Madeiras da floresta Amazônica utilizadas na fabricação de instrumentos musicais

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Autor principal: Mário Rabelo de Souza
Formato: Online
Publicado em: 2014
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Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24972
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abstract Os pesquisadores estudaram mais de 300 espécies madeireiras e descobriram possibilidades na floresta amazônica para substituir espécies estrangeiras, mantendo a mesma qualidade física e sonora dos instrumentos.
coverage As madeiras brasileiras podem produzir instrumentos musicais de qualidade, podendo ter características semelhantes ou até superiores às tradicionalmente utilizadas. Para os fabricantes de instrumentos musicais, o uso de madeiras brasileiras alternativas representa um incremento dos negócios a partir da queda de preço dos produtos sem perda de qualidade.
A árvore morototó, por exemplo, pode ser utilizada para fazer o tampo do violão no lugar do spruce, madeira importada. No braço do instrumento, a andiroba pode substituir o maple, outra madeira importada. O fabricante que gastava U$ 100 para importar apenas a madeira do tampo, utilizando espécies brasileiras, consegue comprar, pelo mesmo valor, todas as madeiras do instrumento. Com o dinheiro da montagem de um violão importado, pode-se fazer dois ou três violões com madeiras brasileiras. Já existem no mercado violões 100 % brasileiros.
Outro exemplo de instrumento fabricado integralmente com madeira nacional é o fagote feito de imbuia, executado pelo músico fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, onde até hoje é seu primeiro fagotista, Hary Schweizer. Ex-professor de música da Universidade de Brasília, ele produz e toca fagotes feitos com madeiras brasileiras. Segundo o músico, ele aventurou-se na fabricação dos instrumentos porque não eram produzidos no Brasil, todos tinham de ser importados a um alto custo. Há mais de 20 anos os fagotes de Schweizer fazem sucesso em orquestras brasileiras, americanas e cubanas.
Outro aspecto importante da produção de instrumentos musicais é a origem das madeiras nacionais alternativas. Músicos, luthiers e indústria devem estar atentos aos selos que certifiquem a exploração sustentável das madeiras usadas na fabricação dos instrumentos. O Forest Stewardship Council (FSC) é uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, criada em 1993 para promover o uso responsável das florestas ao redor do mundo. A certificação FSC é uma garantia internacionalmente reconhecida que identifica, por meio de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal. O selo FSC garante que a madeira usada como matéria-prima foi obtida de forma legal, e de florestas exploradas de acordo com os princípios, critérios e normas difundidos pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), os quais conciliam a extração lucrativa de árvores, para a produção de celulose e papel, com a conservação e benefícios sociais. Para que as madeiras alternativas e os selos se propaguem é necessário que músicos, luthiers, indústrias acreditem que é possível crescer economicamente sem destruir as florestas. Sem floresta, não há música. Não como a conhecemos por gerações.
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O som produzido pelos instrumentos musicais de madeira é influenciado tanto pelo seu formato e dimensões quanto pelas propriedades das madeiras utilizadas na sua fabricação. A madeira tem um papel importante na qualidade tonal do instrumento, fazendo do maior mérito na arte dos luthiers a habilidade de escolher a madeira mais apropriada para produzir instrumentos musicais com uma qualidade. Desse modo, os fabricantes (luthier ou indústria), acabam utilizando sempre as mesmas espécies de madeiras na produção de instrumentos musicais.
A tecnologia é capaz de inventar sintetizadores que substituam, com a mesma riqueza e qualidade, os sons extraídos dos instrumentos musicais convencionais. Todavia, por mais que muitos materiais já tenham sido testados, há uma grande variação no timbre do instrumento quando este não é feito de madeira. Assim, a maioria dos músicos prefere instrumentos feitos com matérias-primas originais, por suas propriedades acústicas moldadas pela natureza.
Cerca de 200 espécies de árvores são usadas na produção de instrumentos musicais no planeta; 70 delas são ameaçadas de extinção. O uso recorrente dessas madeiras, inclusive por indústrias de outros segmentos, como o de móveis, explica a ameaça e a raridade de algumas espécies. No Brasil, por exemplo, é crítica a situação do jacarandá-da-bahia, utilizado em instrumentos de corda, e do pau-brasil Caesalpinea echinata, utilizado para fabricar arcos de violino. Ambas são protegidas por Lei e têm a derrubada proibida. A madeira de pau-brasil é muito procurada no exterior, sendo considerada mundialmente a única que reúne características ideais de ressonância, densidade, durabilidade, beleza, além da extensão da curvatura, do peso, da espessura e de preciosas qualidades tonais, para a confecção dos melhores arcos de instrumentos de corda. O cerne do pau-brasil é alaranjado, bastante evidente na árvore recém-cortada, decorrente da presença de brasilina, que oxida com a exposição ao ar, assumindo uma coloração vermelha-coral, muito apreciada.
O Brasil, embora possua uma riquíssima biodiversidade e uma das mais vastas florestas tropicais do mundo, importa instrumentos musicais acabados ou madeiras para a fabricação desses instrumentos. Essas madeiras, de utilização nobre devido a sua escassez, possuem alto valor econômico e o elevado preço dessa matéria-prima pode desestimular a produção nacional de violinos, violas, violoncelos, clarinetas, oboés, pianos e outros. A raridade dos troncos encarece o preço final dos instrumentos musicais. Esse cenário levou as fábricas brasileiras, como Hering, Gianini, Di Giorgio, além de luthiers, a reservarem parte da produção habitual para instrumentos feitos com madeiras nacionais alternativas.
Há 40 anos, o Laboratório de Produtos Florestais (LPF), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, viabiliza soluções tecnológicas para a utilização de produtos das florestas, especialmente madeiras, de modo sustentável. A pesquisa por madeiras alternativas às tradicionalmente usadas na fabricação de instrumentos musicais está dentre aquelas realizadas pelo LPF. O pesquisador Mário Rabelo e sua equipe estudaram mais de 300 espécies madeireiras e descobriram possibilidades na floresta amazônica para substituir espécies estrangeiras, mantendo a mesma qualidade física e sonora dos instrumentos. A pesquisa propõe o casamento do mercado de instrumentos e seus interesses econômicos com a proteção ambiental, reduzindo a pressão principalmente sobre as espécies ameaçadas de extinção.
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A avaliação de algumas características e propriedades define se uma madeira é ou não de boa qualidade. A avaliação é feita no cerne uma vez que não se utiliza alburno para a confecção de instrumentos musicais. As espécies de árvores estudadas foram selecionadas por meio de um teste acústico e de acordo com suas características anatômicas (cor, grã, textura e figura), propriedades físicas (densidade da madeira e contração) e propriedades mecânicas (módulo de ruptura e elasticidade na flexão estática). Essas características e propriedades foram comparadas às das espécies importadas, tradicionalmente usadas na fabricação de instrumentos musicais e usadas como parâmetro de madeira de boa qualidade.
A madeira, embora tenha densidade menor à dos metais, tem uma velocidade de propagação sonora semelhante a eles. No teste acústico, desenvolvido para instrumentos de corda, um aparelho, controlado por um computador, capta a vibração transmitida de uma extremidade a outra das amostras de madeira e mede a amplitude e frequência da ressonância, ou seja, a velocidade de propagação do som. As amostras são pequenas réguas de 30 x 2 x 0,3 cm de dimensão. As madeiras de alta densidade apresentaram, geralmente, baixa velocidade de propagação sonora. Madeiras de baixa ou média densidade e alta velocidade de propagação, como o marupá, são alternativas para os fabricantes nacionais de guitarras em substituição ao mogno, espécie tradicionalmente utilizada na fabricação desses instrumentos, mas ameaçada de extinção.
A avaliação de algumas características e propriedades das madeiras, utilizada para selecionar aquelas de boa qualidade, não é definitiva para a escolha de uma espécie para a fabricação do instrumento musical, mas sim um indicativo de sua potencialidade. Existem inúmeras características que podem definir o timbre de uma madeira, até mesmo, variações dentro da mesma árvore.
institution Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais
publishDate 2014
publishDateFull 2014-09-26
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No braço do instrumento, a andiroba pode substituir o maple, outra madeira importada. O fabricante que gastava U$ 100 para importar apenas a madeira do tampo, utilizando espécies brasileiras, consegue comprar, pelo mesmo valor, todas as madeiras do instrumento. Com o dinheiro da montagem de um violão importado, pode-se fazer dois ou três violões com madeiras brasileiras. Já existem no mercado violões 100 % brasileiros. Outro exemplo de instrumento fabricado integralmente com madeira nacional é o fagote feito de imbuia, executado pelo músico fundador da Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Cláudio Santoro, onde até hoje é seu primeiro fagotista, Hary Schweizer. Ex-professor de música da Universidade de Brasília, ele produz e toca fagotes feitos com madeiras brasileiras. Segundo o músico, ele aventurou-se na fabricação dos instrumentos porque não eram produzidos no Brasil, todos tinham de ser importados a um alto custo. Há mais de 20 anos os fagotes de Schweizer fazem sucesso em orquestras brasileiras, americanas e cubanas. Outro aspecto importante da produção de instrumentos musicais é a origem das madeiras nacionais alternativas. Músicos, luthiers e indústria devem estar atentos aos selos que certifiquem a exploração sustentável das madeiras usadas na fabricação dos instrumentos. O Forest Stewardship Council (FSC) é uma organização independente, não governamental, sem fins lucrativos, criada em 1993 para promover o uso responsável das florestas ao redor do mundo. A certificação FSC é uma garantia internacionalmente reconhecida que identifica, por meio de sua logomarca, produtos madeireiros e não madeireiros originados do bom manejo florestal. O selo FSC garante que a madeira usada como matéria-prima foi obtida de forma legal, e de florestas exploradas de acordo com os princípios, critérios e normas difundidos pelo Conselho Brasileiro de Manejo Florestal (FSC Brasil), os quais conciliam a extração lucrativa de árvores, para a produção de celulose e papel, com a conservação e benefícios sociais. Para que as madeiras alternativas e os selos se propaguem é necessário que músicos, luthiers, indústrias acreditem que é possível crescer economicamente sem destruir as florestas. Sem floresta, não há música. Não como a conhecemos por gerações. 0270_x0x.jpg 0270_x10x.jpg 0270_x11x.jpg 0270_x12x.jpg 0270_x13x.jpg 0270_x1x.png 0270_x2x.jpg 0270_x3x.jpg 0270_x4x.jpg O som produzido pelos instrumentos musicais de madeira é influenciado tanto pelo seu formato e dimensões quanto pelas propriedades das madeiras utilizadas na sua fabricação. A madeira tem um papel importante na qualidade tonal do instrumento, fazendo do maior mérito na arte dos luthiers a habilidade de escolher a madeira mais apropriada para produzir instrumentos musicais com uma qualidade. Desse modo, os fabricantes (luthier ou indústria), acabam utilizando sempre as mesmas espécies de madeiras na produção de instrumentos musicais. A tecnologia é capaz de inventar sintetizadores que substituam, com a mesma riqueza e qualidade, os sons extraídos dos instrumentos musicais convencionais. Todavia, por mais que muitos materiais já tenham sido testados, há uma grande variação no timbre do instrumento quando este não é feito de madeira. Assim, a maioria dos músicos prefere instrumentos feitos com matérias-primas originais, por suas propriedades acústicas moldadas pela natureza. Cerca de 200 espécies de árvores são usadas na produção de instrumentos musicais no planeta; 70 delas são ameaçadas de extinção. O uso recorrente dessas madeiras, inclusive por indústrias de outros segmentos, como o de móveis, explica a ameaça e a raridade de algumas espécies. No Brasil, por exemplo, é crítica a situação do jacarandá-da-bahia, utilizado em instrumentos de corda, e do pau-brasil Caesalpinea echinata, utilizado para fabricar arcos de violino. Ambas são protegidas por Lei e têm a derrubada proibida. A madeira de pau-brasil é muito procurada no exterior, sendo considerada mundialmente a única que reúne características ideais de ressonância, densidade, durabilidade, beleza, além da extensão da curvatura, do peso, da espessura e de preciosas qualidades tonais, para a confecção dos melhores arcos de instrumentos de corda. O cerne do pau-brasil é alaranjado, bastante evidente na árvore recém-cortada, decorrente da presença de brasilina, que oxida com a exposição ao ar, assumindo uma coloração vermelha-coral, muito apreciada. O Brasil, embora possua uma riquíssima biodiversidade e uma das mais vastas florestas tropicais do mundo, importa instrumentos musicais acabados ou madeiras para a fabricação desses instrumentos. Essas madeiras, de utilização nobre devido a sua escassez, possuem alto valor econômico e o elevado preço dessa matéria-prima pode desestimular a produção nacional de violinos, violas, violoncelos, clarinetas, oboés, pianos e outros. A raridade dos troncos encarece o preço final dos instrumentos musicais. Esse cenário levou as fábricas brasileiras, como Hering, Gianini, Di Giorgio, além de luthiers, a reservarem parte da produção habitual para instrumentos feitos com madeiras nacionais alternativas. Há 40 anos, o Laboratório de Produtos Florestais (LPF), vinculado ao Ministério do Meio Ambiente, viabiliza soluções tecnológicas para a utilização de produtos das florestas, especialmente madeiras, de modo sustentável. A pesquisa por madeiras alternativas às tradicionalmente usadas na fabricação de instrumentos musicais está dentre aquelas realizadas pelo LPF. O pesquisador Mário Rabelo e sua equipe estudaram mais de 300 espécies madeireiras e descobriram possibilidades na floresta amazônica para substituir espécies estrangeiras, mantendo a mesma qualidade física e sonora dos instrumentos. A pesquisa propõe o casamento do mercado de instrumentos e seus interesses econômicos com a proteção ambiental, reduzindo a pressão principalmente sobre as espécies ameaçadas de extinção. 0270Extra.png 0270_x5x.jpg 0270_x6x.jpg 0270_x7x.jpg 0270_x8x.jpg 0270_x9x.jpg A avaliação de algumas características e propriedades define se uma madeira é ou não de boa qualidade. A avaliação é feita no cerne uma vez que não se utiliza alburno para a confecção de instrumentos musicais. As espécies de árvores estudadas foram selecionadas por meio de um teste acústico e de acordo com suas características anatômicas (cor, grã, textura e figura), propriedades físicas (densidade da madeira e contração) e propriedades mecânicas (módulo de ruptura e elasticidade na flexão estática). Essas características e propriedades foram comparadas às das espécies importadas, tradicionalmente usadas na fabricação de instrumentos musicais e usadas como parâmetro de madeira de boa qualidade. A madeira, embora tenha densidade menor à dos metais, tem uma velocidade de propagação sonora semelhante a eles. No teste acústico, desenvolvido para instrumentos de corda, um aparelho, controlado por um computador, capta a vibração transmitida de uma extremidade a outra das amostras de madeira e mede a amplitude e frequência da ressonância, ou seja, a velocidade de propagação do som. As amostras são pequenas réguas de 30 x 2 x 0,3 cm de dimensão. As madeiras de alta densidade apresentaram, geralmente, baixa velocidade de propagação sonora. Madeiras de baixa ou média densidade e alta velocidade de propagação, como o marupá, são alternativas para os fabricantes nacionais de guitarras em substituição ao mogno, espécie tradicionalmente utilizada na fabricação desses instrumentos, mas ameaçada de extinção. A avaliação de algumas características e propriedades das madeiras, utilizada para selecionar aquelas de boa qualidade, não é definitiva para a escolha de uma espécie para a fabricação do instrumento musical, mas sim um indicativo de sua potencialidade. Existem inúmeras características que podem definir o timbre de uma madeira, até mesmo, variações dentro da mesma árvore. Avaliação e classificação de madeiras da região Amazônica para utilização em instrumentos musicais Os pesquisadores estudaram mais de 300 espécies madeireiras e descobriram possibilidades na floresta amazônica para substituir espécies estrangeiras, mantendo a mesma qualidade física e sonora dos instrumentos. 2014-09-26 https://www.researchgate.net/publication/316108638_Avaliacao_de_madeiras_amazonicas_para_utilizacao_em_instrumentos_musicais Ciências Exatas e da Terra CANAL CIÊNCIA. Madeiras da floresta Amazônica utilizadas na fabricação de instrumentos musicais. 2014. Disponível em: https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-exatas-e-da-terra/194-madeiras-da-floresta-amazonica-utilizadas-na-fabricacao-de-instrumentos-musicais. Acesso em: <data de acesso ao texto de divulgação>. A avaliação de algumas características e propriedades define se uma madeira é ou não de boa qualidade. A avaliação é feita no cerne uma vez que não se utiliza alburno para a confecção de instrumentos musicais. As espécies de árvores estudadas foram selecionadas por meio de um teste acústico e de acordo com suas características anatômicas (cor, grã, textura e figura), propriedades físicas (densidade da madeira e contração) e propriedades mecânicas (módulo de ruptura e elasticidade na flexão estática). Essas características e propriedades foram comparadas às das espécies importadas, tradicionalmente usadas na fabricação de instrumentos musicais e usadas como parâmetro de madeira de boa qualidade. A madeira, embora tenha densidade menor à dos metais, tem uma velocidade de propagação sonora semelhante a eles. No teste acústico, desenvolvido para instrumentos de corda, um aparelho, controlado por um computador, capta a vibração transmitida de uma extremidade a outra das amostras de madeira e mede a amplitude e frequência da ressonância, ou seja, a velocidade de propagação do som. As amostras são pequenas réguas de 30 x 2 x 0,3 cm de dimensão. As madeiras de alta densidade apresentaram, geralmente, baixa velocidade de propagação sonora. Madeiras de baixa ou média densidade e alta velocidade de propagação, como o marupá, são alternativas para os fabricantes nacionais de guitarras em substituição ao mogno, espécie tradicionalmente utilizada na fabricação desses instrumentos, mas ameaçada de extinção. A avaliação de algumas características e propriedades das madeiras, utilizada para selecionar aquelas de boa qualidade, não é definitiva para a escolha de uma espécie para a fabricação do instrumento musical, mas sim um indicativo de sua potencialidade. Existem inúmeras características que podem definir o timbre de uma madeira, até mesmo, variações dentro da mesma árvore. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24972 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/88c88b6446d9acf7b90edd88c0cd1edd9f448d70.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b27b8fa417ffe3f4f902867daf46c1f1c691c330.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7c5e00d748df7deefd0e91a0d58ec11526907294.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/8fce2a1c217bff2379cb3d9a0de522a7e05e95ce.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/18a4f13ea8f696fda3754b3fdd43488129e17ffc.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/4ce9bbbd1ab155e0176b1e0cccb2f98b56e8969d.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/51f066e949531d93730f1a17365d7797722eefcc.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/826e02dbf5ced737e79b3d32af7098c4d7e1adc0.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/57b08d9360235ccca440e133c9265499c231646d.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/243819eb24d5e8f719ca2a0ef409807a9cfbe416.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/aef823e8a36209a88d9d4a92ad3d7384d502973f.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/49950b5fe88ece6e179b22017bfa1bceeffc9eba.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c1127e03b23fcc616b6c5daea665ff2834859e4c.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/354f78104e23de08faaa3845a4fdfcc8e4744b6c.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/891ea7e56be4a05c51e4a1963e778e2258e35c19.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/00f2956102c01888a7773d801b05504a9263908e.jpg