Desmatamento nas várzeas amazônicas ameaça fauna fluvial
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Publicado em: |
2002
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Pesquisa dos efeitos do desmatamento nas florestas de planícies amazônicas inundáveis nas populações de peixes, tartarugas e insetos. |
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A floreta de várzea vem sofrendo constantes modificações devido ao desmatamento, causados sucessivamente por plantações de juta, extração seletiva de madeira (75% da madeira exportada da Amazônia vem de várzeas), estabelecimento de pastos e plantação de grãos..
Colonos receberam, do poder público, sementes melhoradas, ferramentas e supervisão técnica para implantar diversos tipos de cultivos de grãos e frutas nas áreas de várzea, sendo que a preparação do solo implica na remoção das florestas. Locais como as várzeas dos rios Juruá, Madeira e Solimões, nas proximidades de Manaus, tem sofrido intensamente com este processo que tem apelo social, mas cujos impactos ambientais ainda não foram avaliados. E devido aos investimentos agrícolas, a área de várzea tende a diminuir ainda mais nos anos por vir.
Diante disso é importante uma avaliação minuciosa dos efeitos desse desmatamento na fauna ribeirinha, pela ameaça potencial à biodiversidade, principalmente entre a numerosa população de peixes e quelônios. O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira na Amazônia também pode ser afetado pelo desmatamento intensivo da várzea, sendo que o potencial de produção sustentável estimado é de 900 mil toneladas/ano de pescado. Mas além do valor econômico dessa atividade (estimado em U$ 300 milhões/ano), que pode ser afetado pelo desmatamento das várzeas para fins agrícolas, a pesquisa também foca outro dado social, pois o pescado é a principal e mais barata fonte de proteínas das populações locais. Pesquisa sobre os efeitos do desmatamento nas florestas de várzea (habitat definido como planície inundável situada à margem dos rios) da Amazônia entre as populações de peixes, tartarugas e insetos. O estudo busca quantificar a relação entre as florestas de várzea e a fauna a elas associada para medir as perdas causadas entre as espécies focadas pelas mudanças na paisagem da várzea. 00058_1.jpg 00058_2.jpg 00058_3.jpg A pesquisa selecionou uma área para estudos, na várzea do Rio Solimões e Amazonas, entre o rio Iça e o rio Madeira, constituída por 50 lagos independentes, localizados ao longo das margens e ilhas do Rio Solimões. Estes lagos são usados como estações de coleta dos pesquisadores, que dali retiram amostras de quelônios (tartarugas) e peixes. Através da análise do conteúdo estomacal avalia-se também a importância dos insetos herbívoros na dieta destes animais. A pesquisa faz, simultaneamente, a estimativa das áreas de floresta inundável na região estudada e da sua área total, através de imagens de satélite. Estima-se também as variações de oxigênio dissolvido na água, a densidade populacional humana à beira dos lagos e várzeas e o tamanho da frota pesqueira atuante na área. Do ponto de vista biológico são realizadas coletas de peixes, zôoplancton (vegetação microscópica) e tartarugas, estimativas da participação dos insetos na dieta dos peixes, identificação de espécies de peixes, insetos e tartarugas, contagem de zôoplancton, análise de evacuação gástrica e integração de resultados de pesca e de redução da floresta inundável. |
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248612024-10-01T19:00:40Z1[CeS] Textos de divulgação Desmatamento nas várzeas amazônicas ameaça fauna fluvial Carlos Alberto R. M. Araújo Lima Peixes Rio solimões Amazonas Tartarugas Desmatamento Quelônios Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia Agencia Espanhola de Cooperação científica 2002-12-09 311.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/16fd7838bbcd6147d1898be52160c0a046521d6a.jpg A floreta de várzea vem sofrendo constantes modificações devido ao desmatamento, causados sucessivamente por plantações de juta, extração seletiva de madeira (75% da madeira exportada da Amazônia vem de várzeas), estabelecimento de pastos e plantação de grãos.. Colonos receberam, do poder público, sementes melhoradas, ferramentas e supervisão técnica para implantar diversos tipos de cultivos de grãos e frutas nas áreas de várzea, sendo que a preparação do solo implica na remoção das florestas. Locais como as várzeas dos rios Juruá, Madeira e Solimões, nas proximidades de Manaus, tem sofrido intensamente com este processo que tem apelo social, mas cujos impactos ambientais ainda não foram avaliados. E devido aos investimentos agrícolas, a área de várzea tende a diminuir ainda mais nos anos por vir. Diante disso é importante uma avaliação minuciosa dos efeitos desse desmatamento na fauna ribeirinha, pela ameaça potencial à biodiversidade, principalmente entre a numerosa população de peixes e quelônios. O desenvolvimento sustentável da atividade pesqueira na Amazônia também pode ser afetado pelo desmatamento intensivo da várzea, sendo que o potencial de produção sustentável estimado é de 900 mil toneladas/ano de pescado. Mas além do valor econômico dessa atividade (estimado em U$ 300 milhões/ano), que pode ser afetado pelo desmatamento das várzeas para fins agrícolas, a pesquisa também foca outro dado social, pois o pescado é a principal e mais barata fonte de proteínas das populações locais. Pesquisa sobre os efeitos do desmatamento nas florestas de várzea (habitat definido como planície inundável situada à margem dos rios) da Amazônia entre as populações de peixes, tartarugas e insetos. O estudo busca quantificar a relação entre as florestas de várzea e a fauna a elas associada para medir as perdas causadas entre as espécies focadas pelas mudanças na paisagem da várzea. 00058_1.jpg 00058_2.jpg 00058_3.jpg A pesquisa selecionou uma área para estudos, na várzea do Rio Solimões e Amazonas, entre o rio Iça e o rio Madeira, constituída por 50 lagos independentes, localizados ao longo das margens e ilhas do Rio Solimões. Estes lagos são usados como estações de coleta dos pesquisadores, que dali retiram amostras de quelônios (tartarugas) e peixes. Através da análise do conteúdo estomacal avalia-se também a importância dos insetos herbívoros na dieta destes animais. A pesquisa faz, simultaneamente, a estimativa das áreas de floresta inundável na região estudada e da sua área total, através de imagens de satélite. Estima-se também as variações de oxigênio dissolvido na água, a densidade populacional humana à beira dos lagos e várzeas e o tamanho da frota pesqueira atuante na área. Do ponto de vista biológico são realizadas coletas de peixes, zôoplancton (vegetação microscópica) e tartarugas, estimativas da participação dos insetos na dieta dos peixes, identificação de espécies de peixes, insetos e tartarugas, contagem de zôoplancton, análise de evacuação gástrica e integração de resultados de pesca e de redução da floresta inundável. Efeito do desmatamento da várzea sobre a fauna de invertebrados, peixes e quelônios Pesquisa dos efeitos do desmatamento nas florestas de planícies amazônicas inundáveis nas populações de peixes, tartarugas e insetos. 2002-12-09 Ciências Biológicas A pesquisa selecionou uma área para estudos, na várzea do Rio Solimões e Amazonas, entre o rio Iça e o rio Madeira, constituída por 50 lagos independentes, localizados ao longo das margens e ilhas do Rio Solimões. Estes lagos são usados como estações de coleta dos pesquisadores, que dali retiram amostras de quelônios (tartarugas) e peixes. Através da análise do conteúdo estomacal avalia-se também a importância dos insetos herbívoros na dieta destes animais. A pesquisa faz, simultaneamente, a estimativa das áreas de floresta inundável na região estudada e da sua área total, através de imagens de satélite. Estima-se também as variações de oxigênio dissolvido na água, a densidade populacional humana à beira dos lagos e várzeas e o tamanho da frota pesqueira atuante na área. Do ponto de vista biológico são realizadas coletas de peixes, zôoplancton (vegetação microscópica) e tartarugas, estimativas da participação dos insetos na dieta dos peixes, identificação de espécies de peixes, insetos e tartarugas, contagem de zôoplancton, análise de evacuação gástrica e integração de resultados de pesca e de redução da floresta inundável. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24861 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/16fd7838bbcd6147d1898be52160c0a046521d6a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/5cbe6c89e9e915fcda37f80708898a150956e09b.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/03f0dbf7a1c2960d12de7db2212fe790610327ba.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7f155da1b68b7241058b44229fc38f107d8b8202.jpg |