Modelo comunitário de exploração sustentável de madeira pode salvar florestas na Amazônia
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2002
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Estudos e implantação de planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas. |
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A extração de madeira, na área onde foi posteriormente implantada a Reserva Sustentável de Mamirauá, constituía a principal atividade econômica de populações na época da cheia, sendo feita, porém, de forma prejudicial à preservação de várias espécies de árvores, como a samaúma (Ceiba pentandra) que sofreu intensa exploração antes da criação da Reserva. O projeto de manejo sustentável, a fiscalização por agentes comunitários e programas de educação do IDSM garantiram a redução em 96% da extração ilegal de madeira na área.
Esse modelo, que apresenta resultados positivos, pode vir a ser disseminado por toda a Amazônia. Sua importância é grande para a meta de preservação de espécies ameaçadas e para a garantia da biodiversidade e da própria existência das florestas tropicais inundáveis. Além disso o modelo é pioneiro pela ampla participação de comunidades locais, e pela ligação que se estabelece entre saberes tradicionais e informações tecno-científicas, visando a otimizar os resultados dos planos de manejo. Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), projetam e criam, com estudos científicos de caráter multidisciplinar, planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis. O modelo implantado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas, estimula as comunidades locais e conta com ampla participação das mesmas. O objetivo é equilibrar a exploração da madeira, com atendimento das necessidades econômicas da população, e a preservação da floresta, bem como a biodiversidade das espécies de árvores ameaçadas de extinção. 00010_1.jpg Jovem escoando madeira Foto: James Bampton/PMFCIDSM Comunitário fazendo corte de árvore no projeto de MFC em Mamirauá - Foto: James Bampton/ PMFC-IDSM Transporte de madeiras 00010_5.jpg 00010_6.jpg Inicialmente, os cientistas realizam um mapeamento participativo, isto é, fazem com que cada comunidade escolha sua área de uso florestal. A seguir, promovem negociações intercomunitárias para demarcar as áreas de exploração de cada comunidade. Essas populações recebem apoio para discutir os estatutos criados pelas próprias associações comunitárias, que são legalizadas e tornam-se as responsáveis pela exploração econômica dos recursos madeireiros. O IDSM fornece a essas associações capacitação para realizar levantamentos das espécies de madeiras existentes em suas áreas de exploração. A partir desses levantamentos a exploração madeireira é planejada, abrangendo um período de vários anos. Por meio da seleção de árvores o corte é regulado, bem como a distribuição das árvores remanescentes. É estabelecido um limite de extração de cinco árvores por hectare, e são determinados critérios para definir as árvores a serem retiradas e as que vão permanecer, sempre com a preocupação em minimizar danos à mata e seguir a legislação em vigor. O Código Florestal Brasileiro, que proíbe a extração sem planos de manejo técnico, passou a prever, desde 1998, o manejo florestal de caráter comunitário em pequenas áreas de exploração anual. Com este parâmetro, os cientistas discutem e aprovam, com as comunidades envolvidas, Planos de Manejo Florestal Simplificado (previstos no Código) e obtêm as licenças competentes. A exploração, assim, é organizada de modo a reduzir os danos à floresta, a garantir que apenas as árvores selecionadas sejam derrubadas, a diminuir os riscos de acidentes e a aumentar a eficiência da extração. Dessa forma, a pesquisa inclui a identificação de parcerias com madeireiras e usuários que reconheçam o valor da madeira manejada, ou seja, a madeira de preço mais elevado que a ilegal. O modelo, implantado inicialmente numa área focal de 260 mil hectares, está em expansão para toda a área da Reserva, e inclui um sistema de zoneamento, com áreas de preservação total ao lado das áreas de uso sustentado, sistemas de fiscalização, busca de alternativas econômicas à exploração de madeira e normas de uso dos recursos naturais. O projeto também acompanha como o manejo florestal afeta a renda familiar, e avalia a sustentabilidade do manejo para divulgação e difusão do modelo. |
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Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia |
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259582024-10-01T19:00:45Z1[CeS] Textos de divulgação Modelo comunitário de exploração sustentável de madeira pode salvar florestas na Amazônia Andréa Pires Madeira Uso sustentável Exploração Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Projeto de Apoio ao Manejo Florestal Sustentável na Amazônia 2002-12-02 191.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/a6e7d3e2e9366886d0bb447982145a9a000e3088.jpg A extração de madeira, na área onde foi posteriormente implantada a Reserva Sustentável de Mamirauá, constituía a principal atividade econômica de populações na época da cheia, sendo feita, porém, de forma prejudicial à preservação de várias espécies de árvores, como a samaúma (Ceiba pentandra) que sofreu intensa exploração antes da criação da Reserva. O projeto de manejo sustentável, a fiscalização por agentes comunitários e programas de educação do IDSM garantiram a redução em 96% da extração ilegal de madeira na área. Esse modelo, que apresenta resultados positivos, pode vir a ser disseminado por toda a Amazônia. Sua importância é grande para a meta de preservação de espécies ameaçadas e para a garantia da biodiversidade e da própria existência das florestas tropicais inundáveis. Além disso o modelo é pioneiro pela ampla participação de comunidades locais, e pela ligação que se estabelece entre saberes tradicionais e informações tecno-científicas, visando a otimizar os resultados dos planos de manejo. Pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), projetam e criam, com estudos científicos de caráter multidisciplinar, planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis. O modelo implantado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas, estimula as comunidades locais e conta com ampla participação das mesmas. O objetivo é equilibrar a exploração da madeira, com atendimento das necessidades econômicas da população, e a preservação da floresta, bem como a biodiversidade das espécies de árvores ameaçadas de extinção. 00010_1.jpg Jovem escoando madeira Foto: James Bampton/PMFCIDSM Comunitário fazendo corte de árvore no projeto de MFC em Mamirauá - Foto: James Bampton/ PMFC-IDSM Transporte de madeiras 00010_5.jpg 00010_6.jpg Inicialmente, os cientistas realizam um mapeamento participativo, isto é, fazem com que cada comunidade escolha sua área de uso florestal. A seguir, promovem negociações intercomunitárias para demarcar as áreas de exploração de cada comunidade. Essas populações recebem apoio para discutir os estatutos criados pelas próprias associações comunitárias, que são legalizadas e tornam-se as responsáveis pela exploração econômica dos recursos madeireiros. O IDSM fornece a essas associações capacitação para realizar levantamentos das espécies de madeiras existentes em suas áreas de exploração. A partir desses levantamentos a exploração madeireira é planejada, abrangendo um período de vários anos. Por meio da seleção de árvores o corte é regulado, bem como a distribuição das árvores remanescentes. É estabelecido um limite de extração de cinco árvores por hectare, e são determinados critérios para definir as árvores a serem retiradas e as que vão permanecer, sempre com a preocupação em minimizar danos à mata e seguir a legislação em vigor. O Código Florestal Brasileiro, que proíbe a extração sem planos de manejo técnico, passou a prever, desde 1998, o manejo florestal de caráter comunitário em pequenas áreas de exploração anual. Com este parâmetro, os cientistas discutem e aprovam, com as comunidades envolvidas, Planos de Manejo Florestal Simplificado (previstos no Código) e obtêm as licenças competentes. A exploração, assim, é organizada de modo a reduzir os danos à floresta, a garantir que apenas as árvores selecionadas sejam derrubadas, a diminuir os riscos de acidentes e a aumentar a eficiência da extração. Dessa forma, a pesquisa inclui a identificação de parcerias com madeireiras e usuários que reconheçam o valor da madeira manejada, ou seja, a madeira de preço mais elevado que a ilegal. O modelo, implantado inicialmente numa área focal de 260 mil hectares, está em expansão para toda a área da Reserva, e inclui um sistema de zoneamento, com áreas de preservação total ao lado das áreas de uso sustentado, sistemas de fiscalização, busca de alternativas econômicas à exploração de madeira e normas de uso dos recursos naturais. O projeto também acompanha como o manejo florestal afeta a renda familiar, e avalia a sustentabilidade do manejo para divulgação e difusão do modelo. O desafio de conservar as florestas inundáveis amazônicas no Brasil Estudos e implantação de planos de manejo para exploração sustentável dos recursos madeireiros em áreas de florestas amazônicas inundáveis na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, na região do Médio Solimões, no Estado do Amazonas. 2002-12-02 Ciências Agrárias Inicialmente, os cientistas realizam um mapeamento participativo, isto é, fazem com que cada comunidade escolha sua área de uso florestal. A seguir, promovem negociações intercomunitárias para demarcar as áreas de exploração de cada comunidade. Essas populações recebem apoio para discutir os estatutos criados pelas próprias associações comunitárias, que são legalizadas e tornam-se as responsáveis pela exploração econômica dos recursos madeireiros. O IDSM fornece a essas associações capacitação para realizar levantamentos das espécies de madeiras existentes em suas áreas de exploração. A partir desses levantamentos a exploração madeireira é planejada, abrangendo um período de vários anos. Por meio da seleção de árvores o corte é regulado, bem como a distribuição das árvores remanescentes. É estabelecido um limite de extração de cinco árvores por hectare, e são determinados critérios para definir as árvores a serem retiradas e as que vão permanecer, sempre com a preocupação em minimizar danos à mata e seguir a legislação em vigor. O Código Florestal Brasileiro, que proíbe a extração sem planos de manejo técnico, passou a prever, desde 1998, o manejo florestal de caráter comunitário em pequenas áreas de exploração anual. Com este parâmetro, os cientistas discutem e aprovam, com as comunidades envolvidas, Planos de Manejo Florestal Simplificado (previstos no Código) e obtêm as licenças competentes. A exploração, assim, é organizada de modo a reduzir os danos à floresta, a garantir que apenas as árvores selecionadas sejam derrubadas, a diminuir os riscos de acidentes e a aumentar a eficiência da extração. Dessa forma, a pesquisa inclui a identificação de parcerias com madeireiras e usuários que reconheçam o valor da madeira manejada, ou seja, a madeira de preço mais elevado que a ilegal. O modelo, implantado inicialmente numa área focal de 260 mil hectares, está em expansão para toda a área da Reserva, e inclui um sistema de zoneamento, com áreas de preservação total ao lado das áreas de uso sustentado, sistemas de fiscalização, busca de alternativas econômicas à exploração de madeira e normas de uso dos recursos naturais. O projeto também acompanha como o manejo florestal afeta a renda familiar, e avalia a sustentabilidade do manejo para divulgação e difusão do modelo. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/25958 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/a6e7d3e2e9366886d0bb447982145a9a000e3088.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c33b9ebef36cea0ff6d1dcd0833bacf48dbb232a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/41fedfb0992349361e0be13bf8ab741718b9a982.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/f57c4b075213a408c068c7309967d97f9c810f36.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/13193cbcb573b937da079c71b4c89211bf4ce66a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/30b587dec20a2528fe6b0cd6cdeadbea1aa8f19f.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7759acdf3a64c5af73bed44c3b05ceaf6c9d7ef5.jpg |