Feiras de ciência despertam vocações
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2015
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O estudo investigou como as feiras de ciência estimulam os estudantes a seguirem a carreira de cientista. |
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Os resultados encontrados foram surpreendentes no que diz respeito à motivação dos estudantes em escolher carreiras voltadas à ciência e à tecnologia. A influência familiar na escolha da carreira apresentou um resultado significativo – em quase 38% dos casos, os estudantes tendem a seguir a mesma do pai ou da mãe. No entanto, quando foi investigada a escolha pelas engenharias, em particular, observou-se que a influência da família foi menor do que a da participação dos estudantes em feiras de ciência. Quando os estudantes envolvidos nessas feiras têm intenção de cursar engenharia, em apenas 4% dos casos a influência é familiar ao passo que 33% deles são influenciados pelos professores, enfatizando a responsabilidade destes na orientação dos estudantes para a escolha da carreira.
Em relação à participação dos entrevistados em olimpíadas científicas, 76% deles participaram de pelo menos uma. Esses eventos vêm desempenhando importante papel de incentivar jovens a valorizar a ciência, ajudando a identificar talentos nas mais diversas áreas do conhecimento e estimulando os estudantes a escolher carreiras científicas.
Os resultados da pesquisa mostraram que os estudantes mais confiantes em sua capacidade em determinada disciplina são mais propensos a considerar os temas tratados nela em suas escolhas profissionais. Os estudantes também mostraram melhorias em algumas habilidades relacionadas ao pensamento científico após terem participado de feiras de ciência. O desenvolvimento de habilidades como comunicação oral, pensamento crítico, espírito investigativo, organização pessoal, gestão do tempo, autoconfiança, persistência, conhecimento multidisciplinar, facilidade em cumprir metas e hábito de leituras científicas foram algumas das mais citadas pelos estudantes e atribuídas à participação em feiras de ciência.
Outro fator investigado foi a influência dos participantes de feiras como multiplicadores dos eventos. Os resultados relatam que o compartilhamento da experiência vivenciada nas feiras de ciência entre os colegas colabora com o efeito multiplicador esperado desses eventos. Isso deixou claro que a boa repercussão dos eventos é fundamental para motivar a participação de outros estudantes, já que nem todos conseguem ter a mesma oportunidade.
A pesquisa analisou, ainda, o papel da escola e das experiências escolares na escolha e vocação científicas dos estudantes, investigando como as atividades de feiras de ciência proporcionam a eles o desenvolvimento de habilidades específicas da área de exatas. A pesquisa também chama a atenção para a reflexão sobre a importância das feiras de ciência como caminho para práticas mais sustentáveis, principalmente a partir do seu potencial gerador do protagonismo juvenil no papel de transformadores e formadores de opinião, contribuindo para o exercício pleno da cidadania. Estimular os jovens a gostar de ciência e fazer com que eles sigam a carreira de cientista é um dos grandes desafios dos profissionais da área de educação e dos especialistas em popularização da ciência. Sabendo que o interesse pela ciência e tecnologia começa cedo, acredita-se que as atividades que despertam curiosidade, investigação e questionamentos a respeito de um tema costumam atrair a atenção dos jovens, estimulando-os a praticar o pensamento científico. É no período escolar que os estudantes têm o primeiro contato com o método científico. No ensino médio, geralmente, eles fazem as escolhas sobre suas carreiras profissionais. Assim, fica clara a necessidade dos estudantes participarem cada vez mais de projetos investigativos, como feiras de ciências, que os estimulem e os ajudem nessas suas escolhas. As feiras desempenham importante papel não só influenciando nas decisões, mas também no desenvolvimento de habilidades e competências indispensáveis ao sucesso em qualquer carreira profissional. A pesquisadora em popularização da ciência, Adriana Anunciatto Depieri, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), investigou como as feiras de ciência estimulam os estudantes a seguirem a carreira de cientista. Ao longo da pesquisa, ela avaliou o interesse dos estudantes do ensino médio de São Paulo pela ciência e descobriu o que os motiva a escolher, no futuro, profissões em que podem vivenciar na prática atividades investigativas. A pesquisadora também investigou e analisou as atitudes, pensamentos, opiniões e percepções dos estudantes em relação à escolha por cursos de engenharia, em especial, bem como o impacto da participação deles em práticas investigativas e feiras de ciência na escolha profissional. Durante a pesquisa, foram entrevistados 1.053 estudantes e 60 professores do ensino médio, envolvidos ou não com feiras de ciência. As entrevistas foram feitas com a ajuda de questionários que revelaram os fatores que influenciaram os estudantes na escolha de profissões na área de ciências exatas. Um dos questionários apresentava opções como influência familiar, influência de um professor, influência de amigos, participação em projetos que utilizavam o método científico, participação em cursos de robótica ou eletrônica, visitas a feiras de ciência, participação nessas feiras ou em alguma olimpíada científica (matemática, português, física, química, biologia, astronomia, geografia ou informática). Outro questionário identificou opiniões, interesses, aspectos da personalidade e informações biográficas dos estudantes, além de suas percepções e atitudes em relação às ciências e ao pensamento científico. As entrevistas foram realizadas em três eventos: ‘USP e as Profissões - 2013’, promovido pela Universidade de São Paulo, ‘Mostra Paulista de Ciências e Engenharia (MOP)’, em 2013, e ‘Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace)’, em 2014, todos na cidade de São Paulo. Feiras de ciência_1 Feiras de ciência_2 |
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237212024-10-01T19:00:31Z1[CeS] Textos de divulgação Feiras de ciência despertam vocações Adriana Anunciatto Depieri Atitude Competências Educação científica 2015-05-15 339.jpg vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/efc2774c24c344416a98ab64edf0765058263927.jpg Os resultados encontrados foram surpreendentes no que diz respeito à motivação dos estudantes em escolher carreiras voltadas à ciência e à tecnologia. A influência familiar na escolha da carreira apresentou um resultado significativo – em quase 38% dos casos, os estudantes tendem a seguir a mesma do pai ou da mãe. No entanto, quando foi investigada a escolha pelas engenharias, em particular, observou-se que a influência da família foi menor do que a da participação dos estudantes em feiras de ciência. Quando os estudantes envolvidos nessas feiras têm intenção de cursar engenharia, em apenas 4% dos casos a influência é familiar ao passo que 33% deles são influenciados pelos professores, enfatizando a responsabilidade destes na orientação dos estudantes para a escolha da carreira. Em relação à participação dos entrevistados em olimpíadas científicas, 76% deles participaram de pelo menos uma. Esses eventos vêm desempenhando importante papel de incentivar jovens a valorizar a ciência, ajudando a identificar talentos nas mais diversas áreas do conhecimento e estimulando os estudantes a escolher carreiras científicas. Os resultados da pesquisa mostraram que os estudantes mais confiantes em sua capacidade em determinada disciplina são mais propensos a considerar os temas tratados nela em suas escolhas profissionais. Os estudantes também mostraram melhorias em algumas habilidades relacionadas ao pensamento científico após terem participado de feiras de ciência. O desenvolvimento de habilidades como comunicação oral, pensamento crítico, espírito investigativo, organização pessoal, gestão do tempo, autoconfiança, persistência, conhecimento multidisciplinar, facilidade em cumprir metas e hábito de leituras científicas foram algumas das mais citadas pelos estudantes e atribuídas à participação em feiras de ciência. Outro fator investigado foi a influência dos participantes de feiras como multiplicadores dos eventos. Os resultados relatam que o compartilhamento da experiência vivenciada nas feiras de ciência entre os colegas colabora com o efeito multiplicador esperado desses eventos. Isso deixou claro que a boa repercussão dos eventos é fundamental para motivar a participação de outros estudantes, já que nem todos conseguem ter a mesma oportunidade. A pesquisa analisou, ainda, o papel da escola e das experiências escolares na escolha e vocação científicas dos estudantes, investigando como as atividades de feiras de ciência proporcionam a eles o desenvolvimento de habilidades específicas da área de exatas. A pesquisa também chama a atenção para a reflexão sobre a importância das feiras de ciência como caminho para práticas mais sustentáveis, principalmente a partir do seu potencial gerador do protagonismo juvenil no papel de transformadores e formadores de opinião, contribuindo para o exercício pleno da cidadania. Estimular os jovens a gostar de ciência e fazer com que eles sigam a carreira de cientista é um dos grandes desafios dos profissionais da área de educação e dos especialistas em popularização da ciência. Sabendo que o interesse pela ciência e tecnologia começa cedo, acredita-se que as atividades que despertam curiosidade, investigação e questionamentos a respeito de um tema costumam atrair a atenção dos jovens, estimulando-os a praticar o pensamento científico. É no período escolar que os estudantes têm o primeiro contato com o método científico. No ensino médio, geralmente, eles fazem as escolhas sobre suas carreiras profissionais. Assim, fica clara a necessidade dos estudantes participarem cada vez mais de projetos investigativos, como feiras de ciências, que os estimulem e os ajudem nessas suas escolhas. As feiras desempenham importante papel não só influenciando nas decisões, mas também no desenvolvimento de habilidades e competências indispensáveis ao sucesso em qualquer carreira profissional. A pesquisadora em popularização da ciência, Adriana Anunciatto Depieri, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), investigou como as feiras de ciência estimulam os estudantes a seguirem a carreira de cientista. Ao longo da pesquisa, ela avaliou o interesse dos estudantes do ensino médio de São Paulo pela ciência e descobriu o que os motiva a escolher, no futuro, profissões em que podem vivenciar na prática atividades investigativas. A pesquisadora também investigou e analisou as atitudes, pensamentos, opiniões e percepções dos estudantes em relação à escolha por cursos de engenharia, em especial, bem como o impacto da participação deles em práticas investigativas e feiras de ciência na escolha profissional. Durante a pesquisa, foram entrevistados 1.053 estudantes e 60 professores do ensino médio, envolvidos ou não com feiras de ciência. As entrevistas foram feitas com a ajuda de questionários que revelaram os fatores que influenciaram os estudantes na escolha de profissões na área de ciências exatas. Um dos questionários apresentava opções como influência familiar, influência de um professor, influência de amigos, participação em projetos que utilizavam o método científico, participação em cursos de robótica ou eletrônica, visitas a feiras de ciência, participação nessas feiras ou em alguma olimpíada científica (matemática, português, física, química, biologia, astronomia, geografia ou informática). Outro questionário identificou opiniões, interesses, aspectos da personalidade e informações biográficas dos estudantes, além de suas percepções e atitudes em relação às ciências e ao pensamento científico. As entrevistas foram realizadas em três eventos: ‘USP e as Profissões - 2013’, promovido pela Universidade de São Paulo, ‘Mostra Paulista de Ciências e Engenharia (MOP)’, em 2013, e ‘Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace)’, em 2014, todos na cidade de São Paulo. Feiras de ciência_1 Feiras de ciência_2 Feiras de ciência despertam vocações O estudo investigou como as feiras de ciência estimulam os estudantes a seguirem a carreira de cientista. 2015-05-15 http://dx.doi.org/10.11606/T.3.2014.tde-25032015-165603 Ciências Exatas e da Terra CANAL CIÊNCIA. Feiras de ciência despertam vocações. 2015. Disponível em: https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-exatas-e-da-terra/230-feiras-de-ciencia-despertam-vocacoes. Acesso em 17 maio 2022. Durante a pesquisa, foram entrevistados 1.053 estudantes e 60 professores do ensino médio, envolvidos ou não com feiras de ciência. As entrevistas foram feitas com a ajuda de questionários que revelaram os fatores que influenciaram os estudantes na escolha de profissões na área de ciências exatas. Um dos questionários apresentava opções como influência familiar, influência de um professor, influência de amigos, participação em projetos que utilizavam o método científico, participação em cursos de robótica ou eletrônica, visitas a feiras de ciência, participação nessas feiras ou em alguma olimpíada científica (matemática, português, física, química, biologia, astronomia, geografia ou informática). Outro questionário identificou opiniões, interesses, aspectos da personalidade e informações biográficas dos estudantes, além de suas percepções e atitudes em relação às ciências e ao pensamento científico. As entrevistas foram realizadas em três eventos: ‘USP e as Profissões - 2013’, promovido pela Universidade de São Paulo, ‘Mostra Paulista de Ciências e Engenharia (MOP)’, em 2013, e ‘Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (Febrace)’, em 2014, todos na cidade de São Paulo. Feiras de ciência_1 Feiras de ciência_2 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23721 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/efc2774c24c344416a98ab64edf0765058263927.png https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/296a5e2ff949718bfa51370121f83ab7e40e71e0.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/ffcf404e5168d1034cdb9a931294112379beb9d1.jpg |