O Projeto LBA - Experimento de Larga Escala na Biosfera-Atmosfera na Amazônia

Detalhes bibliográficos
Autor principal: Flávio Jesus Luizão
Formato: Online
Publicado em: 2003
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24657
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abstract A pesquisa visa a explicar como funciona a Amazônia como uma biosfera regional, como as mudanças nos usos da terra afetam o clima regional e global e como as mudanças climáticas globais afetam o funcionamento biológico, químico e físico da flora.
coverage Entre as descobertas já consolidadas no LBA está a do processo de formação de chuva na floresta amazônica que, ao contrário de hipóteses anteriores, ocorre principalmente a partir de nuvens com topos relativamente baixos (chamadas de nuvens quentes) e que contêm gotas muito grandes. Com isso, as chuvas sucedem-se imediatamente à formação das nuvens. Essa comprovação altera a idéia de que o vento interrompia o processo de condensação, congelamento e chuva, transportando horizontalmente as nuvens por centenas e até milhares de quilômetros de distância, produzindo chuvas em outras regiões. Descobriu-se que sobre a floresta amazônica, na estação das chuvas, onde há uma atmosfera limpa de aerossóis, a formação de nuvens de chuva e sua precipitação ocorrem de forma rápida, semelhante ao que ocorre nos oceanos. Por isso, os pesquisadores do LBA deram à floresta o nome de “oceano verde”. Desde os anos 70 sabia-se que a floresta produzia chuva e muito vapor d´água. Trabalhos clássicos do final dos anos 70 e dos anos 80 mostraram que pelo menos metade das chuvas que caem na Amazônia é formada na própria região. O que não se conhecia eram os mecanismos de formação dessas nuvens de chuvas, que diferem do habitual, pela eficiência e rapidez com que o ciclo evaporação/condensação/chuva ocorre. Isto só foi possível pela integração de diferentes disciplinas sendo desenvolvidas simultaneamente no LBA. Inicialmente, estudos em Biologia e Bioquímica descobriram que a floresta, junto com o vapor d´água e o gás carbônico, também emite para a atmosfera – pela sua fisiologia e mecanismos de transpiração – compostos orgânicos voláteis em grande quantidade, algo em torno de meia tonelada por hectare/ano. Estes compostos são grandes moléculas que favorecem a ocorrência de um fenômeno típico das atmosferas limpas, ou seja, a cristalização dos compostos orgânicos voláteis em minúsculos cristais, conforme demonstrado pelas pesquisas em Química Atmosférica. Uma vez comprovado que os compostos orgânicos voláteis cristalizam na atmosfera, estudos em Física do Clima mostraram que esses minúsculos cristais, que estão numa densidade relativamente baixa na atmosfera sobre a floresta, servem como eficientes núcleos de condensação de vapor d´água para a formação das nuvens. Sem um núcleo de condensação não se forma uma gota de chuva. Por existirem em baixa concentração na atmosfera amazônica durante a estação das chuvas, há uma intensa competição do vapor d´água por estes poucos núcleos de condensação, favorecendo a formação de gotas grandes e pesadas que precipitam rapidamente. Estas nuvens se desenvolvem, normalmente, até seis ou sete quilômetros acima da floresta amazônica (em outras regiões continentais as nuvens de chuva podem ter um desenvolvimento vertical de até dez, quinze ou mesmo vinte quilômetros de altura) e precipitam rapidamente. A liberação dos compostos orgânicos na atmosfera pela floresta deve-se inteiramente à sua transpiração. Quando há queimadas, esse mecanismo muda drasticamente, evidenciando o problema gerado pela retirada da floresta e pela produção de uma enorme quantidade de aerossóis derivados da queima da biomassa. Este conhecimento poderá ter, em breve, importante aplicação prática, no aprimoramento dos modelos matemáticos usados nas previsões de tempo e de clima para a Amazônia, ainda precários porque baseados em mecanismos de formação de nuvens de chuvas que não se aplicam à região durante a estação chuvosa. Em Rondônia, na área do arco do desmatamento, o LBA tem centrado esforços e concentrado equipamentos para retratar o processo em curso em diferentes níveis, do solo à alta atmosfera. Estes estudos têm quantificado diferenças drásticas no regime de chuvas em áreas de floresta preservada, áreas desmatadas para cultivos agrícolas e áreas recém queimadas. Constatou-se que nos anos em que o fenômeno climático El Niño afeta a Amazônia, a região, ao se tornar mais seca, pode alterar o regime de chuvas em áreas distantes, como o norte da Europa, principalmente a Inglaterra. O estudo comparativo de igarapés e rios em Rondônia, mostra que bacias hidrográficas de áreas impactadas (pela formação de pastagens) produzem uma maior descarga de fosfato, e menor de nitrato, do que bacias que drenam áreas intactas (cobertas por florestas). Este padrão é inverso ao que normalmente se encontra em regiões temperadas da Terra, onde grandes concentrações de nitrogênio são descarregadas nos corpos d’água, como consequência do intenso cultivo nas áreas agrícolas. Evidências recentes têm sugerido um importante papel dos igarapés e rios da Amazônia também na descarga de carbono em forma dissolvida, e na susequente emissão deste carbono, provavelmente vindo das áreas de terra firme próximas, para a atmosfera. Pesquisas intensivas e abrangentes sobre esta interação estarão sendo conduzidas na segunda fase, ora se iniciando, do Projeto LBA. Na área de nutrientes, os estudos do LBA têm constatado a penetração de partículas na atmosfera da Amazônia (aerossóis) vindas de pontos distantes do planeta, como o Deserto do Saara, por exemplo. Essas partículas trazem nutrientes que são depositados sobre a floresta, nas folhas e copas e, com as chuvas, levados para o solo. Essa deposição de aerossóis no solo amazônico é, pois, benéfica ao ecossistema, geralmente com muita carência de alguns nutrientes essenciais, como o fósforo. Por outro lado, constata-se também a penetração de poluentes e de carbono vindos do centro-sul do continente americano; entretanto, a vegetação da floresta filtra a maior parte desse carbono. Há indícios de que a Amazônia estaria retirando mais carbono da atmosfera, ou seja, limpando a atmosfera para outras regiões. Inversamente, na época das queimadas as florestas incineradas transformam-se em geradoras de poluentes. O efeito de queimadas pode se refletir noutras regiões da Terra, o que evidencia o potencial da Amazônia no controle climático global. Philip Fearnside, ecólogo do INPA, estimou que os serviços prestados pela floresta amazônica ao resto do mundo, em termos de sumidouro de carbono, ciclagem de água e biodiversidade poderiam ser estimados entre 38 (valor mínimo) e 236 bilhões de dólares ao ano (valor máximo). As atividades de campo do Experimento LBA têm duração prevista até 2005. Em três anos serão iniciados os trabalhos de análise integrada dos dados científicos. Com 130 projetos de pesquisa (entre concluídos e em andamento), mais de 300 artigos em revistas indexadas de circulação internacional, e mais de 1000 trabalhos apresentados em reuniões científicas, o LBA caminha para a compreensão das mudanças climáticas globais a partir dos estudos sobre a biosfera-atmosfera da Amazônia, contribuindo para uma relação mais responsável do homem com o meio ambiente.
LBA é a sigla para o Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. Liderado pelo Brasil, o LBA é o maior projeto de cooperação científica internacional já criado, com a meta de estudar as interações entre a Floresta Amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial. O LBA visa a explicar como funciona a Amazônia como uma biosfera regional, como as mudanças nos usos da terra afetam o clima regional e global e como as mudanças climáticas globais afetam o funcionamento biológico, químico e físico da floresta e sua sustentabilidade. O Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT – é o responsável pelo gerenciamento do LBA, enquanto o INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, responde pela coordenação científica do Projeto e por sua implementação, com o envolvimento direto de 20 de seus pesquisadores e mais de 30 bolsistas e estudantes de pós-graduação. O LBA foi criado através de acordos internacionais de cooperação científica e recebe financiamento de diversas agências de fomento brasileiras, da NASA (órgão oficial de pesquisas espaciais dos Estados Unidos) e da União Européia. Os trabalhos conjuntos em mais de 130 projetos de pesquisa contam com cerca de 1000 pesquisadores de 40 instituições brasileiras, além de outros 15 organismos estrangeiros de países da Bacia Amazônica (Venezuela, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador), bem como colaborações e intercâmbios com instituições americanas e de outros oito países europeus. O pressuposto teórico do Projeto é que as florestas tropicais de todo o mundo, e especialmente a maior e mais complexa delas – a da Bacia Amazônica – estão sendo submetidas a taxas sem precedentes de desmatamento e a bruscas mudanças nos usos da terra. A comunidade científica mundial suspeita que as alterações dos ciclos naturais de água, energia, carbono e nutrientes, causadas pelas mudanças na cobertura vegetal amazônica, devam ter conseqüências climáticas e ambientais tanto em escala local e regional como global. Para confirmar e entender estas conseqüências é necessário um conhecimento multidisciplinar dos ambientes florestais naturais, bem como dos ambientes que já tiveram os usos de seus solos alterados, ou onde a vegetação secundária já substituiu a cobertura primária. Para atingir esta meta a comunidade científica brasileira tem defendido, desde o início dos anos 90, a realização de um esforço internacional conjunto de pesquisas multidisciplinares na Amazônia. Um grande número de programas de pesquisa, instituições e grupos científicos sul-americanos, europeus e dos Estados Unidos apoiou esta solicitação e tem contribuído para a definição de um programa integrado de pesquisas voltado para a biosfera amazônica. Este programa é o Experimento LBA. Mas, além de executar um programa multidisciplinar e interdisciplinar integrado para estudar a Amazônia sob diversas óticas científicas, o LBA também visa, ao final de seu processo, deixar na Amazônia pelo menos 100 mestres e doutores especializados na temática da interação biosfera-atmosfera, ampliando a área de atuação e melhorando as instituições de pesquisas da região. Por isso, um ativo Comitê de Treinamento e Educação, atualmente coordenado pela Dra. Regina Luizão (INPA), tem promovido cursos, treinamentos especializados e alocado bolsas (do CNPq e/ou específicas dos projetos LBA) para isto. O CNPq fez uma concessão de um programa específico de bolsas do sistema RHAE (100 bolsas de diferentes categorias, na primeira fase do LBA), que já mostrou resultados excelentes na capacitação de jovens pesquisadores na temática do LBA.
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O Projeto LBA visa a responder duas perguntas cruciais: Como a Amazônia funciona como ambiente ou biosfera regional? Como as mudanças no uso da terra e no clima afetam as funções biológicas, químicas e físicas da Amazônia, incluindo a sustentabilidade do desenvolvimento na região, e qual é a influência da Amazônia no clima global? A grande meta desse programa de pesquisas é melhorar o entendimento dos efeitos das transformações da floresta tropical no funcionamento ecológico e na sustentabilidade do uso da terra. Em termos científicos, a principal questão em foco nas pesquisas do LBA está definida assim: Como as mudanças da floresta tropical, a substituição das matas primárias e as alterações seletivas daí decorrentes influenciam o armazenamento do carbono, a dinâmica dos nutrientes, os fluxos dos gases traço e as perspectivas de uso sustentável do solo na Amazônia. As principais metodologias científicas utilizadas para responder a esta questão incluem: quantificar, compreender e modelar os processos físicos, químicos e biológicos que controlam a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes encontrados na Amazônia e determinar como esses processos estão ligados ao clima global; quantificar, compreender e modelar como a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes reagem ao desmatamento, às práticas agrícolas e outras mudanças no uso do solo, e como estas reações são influenciadas pelo clima. Quer-se também prever os impactos destas reações, tanto interna quanto externamente à Amazônia, num cenário de mudanças no uso da terra e no clima; Determinar as trocas entre os principais gases do efeito estufa e as espécies que regulam o potencial de oxidação entre a floresta e a atmosfera, e entender os processos que regulam estas trocas; Fornecer informações em número e qualidade suficientes para apoiar o desenvolvimento sustentável e políticas de proteção ambiental na Amazônia, no contexto de suas funções regionais e globais. A ênfase do Experimento LBA, portanto, recai sobre pesquisas e análises que aumentem a base de conhecimentos em sete áreas gerais: 1) Física do Clima; 2) Armazenamento e Trocas de Carbono; 3) Biogeoquímica; 4) Química Atmosférica; 5) Hidrologia e Química das Águas; 6) Mudanças dos Usos da Terra e da Cobertura Vegetal; e 7) Dimensões Humanas das Mudanças Climáticas. As equipes do LBA buscam uma abordagem multidisciplinar apta a processar informações provenientes de resultados já comprovados, dos bancos de dados, dos modelos, do sensoriamento remoto, das análises baseadas no Sistema de Informações Geográficas e das novas observações de campo. A meta é sintetizar e integrar os novos resultados de modo a responder às questões científicas do Projeto. As conclusões a serem produzidas pelas equipes do LBA vão possibilitar uma nova compreensão dos controles ambientais nos fluxos de energia, de água, de carbono, de nutrientes e de gases traço entre a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera da Amazônia. Os resultados também vão fornecer uma base científica para implantar políticas de uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Do ponto de vista operacional, finalmente, as pesquisas do LBA envolvem pesquisadores de várias partes do mundo, utilizando torres, balões, radares, aviões, satélites e uma diversidade de instrumentos de medição para a coleta dos dados, gerando ampla base de informações científicas para discussão de idéias e hipóteses. Há a perspectiva de criação de um novo centro de pesquisas ambientais da Amazônia a partir dos avanços obtidos. Os projetos aprovados por agências de financiamento e submetidos ao LBA, para inclusão ou associação ao programa, passam pela avaliação de um Comitê Científico Internacional que os aprova em função de dois parâmetros: 1) efetiva conexão do projeto com a temática do Experimento LBA; e, 2) concordância da inclusão dos dados e resultados obtidos no Sistema de Informações e Dados do Programa (LBA-DIS) e aderência às normas que regem o LBA. No Brasil, as atividades de campo são desenvolvidas em sete estados: Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal, sob a coordenação do Escritório Central sediado no INPA, em Manaus, do escritório técnico associado do CPTEC/INPE, em Cachoeira Paulista (SP) e de escritórios regionais em todos os sete estados. O LBA mantém também atividades de pesquisa no Peru, na Colômbia, na Bolívia, na Venezuela e no Equador (países da Bacia Amazônica). A FLONA Tapajós – Floresta Nacional do Tapajós do IBAMA em Santarém – é, individualmente, o local que abriga o maior número de projetos do LBA. Outros sítios experimentais, como o de Caxiuanã (Museu Goeldi/PA), a região de Ji-Paraná (RO) e as Estações Experimentais do INPA nos quilômetros 50 (ZF2) e 63 da BR-174 (ZF3/INPA-SI), têm alta concentração de estudos.
institution Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações
Plano Plurianual
Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA)
Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo
Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
Financiadora de Estudos e Projetos
Comunidade Européia
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spelling 246572024-10-01T19:00:39Z1[CeS] Textos de divulgação O Projeto LBA - Experimento de Larga Escala na Biosfera-Atmosfera na Amazônia Flávio Jesus Luizão Biosfera-Atmosfera Amazônia Clima Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações Plano Plurianual Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (NASA) Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Financiadora de Estudos e Projetos Comunidade Européia 2003-05-28 CAPA.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/a9d410454127fe8ecaaa1e0987272fa71fb45df8.jpg Entre as descobertas já consolidadas no LBA está a do processo de formação de chuva na floresta amazônica que, ao contrário de hipóteses anteriores, ocorre principalmente a partir de nuvens com topos relativamente baixos (chamadas de nuvens quentes) e que contêm gotas muito grandes. Com isso, as chuvas sucedem-se imediatamente à formação das nuvens. Essa comprovação altera a idéia de que o vento interrompia o processo de condensação, congelamento e chuva, transportando horizontalmente as nuvens por centenas e até milhares de quilômetros de distância, produzindo chuvas em outras regiões. Descobriu-se que sobre a floresta amazônica, na estação das chuvas, onde há uma atmosfera limpa de aerossóis, a formação de nuvens de chuva e sua precipitação ocorrem de forma rápida, semelhante ao que ocorre nos oceanos. Por isso, os pesquisadores do LBA deram à floresta o nome de “oceano verde”. Desde os anos 70 sabia-se que a floresta produzia chuva e muito vapor d´água. Trabalhos clássicos do final dos anos 70 e dos anos 80 mostraram que pelo menos metade das chuvas que caem na Amazônia é formada na própria região. O que não se conhecia eram os mecanismos de formação dessas nuvens de chuvas, que diferem do habitual, pela eficiência e rapidez com que o ciclo evaporação/condensação/chuva ocorre. Isto só foi possível pela integração de diferentes disciplinas sendo desenvolvidas simultaneamente no LBA. Inicialmente, estudos em Biologia e Bioquímica descobriram que a floresta, junto com o vapor d´água e o gás carbônico, também emite para a atmosfera – pela sua fisiologia e mecanismos de transpiração – compostos orgânicos voláteis em grande quantidade, algo em torno de meia tonelada por hectare/ano. Estes compostos são grandes moléculas que favorecem a ocorrência de um fenômeno típico das atmosferas limpas, ou seja, a cristalização dos compostos orgânicos voláteis em minúsculos cristais, conforme demonstrado pelas pesquisas em Química Atmosférica. Uma vez comprovado que os compostos orgânicos voláteis cristalizam na atmosfera, estudos em Física do Clima mostraram que esses minúsculos cristais, que estão numa densidade relativamente baixa na atmosfera sobre a floresta, servem como eficientes núcleos de condensação de vapor d´água para a formação das nuvens. Sem um núcleo de condensação não se forma uma gota de chuva. Por existirem em baixa concentração na atmosfera amazônica durante a estação das chuvas, há uma intensa competição do vapor d´água por estes poucos núcleos de condensação, favorecendo a formação de gotas grandes e pesadas que precipitam rapidamente. Estas nuvens se desenvolvem, normalmente, até seis ou sete quilômetros acima da floresta amazônica (em outras regiões continentais as nuvens de chuva podem ter um desenvolvimento vertical de até dez, quinze ou mesmo vinte quilômetros de altura) e precipitam rapidamente. A liberação dos compostos orgânicos na atmosfera pela floresta deve-se inteiramente à sua transpiração. Quando há queimadas, esse mecanismo muda drasticamente, evidenciando o problema gerado pela retirada da floresta e pela produção de uma enorme quantidade de aerossóis derivados da queima da biomassa. Este conhecimento poderá ter, em breve, importante aplicação prática, no aprimoramento dos modelos matemáticos usados nas previsões de tempo e de clima para a Amazônia, ainda precários porque baseados em mecanismos de formação de nuvens de chuvas que não se aplicam à região durante a estação chuvosa. Em Rondônia, na área do arco do desmatamento, o LBA tem centrado esforços e concentrado equipamentos para retratar o processo em curso em diferentes níveis, do solo à alta atmosfera. Estes estudos têm quantificado diferenças drásticas no regime de chuvas em áreas de floresta preservada, áreas desmatadas para cultivos agrícolas e áreas recém queimadas. Constatou-se que nos anos em que o fenômeno climático El Niño afeta a Amazônia, a região, ao se tornar mais seca, pode alterar o regime de chuvas em áreas distantes, como o norte da Europa, principalmente a Inglaterra. O estudo comparativo de igarapés e rios em Rondônia, mostra que bacias hidrográficas de áreas impactadas (pela formação de pastagens) produzem uma maior descarga de fosfato, e menor de nitrato, do que bacias que drenam áreas intactas (cobertas por florestas). Este padrão é inverso ao que normalmente se encontra em regiões temperadas da Terra, onde grandes concentrações de nitrogênio são descarregadas nos corpos d’água, como consequência do intenso cultivo nas áreas agrícolas. Evidências recentes têm sugerido um importante papel dos igarapés e rios da Amazônia também na descarga de carbono em forma dissolvida, e na susequente emissão deste carbono, provavelmente vindo das áreas de terra firme próximas, para a atmosfera. Pesquisas intensivas e abrangentes sobre esta interação estarão sendo conduzidas na segunda fase, ora se iniciando, do Projeto LBA. Na área de nutrientes, os estudos do LBA têm constatado a penetração de partículas na atmosfera da Amazônia (aerossóis) vindas de pontos distantes do planeta, como o Deserto do Saara, por exemplo. Essas partículas trazem nutrientes que são depositados sobre a floresta, nas folhas e copas e, com as chuvas, levados para o solo. Essa deposição de aerossóis no solo amazônico é, pois, benéfica ao ecossistema, geralmente com muita carência de alguns nutrientes essenciais, como o fósforo. Por outro lado, constata-se também a penetração de poluentes e de carbono vindos do centro-sul do continente americano; entretanto, a vegetação da floresta filtra a maior parte desse carbono. Há indícios de que a Amazônia estaria retirando mais carbono da atmosfera, ou seja, limpando a atmosfera para outras regiões. Inversamente, na época das queimadas as florestas incineradas transformam-se em geradoras de poluentes. O efeito de queimadas pode se refletir noutras regiões da Terra, o que evidencia o potencial da Amazônia no controle climático global. Philip Fearnside, ecólogo do INPA, estimou que os serviços prestados pela floresta amazônica ao resto do mundo, em termos de sumidouro de carbono, ciclagem de água e biodiversidade poderiam ser estimados entre 38 (valor mínimo) e 236 bilhões de dólares ao ano (valor máximo). As atividades de campo do Experimento LBA têm duração prevista até 2005. Em três anos serão iniciados os trabalhos de análise integrada dos dados científicos. Com 130 projetos de pesquisa (entre concluídos e em andamento), mais de 300 artigos em revistas indexadas de circulação internacional, e mais de 1000 trabalhos apresentados em reuniões científicas, o LBA caminha para a compreensão das mudanças climáticas globais a partir dos estudos sobre a biosfera-atmosfera da Amazônia, contribuindo para uma relação mais responsável do homem com o meio ambiente. LBA é a sigla para o Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia. Liderado pelo Brasil, o LBA é o maior projeto de cooperação científica internacional já criado, com a meta de estudar as interações entre a Floresta Amazônica e as condições atmosféricas e climáticas em escala regional e mundial. O LBA visa a explicar como funciona a Amazônia como uma biosfera regional, como as mudanças nos usos da terra afetam o clima regional e global e como as mudanças climáticas globais afetam o funcionamento biológico, químico e físico da floresta e sua sustentabilidade. O Ministério da Ciência e Tecnologia – MCT – é o responsável pelo gerenciamento do LBA, enquanto o INPA, Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, responde pela coordenação científica do Projeto e por sua implementação, com o envolvimento direto de 20 de seus pesquisadores e mais de 30 bolsistas e estudantes de pós-graduação. O LBA foi criado através de acordos internacionais de cooperação científica e recebe financiamento de diversas agências de fomento brasileiras, da NASA (órgão oficial de pesquisas espaciais dos Estados Unidos) e da União Européia. Os trabalhos conjuntos em mais de 130 projetos de pesquisa contam com cerca de 1000 pesquisadores de 40 instituições brasileiras, além de outros 15 organismos estrangeiros de países da Bacia Amazônica (Venezuela, Peru, Bolívia, Colômbia e Equador), bem como colaborações e intercâmbios com instituições americanas e de outros oito países europeus. O pressuposto teórico do Projeto é que as florestas tropicais de todo o mundo, e especialmente a maior e mais complexa delas – a da Bacia Amazônica – estão sendo submetidas a taxas sem precedentes de desmatamento e a bruscas mudanças nos usos da terra. A comunidade científica mundial suspeita que as alterações dos ciclos naturais de água, energia, carbono e nutrientes, causadas pelas mudanças na cobertura vegetal amazônica, devam ter conseqüências climáticas e ambientais tanto em escala local e regional como global. Para confirmar e entender estas conseqüências é necessário um conhecimento multidisciplinar dos ambientes florestais naturais, bem como dos ambientes que já tiveram os usos de seus solos alterados, ou onde a vegetação secundária já substituiu a cobertura primária. Para atingir esta meta a comunidade científica brasileira tem defendido, desde o início dos anos 90, a realização de um esforço internacional conjunto de pesquisas multidisciplinares na Amazônia. Um grande número de programas de pesquisa, instituições e grupos científicos sul-americanos, europeus e dos Estados Unidos apoiou esta solicitação e tem contribuído para a definição de um programa integrado de pesquisas voltado para a biosfera amazônica. Este programa é o Experimento LBA. Mas, além de executar um programa multidisciplinar e interdisciplinar integrado para estudar a Amazônia sob diversas óticas científicas, o LBA também visa, ao final de seu processo, deixar na Amazônia pelo menos 100 mestres e doutores especializados na temática da interação biosfera-atmosfera, ampliando a área de atuação e melhorando as instituições de pesquisas da região. Por isso, um ativo Comitê de Treinamento e Educação, atualmente coordenado pela Dra. Regina Luizão (INPA), tem promovido cursos, treinamentos especializados e alocado bolsas (do CNPq e/ou específicas dos projetos LBA) para isto. 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Em termos científicos, a principal questão em foco nas pesquisas do LBA está definida assim: Como as mudanças da floresta tropical, a substituição das matas primárias e as alterações seletivas daí decorrentes influenciam o armazenamento do carbono, a dinâmica dos nutrientes, os fluxos dos gases traço e as perspectivas de uso sustentável do solo na Amazônia. As principais metodologias científicas utilizadas para responder a esta questão incluem: quantificar, compreender e modelar os processos físicos, químicos e biológicos que controlam a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes encontrados na Amazônia e determinar como esses processos estão ligados ao clima global; quantificar, compreender e modelar como a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes reagem ao desmatamento, às práticas agrícolas e outras mudanças no uso do solo, e como estas reações são influenciadas pelo clima. Quer-se também prever os impactos destas reações, tanto interna quanto externamente à Amazônia, num cenário de mudanças no uso da terra e no clima; Determinar as trocas entre os principais gases do efeito estufa e as espécies que regulam o potencial de oxidação entre a floresta e a atmosfera, e entender os processos que regulam estas trocas; Fornecer informações em número e qualidade suficientes para apoiar o desenvolvimento sustentável e políticas de proteção ambiental na Amazônia, no contexto de suas funções regionais e globais. A ênfase do Experimento LBA, portanto, recai sobre pesquisas e análises que aumentem a base de conhecimentos em sete áreas gerais: 1) Física do Clima; 2) Armazenamento e Trocas de Carbono; 3) Biogeoquímica; 4) Química Atmosférica; 5) Hidrologia e Química das Águas; 6) Mudanças dos Usos da Terra e da Cobertura Vegetal; e 7) Dimensões Humanas das Mudanças Climáticas. As equipes do LBA buscam uma abordagem multidisciplinar apta a processar informações provenientes de resultados já comprovados, dos bancos de dados, dos modelos, do sensoriamento remoto, das análises baseadas no Sistema de Informações Geográficas e das novas observações de campo. A meta é sintetizar e integrar os novos resultados de modo a responder às questões científicas do Projeto. As conclusões a serem produzidas pelas equipes do LBA vão possibilitar uma nova compreensão dos controles ambientais nos fluxos de energia, de água, de carbono, de nutrientes e de gases traço entre a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera da Amazônia. Os resultados também vão fornecer uma base científica para implantar políticas de uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Do ponto de vista operacional, finalmente, as pesquisas do LBA envolvem pesquisadores de várias partes do mundo, utilizando torres, balões, radares, aviões, satélites e uma diversidade de instrumentos de medição para a coleta dos dados, gerando ampla base de informações científicas para discussão de idéias e hipóteses. Há a perspectiva de criação de um novo centro de pesquisas ambientais da Amazônia a partir dos avanços obtidos. Os projetos aprovados por agências de financiamento e submetidos ao LBA, para inclusão ou associação ao programa, passam pela avaliação de um Comitê Científico Internacional que os aprova em função de dois parâmetros: 1) efetiva conexão do projeto com a temática do Experimento LBA; e, 2) concordância da inclusão dos dados e resultados obtidos no Sistema de Informações e Dados do Programa (LBA-DIS) e aderência às normas que regem o LBA. No Brasil, as atividades de campo são desenvolvidas em sete estados: Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal, sob a coordenação do Escritório Central sediado no INPA, em Manaus, do escritório técnico associado do CPTEC/INPE, em Cachoeira Paulista (SP) e de escritórios regionais em todos os sete estados. O LBA mantém também atividades de pesquisa no Peru, na Colômbia, na Bolívia, na Venezuela e no Equador (países da Bacia Amazônica). A FLONA Tapajós – Floresta Nacional do Tapajós do IBAMA em Santarém – é, individualmente, o local que abriga o maior número de projetos do LBA. Outros sítios experimentais, como o de Caxiuanã (Museu Goeldi/PA), a região de Ji-Paraná (RO) e as Estações Experimentais do INPA nos quilômetros 50 (ZF2) e 63 da BR-174 (ZF3/INPA-SI), têm alta concentração de estudos. LBA, Experimento de Larga Escala da Biosfera-Atmosfera na Amazônia (ou, em inglês, Large-scale Biosphere-Atmosphere Experiment in Amazonia) A pesquisa visa a explicar como funciona a Amazônia como uma biosfera regional, como as mudanças nos usos da terra afetam o clima regional e global e como as mudanças climáticas globais afetam o funcionamento biológico, químico e físico da flora. 2003-05-28 Ciências Biológicas O Projeto LBA visa a responder duas perguntas cruciais: Como a Amazônia funciona como ambiente ou biosfera regional? Como as mudanças no uso da terra e no clima afetam as funções biológicas, químicas e físicas da Amazônia, incluindo a sustentabilidade do desenvolvimento na região, e qual é a influência da Amazônia no clima global? A grande meta desse programa de pesquisas é melhorar o entendimento dos efeitos das transformações da floresta tropical no funcionamento ecológico e na sustentabilidade do uso da terra. Em termos científicos, a principal questão em foco nas pesquisas do LBA está definida assim: Como as mudanças da floresta tropical, a substituição das matas primárias e as alterações seletivas daí decorrentes influenciam o armazenamento do carbono, a dinâmica dos nutrientes, os fluxos dos gases traço e as perspectivas de uso sustentável do solo na Amazônia. As principais metodologias científicas utilizadas para responder a esta questão incluem: quantificar, compreender e modelar os processos físicos, químicos e biológicos que controlam a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes encontrados na Amazônia e determinar como esses processos estão ligados ao clima global; quantificar, compreender e modelar como a energia, a água, o carbono, os gases traço e os ciclos de nutrientes reagem ao desmatamento, às práticas agrícolas e outras mudanças no uso do solo, e como estas reações são influenciadas pelo clima. Quer-se também prever os impactos destas reações, tanto interna quanto externamente à Amazônia, num cenário de mudanças no uso da terra e no clima; Determinar as trocas entre os principais gases do efeito estufa e as espécies que regulam o potencial de oxidação entre a floresta e a atmosfera, e entender os processos que regulam estas trocas; Fornecer informações em número e qualidade suficientes para apoiar o desenvolvimento sustentável e políticas de proteção ambiental na Amazônia, no contexto de suas funções regionais e globais. A ênfase do Experimento LBA, portanto, recai sobre pesquisas e análises que aumentem a base de conhecimentos em sete áreas gerais: 1) Física do Clima; 2) Armazenamento e Trocas de Carbono; 3) Biogeoquímica; 4) Química Atmosférica; 5) Hidrologia e Química das Águas; 6) Mudanças dos Usos da Terra e da Cobertura Vegetal; e 7) Dimensões Humanas das Mudanças Climáticas. As equipes do LBA buscam uma abordagem multidisciplinar apta a processar informações provenientes de resultados já comprovados, dos bancos de dados, dos modelos, do sensoriamento remoto, das análises baseadas no Sistema de Informações Geográficas e das novas observações de campo. A meta é sintetizar e integrar os novos resultados de modo a responder às questões científicas do Projeto. As conclusões a serem produzidas pelas equipes do LBA vão possibilitar uma nova compreensão dos controles ambientais nos fluxos de energia, de água, de carbono, de nutrientes e de gases traço entre a atmosfera, a hidrosfera e a biosfera da Amazônia. Os resultados também vão fornecer uma base científica para implantar políticas de uso sustentável dos recursos naturais da Amazônia. Do ponto de vista operacional, finalmente, as pesquisas do LBA envolvem pesquisadores de várias partes do mundo, utilizando torres, balões, radares, aviões, satélites e uma diversidade de instrumentos de medição para a coleta dos dados, gerando ampla base de informações científicas para discussão de idéias e hipóteses. Há a perspectiva de criação de um novo centro de pesquisas ambientais da Amazônia a partir dos avanços obtidos. Os projetos aprovados por agências de financiamento e submetidos ao LBA, para inclusão ou associação ao programa, passam pela avaliação de um Comitê Científico Internacional que os aprova em função de dois parâmetros: 1) efetiva conexão do projeto com a temática do Experimento LBA; e, 2) concordância da inclusão dos dados e resultados obtidos no Sistema de Informações e Dados do Programa (LBA-DIS) e aderência às normas que regem o LBA. No Brasil, as atividades de campo são desenvolvidas em sete estados: Pará, Amazonas, Acre, Rondônia, Mato Grosso, Tocantins e Distrito Federal, sob a coordenação do Escritório Central sediado no INPA, em Manaus, do escritório técnico associado do CPTEC/INPE, em Cachoeira Paulista (SP) e de escritórios regionais em todos os sete estados. O LBA mantém também atividades de pesquisa no Peru, na Colômbia, na Bolívia, na Venezuela e no Equador (países da Bacia Amazônica). A FLONA Tapajós – Floresta Nacional do Tapajós do IBAMA em Santarém – é, individualmente, o local que abriga o maior número de projetos do LBA. Outros sítios experimentais, como o de Caxiuanã (Museu Goeldi/PA), a região de Ji-Paraná (RO) e as Estações Experimentais do INPA nos quilômetros 50 (ZF2) e 63 da BR-174 (ZF3/INPA-SI), têm alta concentração de estudos. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/24657 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/a9d410454127fe8ecaaa1e0987272fa71fb45df8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c5f4cbae466ce1e30c82679990ef367ba4d6261d.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/174416e82be722c7d809a3a93d193e8983ce5463.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/27c48be77fac2699b335d51ceef05bf3ca1ac8f1.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/5ba17598e9e0c8428a2f3446c09f1193d7385805.jpg