Dinâmica ecológica e zoneamento ambiental de savanas amazônicas
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2002
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A pesquisa tem como foco, suscetibilidade das florestas que sofrem alterações pela ação do homem a queimadas oriundas de áreas abertas vizinhas, já que as savanas naturais e os campos criados para a agricultura podem influir na freqüência dessas queimadas |
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A região de Santarém próxima a Alter-do-Chão, de reconhecido potencial turístico, é conhecida como o "Caribe da Amazônia". Os moradores locais reconhecem que o ecoturismo e outros usos sustentados da biodiversidade tem muito mais potencial econômico do que as atividades tradicionais de cultivo de mandioca e pecuária. Assim, em 1997, foi criada uma Comissão para solicitar a declaração da região como Área de Proteção Ambiental. A Comissão solicitou as informações geradas por esta pesquisa para usar como subsídio para o zoneamento econômico-ecológico da área, e os moradores solicitaram a participação do INPA na Comissão. Esta boa vontade política possibilita que o projeto torne-se, para a Amazônia, uma demonstração prática de como o conhecimento científico – no caso, o conhecimento da biodiversidade - pode ser integrado com as aspirações econômicas, sociais e ambientais das comunidades locais. Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) estuda a distribuição espacial e o zoneamento da biodiversidade (plantas e animais) em áreas de savana com trechos (“ilhas”) naturais de florestas de vários tamanhos. Tanto as savanas amazônicas quanto as florestas inseridas nelas estão entre os ambientes mais ameaçados na Amazônia. A pesquisa visa determinar a importância destes ambientes para a biodiversidade para indicar seu melhor aproveitamento social por comunidades locais e para a economia regional. Outro foco da pesquisa é a suscetibilidade das florestas que sofrem alterações pela ação do homem a queimadas oriundas de áreas abertas vizinhas, já que as savanas naturais e os campos criados para a agricultura podem influir na freqüência dessas queimadas. A região escolhida para o estudo é a área de savanas de Santarém, próxima a Alter-do-Chão, de grande potencial turístico. Alter-do-Chão Mapa Santarém, delimitação de zonas de agropecuária, conservação e preservação Mapa Santarém, área de estudo Moradores da área de estudo A metodologia escolhida para a pesquisa apoia-se em três linhas de ação. A primeira é determinar a distribuição da diversidade dentro das savanas estudadas e compará-la com outras regiões amazônicas. Quarenta parcelas de 3.75 hectares cada uma são estudadas nas áreas de savana. Também foram pesquisadas outras 35 parcelas, em 26 fragmentos naturais de floresta de diferentes tamanhos, e mais 9 parcelas, em áreas de floresta contínua, sobre uma área total de 100 quilômetros quadrados. Na segunda linha de ação, avalia-se como animais aproveitam o fluxo de energia das cadeias tróficas (de nutrição) ecológicas entre a savana e a floresta. Para isso foi adotada uma técnica que identifica, nas plantas usadas para alimentação dos animais, um isótopo (partícula radioativa) de carbono chamado Delta 13C, cujo “caminho” (quando é ingerido por animais) pode ser rastreado (detectado por instrumentos). Sabe-se que a energia pode vir de duas fontes: plantas do tipo C3 (arbustos e árvores) ou plantas do tipo C4 (capins). Nesta parte do estudo foram documentadas as proporções de carbono isotópico para a maioria das plantas comuns na savana e calculada a provável porcentagem de contribuição de gramíneas (capins) e de vegetação arbustiva e arbórea para a aquisição de energia em espécies de animais invertebrados (formigas, cupins, e gafanhotos) e vertebrados (sapos, lagartos, aves, e mamíferos). Na terceira linha de ação são estudadas as características geográficas e biológicas das áreas usadas para agropecuária, determinando-se a freqüência de uso de queimadas para avaliar as prováveis pressões sobre as áreas restantes. As amostras são colhidas em áreas agrícolas de 10 comunidades humanas existentes na região de Alter-do-Chão. Os estudos de biodiversidade na área mostram que muitas espécies típicas das savanas estão ameaçadas regionalmente e permitem estabelecer quais unidades de manejo devem ser implantadas prioritariamente dentro desse tipo de ecossistema. Os estudos de fluxos de energia dentro das savanas, e entre as savanas e as florestas, mostram que são complexas essas relações e sugerem a necessidade de manejo em nível do ecossistema. Como muitos dos problemas ecossistêmicos estão associados com o mau uso das bacias hidrográficas, a pesquisa também avalia o conhecimento, pelos moradores, das leis conservacionistas como passo preliminar para a criação de um Comitê de Manejo para os afluentes do Lago Verde, a maior atração turística na área. Estudos da atividade econômica indicam as áreas necessárias para a produção agrícola, permitindo zonear a intensidade do uso nessas áreas. Estes estudos também apontam a viabilidade de alternativas de exploração econômica na área como o ecoturismo, e a melinicultura (cultura de abelhas do gênero Melipona - com ferrão vestigial ou sem função - para a produção de mel). A melinicultura foi aceita pela população local e é compatível com a preservação da vegetação nativa. Cursos de melinicultura já foram dados para moradores de 19 comunidades na área. |
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Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia Financiadora de Estudos e Projetos Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações União Européia |
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255282024-10-01T19:00:45Z1[CeS] Textos de divulgação Dinâmica ecológica e zoneamento ambiental de savanas amazônicas Renato Cintra Ecologia Savana Zoneamento Distribuição Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia Financiadora de Estudos e Projetos Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações União Européia 2002-12-17 313.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/6c92f0b094123fcf55e2bbdd190473e53fdebd04.jpg A região de Santarém próxima a Alter-do-Chão, de reconhecido potencial turístico, é conhecida como o "Caribe da Amazônia". Os moradores locais reconhecem que o ecoturismo e outros usos sustentados da biodiversidade tem muito mais potencial econômico do que as atividades tradicionais de cultivo de mandioca e pecuária. Assim, em 1997, foi criada uma Comissão para solicitar a declaração da região como Área de Proteção Ambiental. A Comissão solicitou as informações geradas por esta pesquisa para usar como subsídio para o zoneamento econômico-ecológico da área, e os moradores solicitaram a participação do INPA na Comissão. Esta boa vontade política possibilita que o projeto torne-se, para a Amazônia, uma demonstração prática de como o conhecimento científico – no caso, o conhecimento da biodiversidade - pode ser integrado com as aspirações econômicas, sociais e ambientais das comunidades locais. Um grupo de cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) estuda a distribuição espacial e o zoneamento da biodiversidade (plantas e animais) em áreas de savana com trechos (“ilhas”) naturais de florestas de vários tamanhos. Tanto as savanas amazônicas quanto as florestas inseridas nelas estão entre os ambientes mais ameaçados na Amazônia. A pesquisa visa determinar a importância destes ambientes para a biodiversidade para indicar seu melhor aproveitamento social por comunidades locais e para a economia regional. Outro foco da pesquisa é a suscetibilidade das florestas que sofrem alterações pela ação do homem a queimadas oriundas de áreas abertas vizinhas, já que as savanas naturais e os campos criados para a agricultura podem influir na freqüência dessas queimadas. A região escolhida para o estudo é a área de savanas de Santarém, próxima a Alter-do-Chão, de grande potencial turístico. Alter-do-Chão Mapa Santarém, delimitação de zonas de agropecuária, conservação e preservação Mapa Santarém, área de estudo Moradores da área de estudo A metodologia escolhida para a pesquisa apoia-se em três linhas de ação. A primeira é determinar a distribuição da diversidade dentro das savanas estudadas e compará-la com outras regiões amazônicas. Quarenta parcelas de 3.75 hectares cada uma são estudadas nas áreas de savana. Também foram pesquisadas outras 35 parcelas, em 26 fragmentos naturais de floresta de diferentes tamanhos, e mais 9 parcelas, em áreas de floresta contínua, sobre uma área total de 100 quilômetros quadrados. Na segunda linha de ação, avalia-se como animais aproveitam o fluxo de energia das cadeias tróficas (de nutrição) ecológicas entre a savana e a floresta. Para isso foi adotada uma técnica que identifica, nas plantas usadas para alimentação dos animais, um isótopo (partícula radioativa) de carbono chamado Delta 13C, cujo “caminho” (quando é ingerido por animais) pode ser rastreado (detectado por instrumentos). Sabe-se que a energia pode vir de duas fontes: plantas do tipo C3 (arbustos e árvores) ou plantas do tipo C4 (capins). Nesta parte do estudo foram documentadas as proporções de carbono isotópico para a maioria das plantas comuns na savana e calculada a provável porcentagem de contribuição de gramíneas (capins) e de vegetação arbustiva e arbórea para a aquisição de energia em espécies de animais invertebrados (formigas, cupins, e gafanhotos) e vertebrados (sapos, lagartos, aves, e mamíferos). Na terceira linha de ação são estudadas as características geográficas e biológicas das áreas usadas para agropecuária, determinando-se a freqüência de uso de queimadas para avaliar as prováveis pressões sobre as áreas restantes. As amostras são colhidas em áreas agrícolas de 10 comunidades humanas existentes na região de Alter-do-Chão. Os estudos de biodiversidade na área mostram que muitas espécies típicas das savanas estão ameaçadas regionalmente e permitem estabelecer quais unidades de manejo devem ser implantadas prioritariamente dentro desse tipo de ecossistema. Os estudos de fluxos de energia dentro das savanas, e entre as savanas e as florestas, mostram que são complexas essas relações e sugerem a necessidade de manejo em nível do ecossistema. Como muitos dos problemas ecossistêmicos estão associados com o mau uso das bacias hidrográficas, a pesquisa também avalia o conhecimento, pelos moradores, das leis conservacionistas como passo preliminar para a criação de um Comitê de Manejo para os afluentes do Lago Verde, a maior atração turística na área. Estudos da atividade econômica indicam as áreas necessárias para a produção agrícola, permitindo zonear a intensidade do uso nessas áreas. Estes estudos também apontam a viabilidade de alternativas de exploração econômica na área como o ecoturismo, e a melinicultura (cultura de abelhas do gênero Melipona - com ferrão vestigial ou sem função - para a produção de mel). A melinicultura foi aceita pela população local e é compatível com a preservação da vegetação nativa. Cursos de melinicultura já foram dados para moradores de 19 comunidades na área. As interações entre savanas e florestas na Amazônia e sua importância para a biodiversidade. A pesquisa tem como foco, suscetibilidade das florestas que sofrem alterações pela ação do homem a queimadas oriundas de áreas abertas vizinhas, já que as savanas naturais e os campos criados para a agricultura podem influir na freqüência dessas queimadas 2002-12-17 Ciências Biológicas A metodologia escolhida para a pesquisa apoia-se em três linhas de ação. A primeira é determinar a distribuição da diversidade dentro das savanas estudadas e compará-la com outras regiões amazônicas. Quarenta parcelas de 3.75 hectares cada uma são estudadas nas áreas de savana. Também foram pesquisadas outras 35 parcelas, em 26 fragmentos naturais de floresta de diferentes tamanhos, e mais 9 parcelas, em áreas de floresta contínua, sobre uma área total de 100 quilômetros quadrados. Na segunda linha de ação, avalia-se como animais aproveitam o fluxo de energia das cadeias tróficas (de nutrição) ecológicas entre a savana e a floresta. Para isso foi adotada uma técnica que identifica, nas plantas usadas para alimentação dos animais, um isótopo (partícula radioativa) de carbono chamado Delta 13C, cujo “caminho” (quando é ingerido por animais) pode ser rastreado (detectado por instrumentos). Sabe-se que a energia pode vir de duas fontes: plantas do tipo C3 (arbustos e árvores) ou plantas do tipo C4 (capins). Nesta parte do estudo foram documentadas as proporções de carbono isotópico para a maioria das plantas comuns na savana e calculada a provável porcentagem de contribuição de gramíneas (capins) e de vegetação arbustiva e arbórea para a aquisição de energia em espécies de animais invertebrados (formigas, cupins, e gafanhotos) e vertebrados (sapos, lagartos, aves, e mamíferos). Na terceira linha de ação são estudadas as características geográficas e biológicas das áreas usadas para agropecuária, determinando-se a freqüência de uso de queimadas para avaliar as prováveis pressões sobre as áreas restantes. As amostras são colhidas em áreas agrícolas de 10 comunidades humanas existentes na região de Alter-do-Chão. Os estudos de biodiversidade na área mostram que muitas espécies típicas das savanas estão ameaçadas regionalmente e permitem estabelecer quais unidades de manejo devem ser implantadas prioritariamente dentro desse tipo de ecossistema. Os estudos de fluxos de energia dentro das savanas, e entre as savanas e as florestas, mostram que são complexas essas relações e sugerem a necessidade de manejo em nível do ecossistema. Como muitos dos problemas ecossistêmicos estão associados com o mau uso das bacias hidrográficas, a pesquisa também avalia o conhecimento, pelos moradores, das leis conservacionistas como passo preliminar para a criação de um Comitê de Manejo para os afluentes do Lago Verde, a maior atração turística na área. Estudos da atividade econômica indicam as áreas necessárias para a produção agrícola, permitindo zonear a intensidade do uso nessas áreas. Estes estudos também apontam a viabilidade de alternativas de exploração econômica na área como o ecoturismo, e a melinicultura (cultura de abelhas do gênero Melipona - com ferrão vestigial ou sem função - para a produção de mel). A melinicultura foi aceita pela população local e é compatível com a preservação da vegetação nativa. Cursos de melinicultura já foram dados para moradores de 19 comunidades na área. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/25528 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/6c92f0b094123fcf55e2bbdd190473e53fdebd04.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8f813dcbe647d4fc12d2d5ed71971115492cd25f.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/de014d3374ef911d7967f685363f70939184f944.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/6df097b69967b690a59a2cf42bbb0d5673175962.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/56eb40cac6f7e33d73fd6da91454616597e752bb.jpg |