem por objetivo estudar a biologia e o comportamento do muriqui-do-norte nos municípios de Santa Maria de Jetibá, Santa Teresa e Santa Leopoldina e propor medidas de conservação que garantam a sobrevivência da espécie e de seu habitat, a Mata Atlântica. 004.17RogerioRibeiro.jpg 01SergioLucena.jpg 02Sergio_Lucena.jpg 03LuanaCentoducatte.jpg 4.10a_Fernanda_Tabacow.jpg 4.19_Karoline_S._Marques.jpg 4.20_Karoline_S._Marques.jpg 4.26_Kroline_S._Marques.jpg 4.27_Rogxrio_Ribeiro.jpg 4.28_Rogxrio_Ribeiro.jpg O Projeto Muriqui - ES conta com uma equipe multidisciplinar – formada por cientistas, estudantes, educadores e pela comunidade local dos três municípios – porque envolve vários tipos de estudos e vertentes de trabalho. O estudo do uso e cobertura do solo das áreas ocupadas pelos muriquis-do-norte fornece informações sobre como a paisagem dos municípios está estruturada, quantos fragmentos de Mata Atlântica ainda restam, onde estão localizados, quantos possuem muriquis e qual a distribuição desses fragmentos. Estudos sobre áreas adequadas para o estabelecimento de novas populações de muriquis (reintrodução) e persistência das existentes são realizados em Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa. Outra pesquisa é sobre a dispersão dos muriquis. Foram feitas simulações, com a ajuda de computadores, para saber como, quando e para quais fragmentos de mata provavelmente irá ocorrer a migração desses animais. Com o resultado dessas simulações, é possível definir quais fragmentos de mata que contêm muriquis devem ser interligados através de corredores ecológicos. Também é feito o monitoramento do tamanho da população de muriquis, simulação de viabilidade populacional por meio de computadores – que ajuda a definir o tamanho mínimo de uma população de muriquis com 95% de probabilidade de sobreviver por 100 anos – estudo da variabilidade genética, plano piloto para o turismo científico, ações de conservação e recuperação da Mata Atlântica, atividades de educação ambiental e divulgação científica. O Projeto Muriqui - ES mantém um técnico em campo monitorando de perto os grupos de muriquis. Anualmente, é feito um senso populacional para verificar o tamanho da população de muriquis na região e a estrutura dos grupos (número de machos, de fêmeas, de adultos e de filhotes). São realizadas, também, observações e pesquisas sobre a dieta dos muriquis e seus hábitos de vida. Outra pesquisa em andamento é sobre a capacidade de cognição espacial dos muriquis, ou seja, a capacidade dos indivíduos dessa espécie de perceber as relações espaciais entre os objetos, bem como de lidar com as noções de profundidade, solidez e distância. Essa capacidade cognitiva está relacionada à percepção espacial, que é a capacidade de avaliar como as coisas são organizadas no espaço e investigar a sua relação com o ambiente. Os animais são acompanhados pelos pesquisadores que observam as rotas realizadas pelos animais, as interações entre eles e os locais de dormida. São realizados trabalhos de educação ambiental e difusão científica nas escolas da região e nas comunidades nas quais o muriqui pode ser encontrado. Foi produzido um vídeo educativo sobre a vida dos muriquis , denominado “O Muriqui”, e um vídeo sobre o projeto de difusão científica14, denominado “Redescobrindo a Mata Atlântica”. Em 2010 foi publicado um livro denominado “O Muriqui” e, em 2014, uma segunda edição ampliada, denominada “O Muriqui – Símbolo da Mata Atlântica”. Desde 2010, circula na região de abrangência do Projeto exposição itinerante contendo banners com as principais características desse primata, sua área de vida e dicas para sua conservação. Em 2014, o Projeto Muriqui – ES produziu, em parceria com várias instituições, a exposição “Redescobrindo a Mata Atlântica”, que está aberta ao público visitante do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Instituto Nacional da Mata Atlântica. 004.17RogerioRibeiro (1).jpg 4.29_Fernanda_P._Tabacow.jpg 4.9_Peter_Schoen.jpg 6.13.jpg 6.14.jpg 7.8_Mariana_T._Z._Oliveira.jpg Carla_Possamai.jpg Carla_Possamai2.jpg Carla_Possamai3.jpg JonatasFosencaAndreLanna.jpg O-Muriqui-x-nosso.jpg Projeto Muriqui - ES Os cientistas desenvolveram o estudo sobre a biologia e o comportamento do muriqui-do-norte nos municípios de Santa Maria de Jetibá e outros. 2014-09-01 http://sambio.org.br/projeto-muriqui/ Ciências Biológicas O Projeto Muriqui - ES conta com uma equipe multidisciplinar – formada por cientistas, estudantes, educadores e pela comunidade local dos três municípios – porque envolve vários tipos de estudos e vertentes de trabalho. O estudo do uso e cobertura do solo das áreas ocupadas pelos muriquis-do-norte fornece informações sobre como a paisagem dos municípios está estruturada, quantos fragmentos de Mata Atlântica ainda restam, onde estão localizados, quantos possuem muriquis e qual a distribuição desses fragmentos. Estudos sobre áreas adequadas para o estabelecimento de novas populações de muriquis (reintrodução) e persistência das existentes são realizados em Santa Maria de Jetibá e Santa Teresa. Outra pesquisa é sobre a dispersão dos muriquis. Foram feitas simulações, com a ajuda de computadores, para saber como, quando e para quais fragmentos de mata provavelmente irá ocorrer a migração desses animais. Com o resultado dessas simulações, é possível definir quais fragmentos de mata que contêm muriquis devem ser interligados através de corredores ecológicos. Também é feito o monitoramento do tamanho da população de muriquis, simulação de viabilidade populacional por meio de computadores – que ajuda a definir o tamanho mínimo de uma população de muriquis com 95% de probabilidade de sobreviver por 100 anos – estudo da variabilidade genética, plano piloto para o turismo científico, ações de conservação e recuperação da Mata Atlântica, atividades de educação ambiental e divulgação científica. O Projeto Muriqui - ES mantém um técnico em campo monitorando de perto os grupos de muriquis. Anualmente, é feito um senso populacional para verificar o tamanho da população de muriquis na região e a estrutura dos grupos (número de machos, de fêmeas, de adultos e de filhotes). São realizadas, também, observações e pesquisas sobre a dieta dos muriquis e seus hábitos de vida. Outra pesquisa em andamento é sobre a capacidade de cognição espacial dos muriquis, ou seja, a capacidade dos indivíduos dessa espécie de perceber as relações espaciais entre os objetos, bem como de lidar com as noções de profundidade, solidez e distância. Essa capacidade cognitiva está relacionada à percepção espacial, que é a capacidade de avaliar como as coisas são organizadas no espaço e investigar a sua relação com o ambiente. Os animais são acompanhados pelos pesquisadores que observam as rotas realizadas pelos animais, as interações entre eles e os locais de dormida. São realizados trabalhos de educação ambiental e difusão científica nas escolas da região e nas comunidades nas quais o muriqui pode ser encontrado. Foi produzido um vídeo educativo sobre a vida dos muriquis , denominado “O Muriqui”, e um vídeo sobre o projeto de difusão científica14, denominado “Redescobrindo a Mata Atlântica”. Em 2010 foi publicado um livro denominado “O Muriqui” e, em 2014, uma segunda edição ampliada, denominada “O Muriqui – Símbolo da Mata Atlântica”. Desde 2010, circula na região de abrangência do Projeto exposição itinerante contendo banners com as principais características desse primata, sua área de vida e dicas para sua conservação. Em 2014, o Projeto Muriqui – ES produziu, em parceria com várias instituições, a exposição “Redescobrindo a Mata Atlântica”, que está aberta ao público visitante do Museu de Biologia Professor Mello Leitão, Instituto Nacional da Mata Atlântica. 004.17RogerioRibeiro (1).jpg 4.29_Fernanda_P._Tabacow.jpg 4.9_Peter_Schoen.jpg 6.13.jpg 6.14.jpg 7.8_Mariana_T._Z._Oliveira.jpg Carla_Possamai.jpg Carla_Possamai2.jpg Carla_Possamai3.jpg JonatasFosencaAndreLanna.jpg O-Muriqui-x-nosso.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/26440 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/a56686b2e49aa7640f3971049c5bac09f7126428.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8b3b3bdf3f444d93d81c7cce5eab665f20759cde.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/760999f197bb7e96441b93f27e41713a4d500c20.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ab73f5da7d660883421a09cbe07c723c1643908c.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/cb1893f87ee659e65d8748ab82fb9e89ae464185.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c29e2a1dd908a6a90299a92fcecf3caf0709df32.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/e524586c6ffbf0993c127825ef3715133cfa0cc3.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ad64f62c3217b0bc7b405f0bafba94bbe7276902.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/4c219c550acf7725a89da8f333ec8e10fae1fb49.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8d4e95f116089b18fd1ce9c7ff1e1a5c6b316552.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/dd5df0c733bf8e5752e70d455750c2deee929449.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/49c419adabc381fee7a18647d0559b80ba0e16a0.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7b3bee849ff2a90dbcf97bff3d35bc369cc97acb.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/2a399d88d86089f0f16ff32ff451ed380f5fe760.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d705d6e6916bc9a645f094c93a4b2f45746c6d21.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/5ed428b5a9ed531ff24fbb89a5adb54864f4e949.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b256dc37c7cce1d11b3863c3d930360b30759629.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/56095464f647fe75cdaf4d35ec9787cf60258583.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/615e08f1fc0ab2aaf3f36d3be123e6966e9e4454.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/f1d47aca1eb29d8b57ce1b296deffe88ea0c2ad0.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/007bc153f6e88ee78a14a4e3174a4735e6fe46f8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/e015a48cf90583926b2c890bdc22c315a86ef009.jpg