Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Helder Lima de Queiroz
Formato: Online
Publicado em: 2012
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24755
id 24755
omeka_modified 2024-10-01T19:00:40Z
record_format oai
collection [CeS] Textos de divulgação
collection_id 1
topic Peixes
Conservação
Sustentabilidade
spellingShingle Peixes
Conservação
Sustentabilidade
Helder Lima de Queiroz
Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
topic_facet Peixes
Conservação
Sustentabilidade
format Online
author Helder Lima de Queiroz
author_facet Helder Lima de Queiroz
author_sort Helder Lima de Queiroz
title Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
title_short Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
title_full Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
title_fullStr Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
title_full_unstemmed Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs
title_sort conservação e pesca manejada dos pirarucus e aruanãs
abstract Pesquisa que busca definir uma tecnologia compreensível de reprodução em cativeiro de pirarucus, aliviando pressões sobre suas populações naturais.
coverage Pirarucus e aruanãs são dois dos mais curiosos peixes da Amazônia brasileira. São aparentados e pertencem a um mesmo grupo de peixes. Este grupo, um dos mais antigos do mundo, possui uma ampla distribuição em praticamente todas as áreas tropicais do planeta. Duas das três espécies que ocorrem na América do Sul, estão presentes em Mamirauá. Esses animais tem atraído grande atenção de pesquisadores da Amazônia e de outras partes do Brasil e do mundo por sua importância econômica e surpreendentes adaptações para a vida nos trópicos. O pirarucu, espécie de longa tradição de exploração na Amazônia, é a principal fonte de renda para as populações tradicionais ribeirinhas da região do Médio Solimões (AM). Na Reserva de Mamirauá, o comércio da carne seca e salgada dos pirarucus perfaz sozinho quase 30% da renda domiciliar média anual de um domicílio típico local. Por outro lado, a espécie de peixe mais consumida localmente por estas mesmas populações humanas são os aruanãs. Outro dado relevante é que a atividade pesqueira é responsável pela absorção de boa parte da mão-de-obra não especializada da região amazônica, e configura-se como um importante fator de geração de emprego e renda. Além disso, os peixes constituem a principal fonte de proteínas animais para consumo.
Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Alto Solimões (AM), local onde esta pesquisa se realiza desde 1993, algumas espécies-chave da economia de subsistência local são alvo de estudos e esforços de conservação e manejo da exploração em bases sustentadas, por parte dos pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que administra a Reserva. Por este motivo, os peixes pirarucus e aruanãs vêm sendo estudados, dentro da filosofia de subsidiar a implantação de normas de manejo sustentado, garantindo a continuidade do uso dos recursos naturais das várzeas amazônicas e a conservação de sua biodiversidade. A pesca manejada sob critérios sustentáveis poderá aliviar as pressões sobre as populações naturais de pirarucus, mas a conservação da espécie deve ser também garantida por meio de um amplo programa de criação em cativeiro. Definir uma tecnologia compreensível de reprodução em cativeiro é o objetivo principal desta pesquisa pelos próximos 3 anos. Outro dado levado em conta pelos cientistas é que alguns aspectos da tecnologia de pesca na Amazônia, como uso de redes malhadeiras e embarcações motorizadas, introduzidos nos últimos 25 anos, provocaram a diminuição da quantidade e do tamanho dos animais capturados. Para combater esta pressão sobre os peixes, os pesquisadores de Mamirauá também estão introduzindo na região um programa de pesca manejada, ou seja, a pesca feita através de um modelo sustentável que garanta a reprodução e manutenção da espécie. Para se realizar a conservação destas espécies (tanto por meio da pesca manejada ou da criação em cativeiro) são necessárias informações gerais sobre a biologia destas espécies, buscadas na pesquisa. Dentre as mais relevantes, destacam-se o período de reprodução, a fecundidade e fertilidade dos animais, o amadurecimento sexual, a estratégia reprodutiva, as taxas de mortalidade, os hábitos alimentares, o padrão de crescimento, a estrutura natural das populações, e etc. Todas estas informações combinadas permitem realizar recomendações específicas com relação à proteção das populações nativas remanescentes e ao manejo pesqueiro na região, além de revelar padrões que serão a base para as futuras tecnologias de manejo e reprodução em tanques de criação.
00011_1.jpg
00011_2.jpg
00011_3.jpg
00011_4.jpg
Embora os pirarucus sejam criados desde a década de 1930, ainda não são conhecidas técnicas estáveis para induzir, controlar e otimizar a reprodução em ambientes artificiais. Enquanto a tecnologia para crescimento e engorda dos plantéis em tanques e açudes já é conhecida, a reprodução nestes ambientes é esporádica e muito variável. Nos próximos anos estão programados testes de seleção sexual em tanques, e indução de desova por meio da manipulação artificial de aspectos ambientais. Indução hormonal da desova também é um dos testes previstos. Em campo, as pesquisas focalizam especialmente a seletividade de sítios de nidificação, que aparentemente constituem o fator limitante ao acasalamento. Além disso, buscam elucidar outros principais aspectos da ecologia e do comportamento da reprodução dessas espécies.
institution Banco Mundial
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá
Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para o Brasil
Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas
publishDate 2012
publishDateFull 2012-12-02
url https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24755
identifier https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24755
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/e3bd0c4a125860cdd6f23beaafed6298ae5da437.jpg
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7644f78b5c6c775246163f5fd3e67bb53266cf7b.jpg
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d9d6ffdcd2a14f569b34301523ee501fd22fed20.jpg
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b756c8cc3d33deca5372df7659c4bd31bac7126b.jpg
https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9b9ce6a3cb9c4da6ae9d118c4de8bafefbfeb773.jpg
thumbnail https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/e3bd0c4a125860cdd6f23beaafed6298ae5da437.jpg
area Ciências Agrárias
work_keys_str_mv AT helderlimadequeiroz conservacaoepescamanejadadospirarucusearuanas
first_indexed 2023-05-02T13:36:53Z
last_indexed 2024-10-01T18:00:16Z
_version_ 1820508307120455680
spelling 247552024-10-01T19:00:40Z1[CeS] Textos de divulgação Conservação e pesca manejada dos Pirarucus e Aruanãs Helder Lima de Queiroz Peixes Conservação Sustentabilidade Banco Mundial Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá Projeto de Apoio ao Desenvolvimento de Tecnologia Agropecuária para o Brasil Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas 2012-12-02 298.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/e3bd0c4a125860cdd6f23beaafed6298ae5da437.jpg Pirarucus e aruanãs são dois dos mais curiosos peixes da Amazônia brasileira. São aparentados e pertencem a um mesmo grupo de peixes. Este grupo, um dos mais antigos do mundo, possui uma ampla distribuição em praticamente todas as áreas tropicais do planeta. Duas das três espécies que ocorrem na América do Sul, estão presentes em Mamirauá. Esses animais tem atraído grande atenção de pesquisadores da Amazônia e de outras partes do Brasil e do mundo por sua importância econômica e surpreendentes adaptações para a vida nos trópicos. O pirarucu, espécie de longa tradição de exploração na Amazônia, é a principal fonte de renda para as populações tradicionais ribeirinhas da região do Médio Solimões (AM). Na Reserva de Mamirauá, o comércio da carne seca e salgada dos pirarucus perfaz sozinho quase 30% da renda domiciliar média anual de um domicílio típico local. Por outro lado, a espécie de peixe mais consumida localmente por estas mesmas populações humanas são os aruanãs. Outro dado relevante é que a atividade pesqueira é responsável pela absorção de boa parte da mão-de-obra não especializada da região amazônica, e configura-se como um importante fator de geração de emprego e renda. Além disso, os peixes constituem a principal fonte de proteínas animais para consumo. Na Reserva de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, no Alto Solimões (AM), local onde esta pesquisa se realiza desde 1993, algumas espécies-chave da economia de subsistência local são alvo de estudos e esforços de conservação e manejo da exploração em bases sustentadas, por parte dos pesquisadores do Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá, que administra a Reserva. Por este motivo, os peixes pirarucus e aruanãs vêm sendo estudados, dentro da filosofia de subsidiar a implantação de normas de manejo sustentado, garantindo a continuidade do uso dos recursos naturais das várzeas amazônicas e a conservação de sua biodiversidade. A pesca manejada sob critérios sustentáveis poderá aliviar as pressões sobre as populações naturais de pirarucus, mas a conservação da espécie deve ser também garantida por meio de um amplo programa de criação em cativeiro. Definir uma tecnologia compreensível de reprodução em cativeiro é o objetivo principal desta pesquisa pelos próximos 3 anos. Outro dado levado em conta pelos cientistas é que alguns aspectos da tecnologia de pesca na Amazônia, como uso de redes malhadeiras e embarcações motorizadas, introduzidos nos últimos 25 anos, provocaram a diminuição da quantidade e do tamanho dos animais capturados. Para combater esta pressão sobre os peixes, os pesquisadores de Mamirauá também estão introduzindo na região um programa de pesca manejada, ou seja, a pesca feita através de um modelo sustentável que garanta a reprodução e manutenção da espécie. Para se realizar a conservação destas espécies (tanto por meio da pesca manejada ou da criação em cativeiro) são necessárias informações gerais sobre a biologia destas espécies, buscadas na pesquisa. Dentre as mais relevantes, destacam-se o período de reprodução, a fecundidade e fertilidade dos animais, o amadurecimento sexual, a estratégia reprodutiva, as taxas de mortalidade, os hábitos alimentares, o padrão de crescimento, a estrutura natural das populações, e etc. Todas estas informações combinadas permitem realizar recomendações específicas com relação à proteção das populações nativas remanescentes e ao manejo pesqueiro na região, além de revelar padrões que serão a base para as futuras tecnologias de manejo e reprodução em tanques de criação. 00011_1.jpg 00011_2.jpg 00011_3.jpg 00011_4.jpg Embora os pirarucus sejam criados desde a década de 1930, ainda não são conhecidas técnicas estáveis para induzir, controlar e otimizar a reprodução em ambientes artificiais. Enquanto a tecnologia para crescimento e engorda dos plantéis em tanques e açudes já é conhecida, a reprodução nestes ambientes é esporádica e muito variável. Nos próximos anos estão programados testes de seleção sexual em tanques, e indução de desova por meio da manipulação artificial de aspectos ambientais. Indução hormonal da desova também é um dos testes previstos. Em campo, as pesquisas focalizam especialmente a seletividade de sítios de nidificação, que aparentemente constituem o fator limitante ao acasalamento. Além disso, buscam elucidar outros principais aspectos da ecologia e do comportamento da reprodução dessas espécies. Biologia de Osteoglossiformes nas Várzeas da Reserva Mamirauá Pesquisa que busca definir uma tecnologia compreensível de reprodução em cativeiro de pirarucus, aliviando pressões sobre suas populações naturais. 2012-12-02 Ciências Agrárias Embora os pirarucus sejam criados desde a década de 1930, ainda não são conhecidas técnicas estáveis para induzir, controlar e otimizar a reprodução em ambientes artificiais. Enquanto a tecnologia para crescimento e engorda dos plantéis em tanques e açudes já é conhecida, a reprodução nestes ambientes é esporádica e muito variável. Nos próximos anos estão programados testes de seleção sexual em tanques, e indução de desova por meio da manipulação artificial de aspectos ambientais. Indução hormonal da desova também é um dos testes previstos. Em campo, as pesquisas focalizam especialmente a seletividade de sítios de nidificação, que aparentemente constituem o fator limitante ao acasalamento. Além disso, buscam elucidar outros principais aspectos da ecologia e do comportamento da reprodução dessas espécies. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24755 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/e3bd0c4a125860cdd6f23beaafed6298ae5da437.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/7644f78b5c6c775246163f5fd3e67bb53266cf7b.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/d9d6ffdcd2a14f569b34301523ee501fd22fed20.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b756c8cc3d33deca5372df7659c4bd31bac7126b.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/9b9ce6a3cb9c4da6ae9d118c4de8bafefbfeb773.jpg