Ciência propõe desenvolvimento sustentável no Alto Solimões
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Publicado em: |
2002
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Os cientistas buscam implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. |
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As atividades econômicas da região do Alto Solimões estão estagnadas, inclusive a exploração pesqueira e madeireira. Sem opções econômicas, populações rurais e urbanas podem ser atraídas para atividades relacionadas ao tráfico de drogas. Essa situação colocou em alerta movimentos comunitários regionais.
A proposta de um desenvolvimento regional, que leve em conta as características locais, os saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável da região, responde a esse desafio. A metodologia participativa ressalta a importância da educação e organização popular para manejar os recursos genéticos e assegurar uma exploração racional e economicamente vantajosa para os habitantes. E as novas tecnologias são introduzidas numa interação do conhecimento científico com a sabedoria popular, identificando opções energéticas e de produção em sistemas agroflorestais tradicionais com desdobramentos alimentares, produtivos e comerciais. Este projeto, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade do Amazonas, inicialmente no município de Benjamin Constant, a pedido da Diocese do Alto Solimões e do Movimento de Educação de Base Benjamin Constant, busca implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. Para isso, os pesquisadores, em primeiro lugar, estudam as interações tradicionais das populações nativas com seu ambiente, de modo a poder intervir nos ancestrais sistemas de produção agroflorestal, ainda em uso, porém, sem afetar a segurança alimentar dessa população. A partir dessas informações os cientistas agem no sentido de melhorar a qualidade de vida dos habitantes por meio do uso racional e da conservação dos recursos genéticos vegetais do Alto Solimões (que neste item é uma das regiões mais privilegiadas da Amazônia), revitalizando e valorizando o saber etnobotânico da população. As necessidades energéticas básicas são atendidas com a adoção de geradores fotovoltaicos (energia solar), e o aumento da produtividade é buscado de forma a se compatibilizar com os modelos de agricultura familiar já em uso. Tudo converge para a meta de um desenvolvimento integral (econômico, cultural, social e ambiental) sustentável. A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. Com a ajuda dos saberes tradicionais, os cientistas: - Identificam, por meio de entrevistas e visitas às hortas, as formas de organização e as técnicas usadas tradicionalmente para explorar os recursos agroflorestais, bem como as formas tradicionais de consumo e comércio; - levantam, em parceria com a comunidade, o catálogo de recursos etnobotânicos da região, mapeando as espécies úteis e treinando voluntários locais para manter bancos de dados comunitários; - identificam, com consultas ao mercado, as prioridades agrícolas para consumo e comércio, bem como as potencialidades das riquezas naturais renováveis e discutem prioridades com a população; - propõem, a partir daí, critérios de seleção de espécies prioritárias para o consumo e/ou comercialização, selecionando matrizes e distribuindo as sementes selecionadas para os produtores, sempre treinando disseminadores locais; - implantam sistemas energéticos fotovoltaicos (energia solar) e treinam a população em manutenção e pequenos reparos; - introduzem, em consenso com as comunidades, melhorias nos sistemas tradicionais de produção agrícola e de organização comunitária, e investem em projetos de financiamento e treinamentos em administração,visando aumento de produção, agregar valor a produtos e facilitar o comércio. Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas. |
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Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Programa do Trópico Úmido |
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A proposta de um desenvolvimento regional, que leve em conta as características locais, os saberes tradicionais e o desenvolvimento sustentável da região, responde a esse desafio. A metodologia participativa ressalta a importância da educação e organização popular para manejar os recursos genéticos e assegurar uma exploração racional e economicamente vantajosa para os habitantes. E as novas tecnologias são introduzidas numa interação do conhecimento científico com a sabedoria popular, identificando opções energéticas e de produção em sistemas agroflorestais tradicionais com desdobramentos alimentares, produtivos e comerciais. Este projeto, desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e pela Universidade do Amazonas, inicialmente no município de Benjamin Constant, a pedido da Diocese do Alto Solimões e do Movimento de Educação de Base Benjamin Constant, busca implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. Para isso, os pesquisadores, em primeiro lugar, estudam as interações tradicionais das populações nativas com seu ambiente, de modo a poder intervir nos ancestrais sistemas de produção agroflorestal, ainda em uso, porém, sem afetar a segurança alimentar dessa população. A partir dessas informações os cientistas agem no sentido de melhorar a qualidade de vida dos habitantes por meio do uso racional e da conservação dos recursos genéticos vegetais do Alto Solimões (que neste item é uma das regiões mais privilegiadas da Amazônia), revitalizando e valorizando o saber etnobotânico da população. As necessidades energéticas básicas são atendidas com a adoção de geradores fotovoltaicos (energia solar), e o aumento da produtividade é buscado de forma a se compatibilizar com os modelos de agricultura familiar já em uso. Tudo converge para a meta de um desenvolvimento integral (econômico, cultural, social e ambiental) sustentável. A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. Com a ajuda dos saberes tradicionais, os cientistas: - Identificam, por meio de entrevistas e visitas às hortas, as formas de organização e as técnicas usadas tradicionalmente para explorar os recursos agroflorestais, bem como as formas tradicionais de consumo e comércio; - levantam, em parceria com a comunidade, o catálogo de recursos etnobotânicos da região, mapeando as espécies úteis e treinando voluntários locais para manter bancos de dados comunitários; - identificam, com consultas ao mercado, as prioridades agrícolas para consumo e comércio, bem como as potencialidades das riquezas naturais renováveis e discutem prioridades com a população; - propõem, a partir daí, critérios de seleção de espécies prioritárias para o consumo e/ou comercialização, selecionando matrizes e distribuindo as sementes selecionadas para os produtores, sempre treinando disseminadores locais; - implantam sistemas energéticos fotovoltaicos (energia solar) e treinam a população em manutenção e pequenos reparos; - introduzem, em consenso com as comunidades, melhorias nos sistemas tradicionais de produção agrícola e de organização comunitária, e investem em projetos de financiamento e treinamentos em administração,visando aumento de produção, agregar valor a produtos e facilitar o comércio. Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas. Bases para o desenvolvimento sustentável do Alto Solimões Os cientistas buscam implantar um modelo de desenvolvimento sustentável na região do Alto Solimões, que engloba sete municípios, a 1200 quilômetros de Manaus. 2002-12-17 Ciências Biológicas A metodologia participativa, recomendada pela Convenção sobre a Biodiversidade, no Plano de Ação Global da FAO/ONU e por outros organismos internacionais, foi escolhida para o Projeto. Ela prevê, em todo o processo, dar um papel ativo à população local. 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Organizadas dessa forma, as comunidades transformam-se em empreendimentos rurais, beneficiando-se de melhores técnicas de cultivo, tecnologias limpas (como a energia solar) e da otimização dos esforços produtivos para fins alimentares e mercadológicos, especialmente em frutas, hortaliças e plantas medicinais nativas. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24844 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1d59a18fcfbac0f460197f1968312e857c183367.jpg |