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collection [CeS] Textos de divulgação
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topic Neurônios
spellingShingle Neurônios
Patricia Bado
Annerose Engel
Ricardo de Oliveira-Souza
Ivanei E. Bramati
Fernando Fernandes Paiva
Rodrigo Basilio
João Ricardo Sato
Fernanda Tovar-Moll
Jorge Neval Moll Neto
O que acontece no cérebro quando divagamos?
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abstract O estudo mostrou que a recordação das memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações.
coverage Mesmo quando estamos aparentemente sem fazer nada, nosso cérebro continua trabalhando. Algumas áreas do cérebro são ativadas durante esses períodos de devaneios, quando estamos pensando sobre nós mesmos, imaginando coisas ou recordando acontecimentos de nossas vidas. Embora os cientistas já soubessem da existência da “rede de modo padrão”, eles ainda não sabiam quais partes dela contribuíam para os diferentes tipos de atividade características dos devaneios. O estudo da equipe de Jorge Moll mostrou que uma sub-rede, envolvendo o córtex medial pré-frontal, o córtex cingulado posterior e o pré-cuneo, é ativada especificamente durante a recordação de memórias autobiográficas, principalmente quanto essas memórias possuem alta carga emocional. Enquanto áreas mais dorsais (parte de cima do cérebro) da “rede de modo padrão” estão ligadas a memórias autobiográficas emocionais, como mostrado no estudo, outras áreas mais ventrais (parte de baixo) podem estar associadas a autoavaliações, planos sobre o futuro e outros tipos de pensamentos característicos dos devaneios. Os resultados ajudam a entender melhor o que se passa na cabeça das pessoas durante períodos de atividade mental livre. Além disso, os resultados abrem novas possibilidades de investigação de algumas doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Em todas essas doenças, a “rede de modo padrão” está envolvida. Dessa forma, entender melhor essa rede significa entender melhor essas doenças.
Passamos boa parte do nosso tempo divagando mentalmente. Quando não estamos concentrados em uma atividade específica, como ler um texto ou realizar um cálculo matemático, tendemos a divagar silêncio. Somos craques em "viajar na maionese". O que acontece no cérebro durante esse período de atividade mental livre? Pesquisadores brasileiros buscaram responder essa pergunta usando a técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), que permite observar a atividade do cérebro em tempo real enquanto participantes voluntários realizam tarefas pré-determinadas. Sabemos por experiência própria que lembranças de eventos que ocorreram em nossas vidas (memórias autobiográficas) surgem inesperadamente durante momentos de divagação. Mas até agora havia sido difícil mostrar quais partes do cérebro estão envolvidas especificamente nessas lembranças autobiográficas. A equipe de pesquisadores, liderada pelo neurologista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro (RJ), mostrou que a recordação dessas memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações. O resultado sugere que passamos parte do tempo de nossas divagações nos lembrando de acontecimentos pessoais.
Sempre que participantes de experimentos de fMRI ficam sem fazer nada (isto é, quando se pede a eles para ficarem em repouso, “não pensando em nada” e sem dormir), determinadas áreas do cérebro são ativadas. Essas áreas formam uma rede, chamada de “rede de modo padrão”, e envolvem regiões localizadas no meio do cérebro, tanto na parte da frente quanto na parte de trás. A ideia dos pesquisadores foi comparar essa atividade cerebral obtida durante o “repouso” com aquela observada quando os participantes estão se lembrando de acontecimentos sociais ou afetivos de suas vidas. Antes de entrarem no escâner, os participantes escolheram junto com os pesquisadores uma série de palavras capazes de desencadear lembranças autobiográficas que envolvessem outras pessoas. Por exemplo, quando vissem a palavra “mãe”, apresentada em uma tela visível de dentro do escâner, o participante deveria recordar-se de um acontecimento positivo envolvendo sua mãe. Além de recordações positivas, os participantes também foram instruídos a pensarem em lembranças ruins (negativas) ou lembranças com pouca força afetiva (neutras). Quando o participante visse uma palavra na tela, sua tarefa era lembrar o acontecimento autobiográfico associado àquela palavra. Quando lesse a palavra “repouso”, sua tarefa consistia em ficar cerca de dois minutos sem pensar em nada em particular (Figura 1). O contraste entre a atividade cerebral nas duas tarefas permitiu aos pesquisadores realizar três tipos de análises. Na primeira, eles identificaram áreas cerebrais ativadas em ambas as tarefas. Os resultados mostraram que as áreas de ativação comum às duas tarefas pertenciam à “rede de modo padrão”, confirmando que a memória autobiográfica envolvia a mesma rede de partes do cérebro ligada à divagação. Na segunda análise, os pesquisadores buscaram áreas de ativação diferentes entre as duas tarefas (recordação vs. repouso). Eles identificaram um subconjunto de áreas mais ativas durante a tarefa de recordação que durante a tarefa de divagação. Foram ativados o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior (Figura 2A). Essa ativação diferenciada, no entanto, só foi observada para memórias com forte carga emocional (positiva ou negativa). Memórias com baixa carga emocional não mostraram diferenças de atividade cerebral em relação à condição de repouso (Figura 2B). Por fim, na terceira análise, os pesquisadores mostraram que as atividades no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior, áreas mais ativadas durante as recordações autobiográficas, estavam conectadas funcionalmente. Duas áreas estão conectadas funcionalmente quando as atividades cerebrais nessas duas áreas estão correlacionadas. Por exemplo, quanto maior era a atividade no córtex pré-frontal medial, maior era a atividade no córtex cingulado posterior; quanto menor era a atividade numa área, menor era a atividade na outra área. É como se as duas áreas estivessem conversando.
Figura 1.
Figura 2.
institution Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental, Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, Rio de Janeiro
Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro
Grupo de Cognição Musical e Ação, Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e Cerebrais, Leipzig, Alemanha
Hospital Universitário Gaffrée e Guinle
Centro de Imagens e Espectroscopia In Vivo por Ressonância Magnética, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo
Centro de Matemática, Computação e Cognição, Universidade Federal do ABC
publishDate 2014
publishDateFull 2014-05-06
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area Ciências Biológicas
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spelling 260162024-10-01T19:00:45Z1[CeS] Textos de divulgação O que acontece no cérebro quando divagamos? Patricia Bado Annerose Engel Ricardo de Oliveira-Souza Ivanei E. Bramati Fernando Fernandes Paiva Rodrigo Basilio João Ricardo Sato Fernanda Tovar-Moll Jorge Neval Moll Neto Neurônios Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Unidade de Neurociência Cognitiva e Comportamental, Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, Rio de Janeiro Instituto de Ciências Biomédicas, Universidade Federal do Rio de Janeiro Grupo de Cognição Musical e Ação, Instituto Max Planck de Ciências Cognitivas e Cerebrais, Leipzig, Alemanha Hospital Universitário Gaffrée e Guinle Centro de Imagens e Espectroscopia In Vivo por Ressonância Magnética, Instituto de Física de São Carlos, Universidade de São Paulo Centro de Matemática, Computação e Cognição, Universidade Federal do ABC 2014-05-06 170.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/0636d7c5538b98559065fabdcc81f7b1ae86402b.jpg Mesmo quando estamos aparentemente sem fazer nada, nosso cérebro continua trabalhando. Algumas áreas do cérebro são ativadas durante esses períodos de devaneios, quando estamos pensando sobre nós mesmos, imaginando coisas ou recordando acontecimentos de nossas vidas. Embora os cientistas já soubessem da existência da “rede de modo padrão”, eles ainda não sabiam quais partes dela contribuíam para os diferentes tipos de atividade características dos devaneios. O estudo da equipe de Jorge Moll mostrou que uma sub-rede, envolvendo o córtex medial pré-frontal, o córtex cingulado posterior e o pré-cuneo, é ativada especificamente durante a recordação de memórias autobiográficas, principalmente quanto essas memórias possuem alta carga emocional. Enquanto áreas mais dorsais (parte de cima do cérebro) da “rede de modo padrão” estão ligadas a memórias autobiográficas emocionais, como mostrado no estudo, outras áreas mais ventrais (parte de baixo) podem estar associadas a autoavaliações, planos sobre o futuro e outros tipos de pensamentos característicos dos devaneios. Os resultados ajudam a entender melhor o que se passa na cabeça das pessoas durante períodos de atividade mental livre. Além disso, os resultados abrem novas possibilidades de investigação de algumas doenças psiquiátricas, como esquizofrenia, depressão, ansiedade e transtorno de estresse pós-traumático. Em todas essas doenças, a “rede de modo padrão” está envolvida. Dessa forma, entender melhor essa rede significa entender melhor essas doenças. Passamos boa parte do nosso tempo divagando mentalmente. Quando não estamos concentrados em uma atividade específica, como ler um texto ou realizar um cálculo matemático, tendemos a divagar silêncio. Somos craques em "viajar na maionese". O que acontece no cérebro durante esse período de atividade mental livre? Pesquisadores brasileiros buscaram responder essa pergunta usando a técnica de ressonância magnética funcional (fMRI), que permite observar a atividade do cérebro em tempo real enquanto participantes voluntários realizam tarefas pré-determinadas. Sabemos por experiência própria que lembranças de eventos que ocorreram em nossas vidas (memórias autobiográficas) surgem inesperadamente durante momentos de divagação. Mas até agora havia sido difícil mostrar quais partes do cérebro estão envolvidas especificamente nessas lembranças autobiográficas. A equipe de pesquisadores, liderada pelo neurologista Jorge Moll, do Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino, no Rio de Janeiro (RJ), mostrou que a recordação dessas memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações. O resultado sugere que passamos parte do tempo de nossas divagações nos lembrando de acontecimentos pessoais. Sempre que participantes de experimentos de fMRI ficam sem fazer nada (isto é, quando se pede a eles para ficarem em repouso, “não pensando em nada” e sem dormir), determinadas áreas do cérebro são ativadas. Essas áreas formam uma rede, chamada de “rede de modo padrão”, e envolvem regiões localizadas no meio do cérebro, tanto na parte da frente quanto na parte de trás. A ideia dos pesquisadores foi comparar essa atividade cerebral obtida durante o “repouso” com aquela observada quando os participantes estão se lembrando de acontecimentos sociais ou afetivos de suas vidas. Antes de entrarem no escâner, os participantes escolheram junto com os pesquisadores uma série de palavras capazes de desencadear lembranças autobiográficas que envolvessem outras pessoas. Por exemplo, quando vissem a palavra “mãe”, apresentada em uma tela visível de dentro do escâner, o participante deveria recordar-se de um acontecimento positivo envolvendo sua mãe. Além de recordações positivas, os participantes também foram instruídos a pensarem em lembranças ruins (negativas) ou lembranças com pouca força afetiva (neutras). Quando o participante visse uma palavra na tela, sua tarefa era lembrar o acontecimento autobiográfico associado àquela palavra. Quando lesse a palavra “repouso”, sua tarefa consistia em ficar cerca de dois minutos sem pensar em nada em particular (Figura 1). O contraste entre a atividade cerebral nas duas tarefas permitiu aos pesquisadores realizar três tipos de análises. Na primeira, eles identificaram áreas cerebrais ativadas em ambas as tarefas. Os resultados mostraram que as áreas de ativação comum às duas tarefas pertenciam à “rede de modo padrão”, confirmando que a memória autobiográfica envolvia a mesma rede de partes do cérebro ligada à divagação. Na segunda análise, os pesquisadores buscaram áreas de ativação diferentes entre as duas tarefas (recordação vs. repouso). Eles identificaram um subconjunto de áreas mais ativas durante a tarefa de recordação que durante a tarefa de divagação. Foram ativados o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior (Figura 2A). Essa ativação diferenciada, no entanto, só foi observada para memórias com forte carga emocional (positiva ou negativa). Memórias com baixa carga emocional não mostraram diferenças de atividade cerebral em relação à condição de repouso (Figura 2B). Por fim, na terceira análise, os pesquisadores mostraram que as atividades no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior, áreas mais ativadas durante as recordações autobiográficas, estavam conectadas funcionalmente. Duas áreas estão conectadas funcionalmente quando as atividades cerebrais nessas duas áreas estão correlacionadas. Por exemplo, quanto maior era a atividade no córtex pré-frontal medial, maior era a atividade no córtex cingulado posterior; quanto menor era a atividade numa área, menor era a atividade na outra área. É como se as duas áreas estivessem conversando. Figura 1. Figura 2. Dissociação funcional dos componentes ventral-frontal e dorso-medial da rede de modo padrão durante repouso e recordação de memórias autobiográficas emocionais. O estudo mostrou que a recordação das memórias autobiográficas aumenta a atividade de um subconjunto de áreas cerebrais que normalmente estão envolvidas em divagações. 2014-05-06 Ciências Biológicas Sempre que participantes de experimentos de fMRI ficam sem fazer nada (isto é, quando se pede a eles para ficarem em repouso, “não pensando em nada” e sem dormir), determinadas áreas do cérebro são ativadas. Essas áreas formam uma rede, chamada de “rede de modo padrão”, e envolvem regiões localizadas no meio do cérebro, tanto na parte da frente quanto na parte de trás. A ideia dos pesquisadores foi comparar essa atividade cerebral obtida durante o “repouso” com aquela observada quando os participantes estão se lembrando de acontecimentos sociais ou afetivos de suas vidas. Antes de entrarem no escâner, os participantes escolheram junto com os pesquisadores uma série de palavras capazes de desencadear lembranças autobiográficas que envolvessem outras pessoas. Por exemplo, quando vissem a palavra “mãe”, apresentada em uma tela visível de dentro do escâner, o participante deveria recordar-se de um acontecimento positivo envolvendo sua mãe. Além de recordações positivas, os participantes também foram instruídos a pensarem em lembranças ruins (negativas) ou lembranças com pouca força afetiva (neutras). Quando o participante visse uma palavra na tela, sua tarefa era lembrar o acontecimento autobiográfico associado àquela palavra. Quando lesse a palavra “repouso”, sua tarefa consistia em ficar cerca de dois minutos sem pensar em nada em particular (Figura 1). O contraste entre a atividade cerebral nas duas tarefas permitiu aos pesquisadores realizar três tipos de análises. Na primeira, eles identificaram áreas cerebrais ativadas em ambas as tarefas. Os resultados mostraram que as áreas de ativação comum às duas tarefas pertenciam à “rede de modo padrão”, confirmando que a memória autobiográfica envolvia a mesma rede de partes do cérebro ligada à divagação. Na segunda análise, os pesquisadores buscaram áreas de ativação diferentes entre as duas tarefas (recordação vs. repouso). Eles identificaram um subconjunto de áreas mais ativas durante a tarefa de recordação que durante a tarefa de divagação. Foram ativados o córtex pré-frontal medial e o córtex cingulado posterior (Figura 2A). Essa ativação diferenciada, no entanto, só foi observada para memórias com forte carga emocional (positiva ou negativa). Memórias com baixa carga emocional não mostraram diferenças de atividade cerebral em relação à condição de repouso (Figura 2B). Por fim, na terceira análise, os pesquisadores mostraram que as atividades no córtex pré-frontal medial e no córtex cingulado posterior, áreas mais ativadas durante as recordações autobiográficas, estavam conectadas funcionalmente. Duas áreas estão conectadas funcionalmente quando as atividades cerebrais nessas duas áreas estão correlacionadas. Por exemplo, quanto maior era a atividade no córtex pré-frontal medial, maior era a atividade no córtex cingulado posterior; quanto menor era a atividade numa área, menor era a atividade na outra área. É como se as duas áreas estivessem conversando. Figura 1. Figura 2. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/26016 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/0636d7c5538b98559065fabdcc81f7b1ae86402b.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/6138c806464526bea068f1e64d67e63a1891b3f4.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/0611e35be0a6f9156eb89e8e0a3565481b243fdc.jpg