Ciência propõe desenvolvimento sustentável no Alto Solimões

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Danilo Fernandes da Silva Filho
Formato: Online
Publicado em: 2002
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24844
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abstract Os cientistas buscam implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus.
coverage As atividades econômicas da região do Alto Solimões estão estagnadas, inclusive a exploração pesqueira e madeireira. Sem opções econômicas, populações rurais e urbanas podem ser atraídas para atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Essa situação colocou em alerta movimentos comunitários regionais. A proposta de um desenvolvimento regional, que leve em conta as características locais, os saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável da região, responde a esse desafio. A metodologia participativa ressalta a importância da educação e organização popular para manejar os recursos genéticos e assegurar uma exploração racional e economicamente vantajosa para os habitantes. E as novas tecnologias são introduzidas numa interação do conhecimento científico com a sabedoria popular, identificando opções energéticas e de produção em sistemas agroflorestais tradicionais com desdobramentos alimentares, produtivos e comerciais.
Este projeto, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade do Amazonas, inicialmente no município de Benjamin Constant, a pedido da Diocese do Alto Solimões e do Movimento de Educação de Base Benjamin Constant, busca implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. Para isso, os pesquisadores, em primeiro lugar, estudam as interações tradicionais das populações nativas com seu ambiente, de modo a poder intervir nos ancestrais sistemas de produção agroflorestal, ainda em uso, porém, sem afetar a segurança alimentar dessa população. A partir dessas informações os cientistas agem no sentido de melhorar a qualidade de vida dos habitantes por meio do uso racional e da conservação dos recursos genéticos vegetais do Alto Solimões (que neste item é uma das regiões mais privilegiadas da Amazônia), revitalizando e valorizando o saber etnobotânico da população. As necessidades energéticas básicas são atendidas com a adoção de geradores fotovoltaicos (energia solar), e o aumento da produtividade é buscado de forma a se compatibilizar com os modelos de agricultura familiar já em uso. Tudo converge para a meta de um desenvolvimento integral (econômico, cultural, social e ambiental) sustentável.
A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. Com a ajuda dos saberes tradicionais, os cientistas: - Identificam, por meio de entrevistas e visitas às hortas, as formas de organização e as técnicas usadas tradicionalmente para explorar os recursos agroflorestais, bem como as formas tradicionais de consumo e comércio; - levantam, em parceria com a comunidade, o catálogo de recursos etnobotânicos da região, mapeando as espécies úteis e treinando voluntários locais para manter bancos de dados comunitários; - identificam, com consultas ao mercado, as prioridades agrícolas para consumo e comércio, bem como as potencialidades das riquezas naturais renováveis e discutem prioridades com a população; - propõem, a partir daí, critérios de seleção de espécies prioritárias para o consumo e/ou comercialização, selecionando matrizes e distribuindo as sementes selecionadas para os produtores, sempre treinando disseminadores locais; - implantam sistemas energéticos fotovoltaicos (energia solar) e treinam a população em manutenção e pequenos reparos; - introduzem, em consenso com as comunidades, melhorias nos sistemas tradicionais de produção agrícola e de organização comunitária, e investem em projetos de financiamento e treinamentos em administração,visando aumento de produção, agregar valor a produtos e facilitar o comércio. Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas.
institution Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Programa do Trópico Úmido
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publishDateFull 2002-12-17
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spelling 248442024-10-01T19:00:40Z1[CeS] Textos de divulgação Ciência propõe desenvolvimento sustentável no Alto Solimões Danilo Fernandes da Silva Filho Desenvolvimento sustentável Segurança alimentar Alto Solimões População nativa Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Programa do Trópico Úmido 2002-12-17 261.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/1d59a18fcfbac0f460197f1968312e857c183367.jpg As atividades econômicas da região do Alto Solimões estão estagnadas, inclusive a exploração pesqueira e madeireira. Sem opções econômicas, populações rurais e urbanas podem ser atraídas para atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Essa situação colocou em alerta movimentos comunitários regionais. A proposta de um desenvolvimento regional, que leve em conta as características locais, os saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável da região, responde a esse desafio. A metodologia participativa ressalta a importância da educação e organização popular para manejar os recursos genéticos e assegurar uma exploração racional e economicamente vantajosa para os habitantes. E as novas tecnologias são introduzidas numa interação do conhecimento científico com a sabedoria popular, identificando opções energéticas e de produção em sistemas agroflorestais tradicionais com desdobramentos alimentares, produtivos e comerciais. Este projeto, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade do Amazonas, inicialmente no município de Benjamin Constant, a pedido da Diocese do Alto Solimões e do Movimento de Educação de Base Benjamin Constant, busca implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. Para isso, os pesquisadores, em primeiro lugar, estudam as interações tradicionais das populações nativas com seu ambiente, de modo a poder intervir nos ancestrais sistemas de produção agroflorestal, ainda em uso, porém, sem afetar a segurança alimentar dessa população. A partir dessas informações os cientistas agem no sentido de melhorar a qualidade de vida dos habitantes por meio do uso racional e da conservação dos recursos genéticos vegetais do Alto Solimões (que neste item é uma das regiões mais privilegiadas da Amazônia), revitalizando e valorizando o saber etnobotânico da população. As necessidades energéticas básicas são atendidas com a adoção de geradores fotovoltaicos (energia solar), e o aumento da produtividade é buscado de forma a se compatibilizar com os modelos de agricultura familiar já em uso. Tudo converge para a meta de um desenvolvimento integral (econômico, cultural, social e ambiental) sustentável. A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. Com a ajuda dos saberes tradicionais, os cientistas: - Identificam, por meio de entrevistas e visitas às hortas, as formas de organização e as técnicas usadas tradicionalmente para explorar os recursos agroflorestais, bem como as formas tradicionais de consumo e comércio; - levantam, em parceria com a comunidade, o catálogo de recursos etnobotânicos da região, mapeando as espécies úteis e treinando voluntários locais para manter bancos de dados comunitários; - identificam, com consultas ao mercado, as prioridades agrícolas para consumo e comércio, bem como as potencialidades das riquezas naturais renováveis e discutem prioridades com a população; - propõem, a partir daí, critérios de seleção de espécies prioritárias para o consumo e/ou comercialização, selecionando matrizes e distribuindo as sementes selecionadas para os produtores, sempre treinando disseminadores locais; - implantam sistemas energéticos fotovoltaicos (energia solar) e treinam a população em manutenção e pequenos reparos; - introduzem, em consenso com as comunidades, melhorias nos sistemas tradicionais de produção agrícola e de organização comunitária, e investem em projetos de financiamento e treinamentos em administração,visando aumento de produção, agregar valor a produtos e facilitar o comércio. Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas. Bases para o desenvolvimento sustentável do Alto Solimões Os cientistas buscam implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. 2002-12-17 Ciências Biológicas A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. Com a ajuda dos saberes tradicionais, os cientistas: - Identificam, por meio de entrevistas e visitas às hortas, as formas de organização e as técnicas usadas tradicionalmente para explorar os recursos agroflorestais, bem como as formas tradicionais de consumo e comércio; - levantam, em parceria com a comunidade, o catálogo de recursos etnobotânicos da região, mapeando as espécies úteis e treinando voluntários locais para manter bancos de dados comunitários; - identificam, com consultas ao mercado, as prioridades agrícolas para consumo e comércio, bem como as potencialidades das riquezas naturais renováveis e discutem prioridades com a população; - propõem, a partir daí, critérios de seleção de espécies prioritárias para o consumo e/ou comercialização, selecionando matrizes e distribuindo as sementes selecionadas para os produtores, sempre treinando disseminadores locais; - implantam sistemas energéticos fotovoltaicos (energia solar) e treinam a população em manutenção e pequenos reparos; - introduzem, em consenso com as comunidades, melhorias nos sistemas tradicionais de produção agrícola e de organização comunitária, e investem em projetos de financiamento e treinamentos em administração,visando aumento de produção, agregar valor a produtos e facilitar o comércio. Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24844 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1d59a18fcfbac0f460197f1968312e857c183367.jpg