Cientistas desenvolvem equipamento de precisão de baixo custo para medir as chuvas em plantações e otimizar produção

Detalhes bibliográficos
Principais autores: Ricardo Augusto Calheiros de Miranda, Fernando Reiszel, André Monat
Formato: Online
Publicado em: 2003
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=24418
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abstract Foi criado neste estudo, o equipamento de pluviômetros digitais, utilizando tecnologias de microcontroladores de baixo custo, capazes de armazenar a precipitação acumulada num certo período de tempo de maneira autônoma.
coverage Os pontos mais relevantes da pesquisa são: aprimorar o monitoramento meteorológico do espaço regional do Estado do Rio de Janeiro através do desenvolvimento de sensores com predomínio da eletrônica sobre a mecânica, para possibilitar a automatização e otimização no processamento dos dados meteorológicos; melhorar o nível e a qualidade da informação agroclimatológica dos produtores rurais da região serrana centro-norte fluminense; estabelecer um sistema de informação climatológica para suporte das atividades agro-industriais no Estado do Rio de Janeiro; desenvolver rotinas de Banco de Dados e softwares computacionais capazes de permitir a automatização dos dados coletados e a exploração eficiente do potencial das informações coletadas para utilização em modelos de previsão de pragas e enfermidades; produzir elementos didáticos para ensino das disciplinas de Bioclimatologia e Métodos de Análise em Meteorologia e Climatologia; e fomentar a participação direta dos produtores em todas as etapas do estudo, através da formação de uma "consciência fitossanitária", entre eles.
Se o clima limita a aptidão agrícola de uma região; ao tempo meteorológico podem-se associar as variações da sua produção. A elaboração de sistemas de alerta fitossanitário (isto é, de saúde das plantas) requer o conhecimento dos fatores meteorológicos envolvidos, já que o aparecimento e desenvolvimento de uma enfermidade vegetal resultam da interação entre uma planta susceptível, um agente patogênico e fatores ambientais favoráveis. A persistência de intervalos de umidade foliar é, por exemplo, conjuntamente com a temperatura, umidade relativa e a precipitação pluviométrica (chuvas), é o mais preponderante dado meteorológico na predisposição das plantas ao ataque de agentes patogênicos. Por isso, é a partir de estudos detalhados do papel da água (tanto na fase líquida quanto gasosa), em termos da interceptação das precipitações e do balanço energético, que se podem obter elementos mínimos para prever as inter-relações dentro do sistema solo-planta-atmosfera com o fim de elaborar sistemas de alerta fitossanitário. Sabe-se que o efeito agrometeorológico mais significativo da vegetação, no que diz respeito à precipitação pluviométrica, está relacionado com o processo de interceptação (isto é, o processo pelo qual as plantas interceptam e recolhem a água da chuva). Nesse processo o total precipitado é redistribuído pela vegetação. Uma parcela da chuva fica temporariamente retida sobre as partes aéreas da planta, sendo depois evaporada de volta para atmosfera. A água livre, oriunda das diferentes formas de precipitação (chuvas e irrigação artificial), quando retida pelas partes aéreas de uma planta, tem papel relevante sobre os diferentes agentes infecciosos. No caso das culturas anuais, a interceptação da chuva depende da espécie e do estágio de desenvolvimento em que esta se encontra, ou seja, da quantidade de vegetação que cobre o terreno. A chuva, ao interagir com a vegetação, é redistribuída em diferentes tipos de precipitação sob a copa. No caso específico dos cafezais, existe a necessidade de se dispor, em estudos dessa natureza, de um número suficiente de pluviômetros (equipamentos que medem a quantidade de chuvas) alocados aleatoriamente sob as copas do cafeeiro com o intuito de se medir com precisão todas as possíveis variações ponto a ponto da precipitação. Para isso, pesquisadores do Instituto de Geociências e do Instituto Politécnico da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ direcionaram suas pesquisas para o desenvolvimento de pluviômetros digitais, utilizando tecnologias de microcontroladores de baixo custo, capazes de armazenar a precipitação acumulada num certo período de tempo de maneira autônoma.
Modelo de coletor utilizado no monitoramento do total precipitado e throughfall
Caracterização do ciclo hidrológico do cafezal
Microcontrolador
Pluviômetro
A pesquisa foi realizada em cafezais adensados (isto é, que abrigam aproximadamente 4.000 pés por hectare), com plantas do tipo cultivar Mundo Novo, cultivadas a pleno sol na Fazenda Haras Monte Café, localizada no município de Duas Barras (RJ). A pesquisa é dirigida a estudos para melhoria da composição, forma e densidade do povoamento nestes plantios, visando minimizar riscos de pragas e/ou enfermidades. Para tanto são utilizados 4 pluviômetros digitais, alocados em áreas em aberto circunvizinhas, para quantificar o total precipitado sobre as copas dos cafeeiros. Quanto à determinação da fração de precipitação incidente, que atinge o solo através do percolamento direto através da copa, esta foi efetuada utilizando-se outros 12 pluviômetros digitais, instalados a 50 centímetros do solo e posicionados aleatoriamente no interior do cafezal. A leitura dos índices de precipitação, exibida num display de cristal líquido, minimiza os erros de observação inerentes à utilização de pluviômetros tradicionais do tipo “Ville de Paris”, onde a chuva é mensurada através leituras em provetas milimetradas. O pluviômetro proposto é totalmente construído em termoplásticos do tipo PVC ou ABS. As peças maiores, tais como o corpo cilíndrico do pluviômetro, são usinadas em PVC. As peças menores, mais complexas (como o sistema basculante para registro do total precipitado e suportes), são injetadas em ABS. A Figura 1 mostra a localização da caçamba (volume da báscula de 10 milímetros) no interior do pluviômetro, bem como a localização do abrigo do circuito eletrônico e do porta pilhas. Este volume de 10 milímetros, associado a uma área de captação de 176,7 centímetros quadrados, resultou numa resolução de meio milímetro na medida do total precipitado. Quanto ao microcontrolador escolhido para desenvolvimento deste projeto, é do tipo PIC, da marca Microchip, cuja característica principal é o baixo consumo de energia. O microcontrolador pode ser alimentado com tensões de 2 a 6 Volts. Isso possibilita o uso de pilhas comuns para alimentação do pluviômetro digital. Em operação normal, o consumo situa-se ao redor de 50mA, o que garante uma autonomia em campo de dois anos. O sistema desenvolvido substitui com vantagens os sistemas de monitoramento tradicional das chuvas, podendo ser utilizado como uma nova alternativa ao suporte acadêmico e na execução de projetos de gestão e planejamento ambiental.
institution Universidade do Estado do Rio de Janeiro
publishDate 2003
publishDateFull 2003-11-05
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Se o clima limita a aptidão agrícola de uma região; ao tempo meteorológico podem-se associar as variações da sua produção. A elaboração de sistemas de alerta fitossanitário (isto é, de saúde das plantas) requer o conhecimento dos fatores meteorológicos envolvidos, já que o aparecimento e desenvolvimento de uma enfermidade vegetal resultam da interação entre uma planta susceptível, um agente patogênico e fatores ambientais favoráveis. A persistência de intervalos de umidade foliar é, por exemplo, conjuntamente com a temperatura, umidade relativa e a precipitação pluviométrica (chuvas), é o mais preponderante dado meteorológico na predisposição das plantas ao ataque de agentes patogênicos. Por isso, é a partir de estudos detalhados do papel da água (tanto na fase líquida quanto gasosa), em termos da interceptação das precipitações e do balanço energético, que se podem obter elementos mínimos para prever as inter-relações dentro do sistema solo-planta-atmosfera com o fim de elaborar sistemas de alerta fitossanitário. Sabe-se que o efeito agrometeorológico mais significativo da vegetação, no que diz respeito à precipitação pluviométrica, está relacionado com o processo de interceptação (isto é, o processo pelo qual as plantas interceptam e recolhem a água da chuva). Nesse processo o total precipitado é redistribuído pela vegetação. Uma parcela da chuva fica temporariamente retida sobre as partes aéreas da planta, sendo depois evaporada de volta para atmosfera. A água livre, oriunda das diferentes formas de precipitação (chuvas e irrigação artificial), quando retida pelas partes aéreas de uma planta, tem papel relevante sobre os diferentes agentes infecciosos. No caso das culturas anuais, a interceptação da chuva depende da espécie e do estágio de desenvolvimento em que esta se encontra, ou seja, da quantidade de vegetação que cobre o terreno. A chuva, ao interagir com a vegetação, é redistribuída em diferentes tipos de precipitação sob a copa. No caso específico dos cafezais, existe a necessidade de se dispor, em estudos dessa natureza, de um número suficiente de pluviômetros (equipamentos que medem a quantidade de chuvas) alocados aleatoriamente sob as copas do cafeeiro com o intuito de se medir com precisão todas as possíveis variações ponto a ponto da precipitação. Para isso, pesquisadores do Instituto de Geociências e do Instituto Politécnico da Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ direcionaram suas pesquisas para o desenvolvimento de pluviômetros digitais, utilizando tecnologias de microcontroladores de baixo custo, capazes de armazenar a precipitação acumulada num certo período de tempo de maneira autônoma. Modelo de coletor utilizado no monitoramento do total precipitado e throughfall Caracterização do ciclo hidrológico do cafezal Microcontrolador Pluviômetro A pesquisa foi realizada em cafezais adensados (isto é, que abrigam aproximadamente 4.000 pés por hectare), com plantas do tipo cultivar Mundo Novo, cultivadas a pleno sol na Fazenda Haras Monte Café, localizada no município de Duas Barras (RJ). A pesquisa é dirigida a estudos para melhoria da composição, forma e densidade do povoamento nestes plantios, visando minimizar riscos de pragas e/ou enfermidades. Para tanto são utilizados 4 pluviômetros digitais, alocados em áreas em aberto circunvizinhas, para quantificar o total precipitado sobre as copas dos cafeeiros. Quanto à determinação da fração de precipitação incidente, que atinge o solo através do percolamento direto através da copa, esta foi efetuada utilizando-se outros 12 pluviômetros digitais, instalados a 50 centímetros do solo e posicionados aleatoriamente no interior do cafezal. A leitura dos índices de precipitação, exibida num display de cristal líquido, minimiza os erros de observação inerentes à utilização de pluviômetros tradicionais do tipo “Ville de Paris”, onde a chuva é mensurada através leituras em provetas milimetradas. O pluviômetro proposto é totalmente construído em termoplásticos do tipo PVC ou ABS. As peças maiores, tais como o corpo cilíndrico do pluviômetro, são usinadas em PVC. As peças menores, mais complexas (como o sistema basculante para registro do total precipitado e suportes), são injetadas em ABS. A Figura 1 mostra a localização da caçamba (volume da báscula de 10 milímetros) no interior do pluviômetro, bem como a localização do abrigo do circuito eletrônico e do porta pilhas. Este volume de 10 milímetros, associado a uma área de captação de 176,7 centímetros quadrados, resultou numa resolução de meio milímetro na medida do total precipitado. Quanto ao microcontrolador escolhido para desenvolvimento deste projeto, é do tipo PIC, da marca Microchip, cuja característica principal é o baixo consumo de energia. O microcontrolador pode ser alimentado com tensões de 2 a 6 Volts. Isso possibilita o uso de pilhas comuns para alimentação do pluviômetro digital. Em operação normal, o consumo situa-se ao redor de 50mA, o que garante uma autonomia em campo de dois anos. O sistema desenvolvido substitui com vantagens os sistemas de monitoramento tradicional das chuvas, podendo ser utilizado como uma nova alternativa ao suporte acadêmico e na execução de projetos de gestão e planejamento ambiental. Monitoramento e Modelagem da Persistência do Molhamento Foliar em um Cafezal da Região Serrana Fluminense Foi criado neste estudo, o equipamento de pluviômetros digitais, utilizando tecnologias de microcontroladores de baixo custo, capazes de armazenar a precipitação acumulada num certo período de tempo de maneira autônoma. 2003-11-05 http://www.sbagro.org/files/biblioteca/1431.pdf Ciências Exatas e da Terra A pesquisa foi realizada em cafezais adensados (isto é, que abrigam aproximadamente 4.000 pés por hectare), com plantas do tipo cultivar Mundo Novo, cultivadas a pleno sol na Fazenda Haras Monte Café, localizada no município de Duas Barras (RJ). A pesquisa é dirigida a estudos para melhoria da composição, forma e densidade do povoamento nestes plantios, visando minimizar riscos de pragas e/ou enfermidades. Para tanto são utilizados 4 pluviômetros digitais, alocados em áreas em aberto circunvizinhas, para quantificar o total precipitado sobre as copas dos cafeeiros. Quanto à determinação da fração de precipitação incidente, que atinge o solo através do percolamento direto através da copa, esta foi efetuada utilizando-se outros 12 pluviômetros digitais, instalados a 50 centímetros do solo e posicionados aleatoriamente no interior do cafezal. A leitura dos índices de precipitação, exibida num display de cristal líquido, minimiza os erros de observação inerentes à utilização de pluviômetros tradicionais do tipo “Ville de Paris”, onde a chuva é mensurada através leituras em provetas milimetradas. O pluviômetro proposto é totalmente construído em termoplásticos do tipo PVC ou ABS. As peças maiores, tais como o corpo cilíndrico do pluviômetro, são usinadas em PVC. As peças menores, mais complexas (como o sistema basculante para registro do total precipitado e suportes), são injetadas em ABS. A Figura 1 mostra a localização da caçamba (volume da báscula de 10 milímetros) no interior do pluviômetro, bem como a localização do abrigo do circuito eletrônico e do porta pilhas. Este volume de 10 milímetros, associado a uma área de captação de 176,7 centímetros quadrados, resultou numa resolução de meio milímetro na medida do total precipitado. Quanto ao microcontrolador escolhido para desenvolvimento deste projeto, é do tipo PIC, da marca Microchip, cuja característica principal é o baixo consumo de energia. O microcontrolador pode ser alimentado com tensões de 2 a 6 Volts. Isso possibilita o uso de pilhas comuns para alimentação do pluviômetro digital. Em operação normal, o consumo situa-se ao redor de 50mA, o que garante uma autonomia em campo de dois anos. 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