Macroalgas da costa brasileira na rota do desenvolvimento biotecnológico
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2020
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O Brasil é reconhecido como um dos países com maior biodiversidade do planeta, porém muitas espécies como as algas, não são muito exploradas. |
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Foram analisadas, neste trabalho, 25 espécies de macroalgas da costa brasileira que apresentaram uma gama de substâncias com potencial biotecnológico. Como resultados principais, os cientistas destacam duas espécies de macroalgas, a Dictyota menstrualis e Spatoglossum schroederi. D. menstrualis possui alta taxa fotossintética, alto teor de lipídios, ácidos graxos e ácidos graxos monoinsaturados, tornando-a um potencial para a produção de biodiesel. Já a espécie Spatoglossum schroederi apresentou uma alta produção de ácidos graxos poliinsaturados e Ômega 3, importantes substâncias para a aplicação como nutracêuticos.
Esses resultados mostram que as algas da costa brasileira podem servir de matéria prima para a indústria biotecnológica. Para isso, são necessários investimentos, que vão desde a pesquisa básica como a bioprospecção de espécies até a análise de perfil metabólitos e suas aplicações. Além disso, é preciso ressaltar a importância da preservação das algas, as quais sofrem com a poluição e, muitas vezes, com a falta de manejo sustentável para a exploração. O Brasil é reconhecido como um dos países com maior biodiversidade do planeta, porém muitas espécies ainda não são conhecidas, tampouco exploradas economicamente. As algas possuem um grande potencial biotecnológico por serem fontes de substâncias que podem ser utilizadas em diversos setores da indústria, como na produção de remédios, alimentos, pigmentos, cosméticos e biocombustível. As algas são organismos fotossintetizantes e podem ser encontradas em vários ecossistemas brasileiros. As algas marinhas são encontradas ao longo do litoral brasileiro e podem ser invisíveis a olho nu (microalgas) ou de maior porte e complexidade (macroalgas). Algumas macroalgas vivem completamente submersas, enquanto outras ficam expostas durante o período de maré baixa. Elas se fixam ao substrato, geralmente em rochas, e obtém os seus nutrientes da água do mar. As macroalgas apresentam diferentes características morfológicas e reprodutivas e produzem diferentes compostos, como os pigmentos. De acordo com a sua característica e composição, elas são divididas em três grandes grupos: algas verdes, vermelhas e pardas (figura 1). Além de serem encontradas na natureza e exploradas de forma sustentável, algumas espécies de algas são produzidas em larga escala para a comercialização em sistemas de cultivos chamados de Aquicultura Multitrófica Integrada (IMTA). Já existem países como a Noruega, que fazem a exploração sustentável de algas marinhas em escala comercial e estão migrando para a produção em sistemas de cultivos. A biomassa de macroalgas produzida é destinada em maior parte a seres humanos (90%) e o restante a outros segmentos como a obtenção de bioativos1. A busca desses compostos é chamada de bioprospecção: cientistas fazem a coleta de material biológico, no caso macroalgas, e realizam testes bioquímicos para descobrir quais substâncias são produzidas por elas e o potencial biotecnológico dessas substâncias. Uma das principais substâncias sintetizadas pelas algas são os ácidos graxos, como o ômega 3. As algas pardas Dictyota acutiloba e Dictyota sandvicensis, por exemplo, produzem quantidade considerável de óleos que podem ser utilizados na produção de vários produtos, como os nutracêuticos. Assim, neste trabalho, os pesquisadores da Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto de Botânica de São Paulo, analisaram quais substâncias de interesse eram produzidas por 25 espécies de diferentes espécies de macroalgas coletadas ao longo do litoral brasileiro. Algas_da_costa_brasileira_arte_final.png Figura 1 – Diferentes grupos de macroalgas. (Fonte: Canal Ciência) As macroalgas foram coletadas ao longo do litoral brasileiro e foram estudadas 14 espécies de rodófitas (algas vermelhas), 4 de clorófitas (algas verdes) e 7 de feofíceas (algas pardas). A fotossíntese foi estimada para avaliar a sua relação com a biossíntese (produção) das macromoléculas. As espécies de algas estudadas foram coletadas na praia da Fortaleza, Praia Dura e Praia Brava, no município de Ubatuba (São Paulo, SP) e em Rio do Fogo (Rio Grande do Norte, RN). As amostras foram coletadas durante a maré baixa, e as espécies selecionadas foram levadas ao laboratório onde foram higienizadas. As macroalgas coletadas foram identificadas de acordo com sua morfologia (forma e aparência) e um exemplar de cada espécie foi herborizado e depositado no herbário do Instituto Botânico de São Paulo. Para a avaliação da fotossíntese, as análises foram feitas no local de coleta das algas (in situ) e, para as análises bioquímicas (macromoléculas), as amostras de cada espécie foram congeladas para posterior estudo no laboratório. Todas as análises foram submetidas a métodos estatísticos para que o trabalho tivesse confiabilidade e pudesse ser replicado posteriormente. ficólogo (2).png Figura 2: O cientista que estuda as algas é chamado de ficólogo. (Fonte: Canal Ciência) |
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Universidade de São Paulo Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Ministério da Saúde Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo |
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263682024-10-01T19:00:48Z1[CeS] Textos de divulgação Macroalgas da costa brasileira na rota do desenvolvimento biotecnológico Aline P. Martins Leonardo Zambotti Villela Pio Colepicolo Nair S. Yokoya Macroalgas Biotecnologia Litoral (Brasil) Universidade de São Paulo Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Ministério da Saúde Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo 2020-10-20 463.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/9beaa11028941bbbca8623ad07131bdff92e31fa.jpg Foram analisadas, neste trabalho, 25 espécies de macroalgas da costa brasileira que apresentaram uma gama de substâncias com potencial biotecnológico. Como resultados principais, os cientistas destacam duas espécies de macroalgas, a Dictyota menstrualis e Spatoglossum schroederi. D. menstrualis possui alta taxa fotossintética, alto teor de lipídios, ácidos graxos e ácidos graxos monoinsaturados, tornando-a um potencial para a produção de biodiesel. Já a espécie Spatoglossum schroederi apresentou uma alta produção de ácidos graxos poliinsaturados e Ômega 3, importantes substâncias para a aplicação como nutracêuticos. Esses resultados mostram que as algas da costa brasileira podem servir de matéria prima para a indústria biotecnológica. Para isso, são necessários investimentos, que vão desde a pesquisa básica como a bioprospecção de espécies até a análise de perfil metabólitos e suas aplicações. Além disso, é preciso ressaltar a importância da preservação das algas, as quais sofrem com a poluição e, muitas vezes, com a falta de manejo sustentável para a exploração. O Brasil é reconhecido como um dos países com maior biodiversidade do planeta, porém muitas espécies ainda não são conhecidas, tampouco exploradas economicamente. As algas possuem um grande potencial biotecnológico por serem fontes de substâncias que podem ser utilizadas em diversos setores da indústria, como na produção de remédios, alimentos, pigmentos, cosméticos e biocombustível. As algas são organismos fotossintetizantes e podem ser encontradas em vários ecossistemas brasileiros. As algas marinhas são encontradas ao longo do litoral brasileiro e podem ser invisíveis a olho nu (microalgas) ou de maior porte e complexidade (macroalgas). Algumas macroalgas vivem completamente submersas, enquanto outras ficam expostas durante o período de maré baixa. Elas se fixam ao substrato, geralmente em rochas, e obtém os seus nutrientes da água do mar. As macroalgas apresentam diferentes características morfológicas e reprodutivas e produzem diferentes compostos, como os pigmentos. De acordo com a sua característica e composição, elas são divididas em três grandes grupos: algas verdes, vermelhas e pardas (figura 1). Além de serem encontradas na natureza e exploradas de forma sustentável, algumas espécies de algas são produzidas em larga escala para a comercialização em sistemas de cultivos chamados de Aquicultura Multitrófica Integrada (IMTA). Já existem países como a Noruega, que fazem a exploração sustentável de algas marinhas em escala comercial e estão migrando para a produção em sistemas de cultivos. A biomassa de macroalgas produzida é destinada em maior parte a seres humanos (90%) e o restante a outros segmentos como a obtenção de bioativos1. A busca desses compostos é chamada de bioprospecção: cientistas fazem a coleta de material biológico, no caso macroalgas, e realizam testes bioquímicos para descobrir quais substâncias são produzidas por elas e o potencial biotecnológico dessas substâncias. Uma das principais substâncias sintetizadas pelas algas são os ácidos graxos, como o ômega 3. As algas pardas Dictyota acutiloba e Dictyota sandvicensis, por exemplo, produzem quantidade considerável de óleos que podem ser utilizados na produção de vários produtos, como os nutracêuticos. Assim, neste trabalho, os pesquisadores da Universidade de São Paulo, em parceria com o Instituto de Botânica de São Paulo, analisaram quais substâncias de interesse eram produzidas por 25 espécies de diferentes espécies de macroalgas coletadas ao longo do litoral brasileiro. Algas_da_costa_brasileira_arte_final.png Figura 1 – Diferentes grupos de macroalgas. (Fonte: Canal Ciência) As macroalgas foram coletadas ao longo do litoral brasileiro e foram estudadas 14 espécies de rodófitas (algas vermelhas), 4 de clorófitas (algas verdes) e 7 de feofíceas (algas pardas). A fotossíntese foi estimada para avaliar a sua relação com a biossíntese (produção) das macromoléculas. As espécies de algas estudadas foram coletadas na praia da Fortaleza, Praia Dura e Praia Brava, no município de Ubatuba (São Paulo, SP) e em Rio do Fogo (Rio Grande do Norte, RN). As amostras foram coletadas durante a maré baixa, e as espécies selecionadas foram levadas ao laboratório onde foram higienizadas. As macroalgas coletadas foram identificadas de acordo com sua morfologia (forma e aparência) e um exemplar de cada espécie foi herborizado e depositado no herbário do Instituto Botânico de São Paulo. Para a avaliação da fotossíntese, as análises foram feitas no local de coleta das algas (in situ) e, para as análises bioquímicas (macromoléculas), as amostras de cada espécie foram congeladas para posterior estudo no laboratório. Todas as análises foram submetidas a métodos estatísticos para que o trabalho tivesse confiabilidade e pudesse ser replicado posteriormente. ficólogo (2).png Figura 2: O cientista que estuda as algas é chamado de ficólogo. (Fonte: Canal Ciência) Biotechnological potential of benthic marine algae collected along the Brazilian coast O Brasil é reconhecido como um dos países com maior biodiversidade do planeta, porém muitas espécies como as algas, não são muito exploradas. 2020-10-20 https://www.sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S2211926417305489 Ciências Biológicas As macroalgas foram coletadas ao longo do litoral brasileiro e foram estudadas 14 espécies de rodófitas (algas vermelhas), 4 de clorófitas (algas verdes) e 7 de feofíceas (algas pardas). A fotossíntese foi estimada para avaliar a sua relação com a biossíntese (produção) das macromoléculas. As espécies de algas estudadas foram coletadas na praia da Fortaleza, Praia Dura e Praia Brava, no município de Ubatuba (São Paulo, SP) e em Rio do Fogo (Rio Grande do Norte, RN). As amostras foram coletadas durante a maré baixa, e as espécies selecionadas foram levadas ao laboratório onde foram higienizadas. As macroalgas coletadas foram identificadas de acordo com sua morfologia (forma e aparência) e um exemplar de cada espécie foi herborizado e depositado no herbário do Instituto Botânico de São Paulo. Para a avaliação da fotossíntese, as análises foram feitas no local de coleta das algas (in situ) e, para as análises bioquímicas (macromoléculas), as amostras de cada espécie foram congeladas para posterior estudo no laboratório. Todas as análises foram submetidas a métodos estatísticos para que o trabalho tivesse confiabilidade e pudesse ser replicado posteriormente. ficólogo (2).png Figura 2: O cientista que estuda as algas é chamado de ficólogo. (Fonte: Canal Ciência) https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/26368 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9beaa11028941bbbca8623ad07131bdff92e31fa.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8e5326670957025ecaa76993a0f06e0a2801627b.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1eccae3479ecc21b3c64af371f1eec0fc55c78b3.png |