Biólogos realizam inventário detalhado das espécies de flora e fauna do Cerrado brasileiro

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Autor principal: Teresa Cristina Stocco Pagotto
Formato: Online
Publicado em: 2003
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=23468
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abstract A pesquisa propôs a realização de um inventário detalhado das espécies de flora e fauna do cerrado nacional.
coverage Esta pesquisa, com seus levantamentos, permitirá estimar em base científica, a riqueza de espécies e os índices de diversidade, de equitabilidade (isto é, a distribuição dos indivíduos entre as diferentes espécies presentes na amostra) e de similaridade (que medem a presença ou ausência de uma determinada espécie em amostras de diferentes locais e momentos) no Cerrado. Além disso, como pesquisa interdisciplinar e interinstitucional, o estudo envolve cerca de 40 pesquisadores de 11 Universidades Brasileiras e da Embrapa/CNPGC (Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte/Campo Grande/MS), além de 14 bolsistas de diferentes categorias (desde iniciação científica até mestres). Entre os mais importantes resultados da pesquisa podem contar-se: obtenção de dados da diversidade biológica numa área natural com ação antrópica (isto é, humana) avançada, devido a atividades agropastoris; avaliação da integridade do bioma estudado (o Cerrado) em suas diferentes formações, essencial por sua importância como habitat; determinação, através dos inventários, da intensidade da ação antrópica, tanto atual como futura, na região; fixação não só de dados relativos à diversidade biológica, como de informação para realizar um diagnóstico que leve à avaliação ecológica da região; contribuições para os acervos de Herbários e Coleções Zoológicas das Instituições envolvidas, através dos depósitos dos materiais coletados; elaboração de mapas (como os fitogeográficos, que assinalam as diversas vegetações) que sintetizem padrões bioecológicos; geração de informações científicas em curto prazo, utilizáveis na reconstituição da área e no uso sustentado de recursos naturais renováveis; e produção de subsídios para estudos de manejo, de conservação e de estabelecimento de áreas de preservação para o bioma Cerrado.
A porção do território brasileiro que abrange a região nordeste do Estado de Mato Grosso do Sul e áreas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, denominada na pesquisa de Complexo Jauru, é insuficientemente conhecida. Com cerca de 2 milhões de hectares de extensão ela, inclui os territórios dos municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Inocência e Paranaíba (no Mato Grosso do Sul); Aporé, Chapadão do Céu, Mineiros e Itajá (em Goiás); Rubinéia e Santa Clara do Oeste (em São Paulo) e Carneirinho (em Minas Gerais). Suas principais características justificam o interesse científico, para o estudo da área. Tanto assim que foi selecionada como área prioritária de estudo no workshop “Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade de Cerrado e Pantanal”, realizado em 1998, em Brasília, pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO/MMA, que tem como objetivo principal apoiar iniciativas que ofereçam subsídios básicos para a elaboração da Política Nacional de Diversidade Biológica. Geologicamente o Complexo Jauru fica localizado no chamado Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná, estando em média de 500 a 750 metros acima do nível do mar. É drenado por duas bacias hidrográficas importantes: uma à margem esquerda do rio Paraguai, originando o Pantanal; e outra à margem direita do rio Paraná. Ambas acabam formando a grande bacia do Prata. A área é recoberta basicamente por vegetação característica do cerrado, em formações florestais, savânicas e campestre. Vários fragmentos fitofisionômicos (isto é, fragmentos de tipos de vegetação), como as matas ciliares e de galerias, são importantes na alimentação, abrigo e reprodução da fauna local e atuam como corredores ecológicos para os animais e na dispersão de sementes. Além disso, e apesar dos altos índices de degradação ambiental, por atividades agropastoris, a área do Jauru ainda contém fragmentos de vegetação nativa, de dimensão significativa se comparados a fragmentos de cerrado em outros locais. Em função destas características, pesquisadores do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campo Grande/MS) propõem executar, em 18 meses, um levantamento da diversidade do Complexo Jauru, para obter conhecimentos que auxiliem a conservação e o manejo sustentável das riquezas biológicas dessa região. Participam da coordenação deste trabalho os pesquisadores Ângela Lúcia B. Sartori(flora);Josué Raizer(aranhas);Luís Onofre I. de Souza(libélulas);Otávio Froehlich(peixes); Masao Uetanabaro(sapos e rãs-Répteis e Anfíbios); Maristela Benites da Silva(aves);Marcelo Oscar Bordignon(mamíferos)e José Milton Longo(visitantes florais).
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As atividades da pesquisa são essencialmente inventários que usam a chamada metodologia tipo RAP (da sigla em inglês “Rapid Assessment Program”, ou Programa de Avaliação Rápida). A meta básica é coletar, analisar e disseminar informações, já que a área é classificada como insuficientemente conhecida, pelo PROBIO. Os inventários incluem a flora, e a fauna de invertebrados (aranhas e libélulas), de vertebrados (peixes, anfíbios e répteis, aves e mamíferos) e dos chamados Visitantes Florais (animais que visitam flores, podendo ser agentes polinizadores ou não). Para a Flora os métodos incluem caracterização das formações vegetais, mostrando a influência da diversidade das espécies na paisagem; e a determinação dos padrões fitogeográficos. O inventário florístico será realizado através da coleta de espécimes, que serão identificados segundo sua taxonomia e posteriormente incorporados a coleções de referência (herbários). Para as aranhas a pesquisa prevê a identificação das espécies ocorrentes na área, já que no Cerrado o número de espécies é subestimado. As aranhas têm importante valor como predadoras de topo de cadeia alimentar (isto é, estão no topo de toda uma lista específica – uma cadeia – de animais que servem de alimentos a outros). Em função disto, a estimativa de seu número e da qualidade de sua ação é importante para avaliar impactos ecológicos. Os espécimes coletados, após sua identificação taxonômica, serão incorporados em coleções de referência (Coleções Zoológicas e/ou acervos de Museus Zoológicos). Para as libélulas, grupo de invertebrados considerado bioindicador (isto é, muito sensível a mudanças ambientais, e, portanto apto a assinalá-las imediatamente), a pesquisa prevê a identificação das espécies na área e a mensuração de parâmetros abióticos (atmosféricos, hidrológicos, físicos e químicos da água e outros). Assim, no final do inventário, será possível obter informações úteis quanto à conservação da biodiversidade e do controle ambiental. Também os espécimes coletados, como nas aranhas, irão para coleções de referência. Para os peixes também será realizada a identificação das espécies, pois este grupo animal, por sua dependência restrita a ambientes aquáticos, fornece dados sobre os padrões biogeográficos (situação das redes hidrográficas, etc.). Peixes também implicam em fontes potenciais de exploração econômica, como alimentos e animais para aquários. O levantamento inclui um inventário fotográfico e os espécimes coletados irão para coleções de referência. Para sapos e rãs (anfíbios), além dos répteis (cobras e lagartos) prevê-se a identificação das espécies ocorrentes, sendo que os representantes destes grupos em áreas de Cerrado são ainda pouco conhecidos, o que abre a possibilidade de descoberta de novas espécies; além de enriquecerem acervos de coleções de referência. Para as aves, além da identificação – visto que os representantes do grupo no Cerrado ainda não são totalmente conhecidos – inclui-se o estudo de suas relações ecológicas em face da degradação ambiental. Conhecer a reação da avifauna às alterações antrópicas representa importante subsídio para projetos de recuperação. Para os mamíferos a pesquisa prevê identificação das espécies voadoras (morcegos), cujo número no Cerrado é desconhecido, e também dos mamíferos não voadores. Além disso, esse inventário tem valor intrínseco para os estudos sobre dispersão dos mamíferos. Os levantamentos de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, também incluem inventário fotográfico. Finalmente, para os visitantes florais, isto é, os animais que, a exemplo de abelhas e outros, visitam flores atuando ou não como polinizadores das espécies de plantas da área, será realizado seu inventário, que fornecerá importante contribuição para a listagem da fauna na região, uma vez que de modo geral, não são inventariados em outras amostragens da fauna. Os pontos de coletas, denominados sítios, foram selecionados através de imagens de satélite e de sobrevôo da área, tendo basicamente como critérios de seleção, o grau de conservação, a representatividade fitofisionômica, a presença de gradientes vegetacionais (variação espacial da vegetação), a integridade do ecossistema e a facilidade de acesso. Com estes critérios foram selecionados 8 sítios de amostragem, nos quais serão executadas coletas em dois períodos de 4 semanas, nas estações seca e chuvosa. Os pontos de coleta em cada sítio, com área circular de no máximo 500 metros de raio, serão georeferenciados com auxílio de receptor de sinais de satélite (GPS – Global Position System) e incluirão os diferentes tipos vegetacionais do Cerrado.
institution Banco Mundial - Bird (Fundo para o Meio Ambiente Mundial - GEF)
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spelling 234682024-10-01T19:00:31Z1[CeS] Textos de divulgação Biólogos realizam inventário detalhado das espécies de flora e fauna do Cerrado brasileiro Teresa Cristina Stocco Pagotto Fauna Cerrado Banco Mundial - Bird (Fundo para o Meio Ambiente Mundial - GEF) 2003-07-25 CAPA vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/814baa719b010da8af583d8f16cdb4a1cc39efbf.jpg Esta pesquisa, com seus levantamentos, permitirá estimar em base científica, a riqueza de espécies e os índices de diversidade, de equitabilidade (isto é, a distribuição dos indivíduos entre as diferentes espécies presentes na amostra) e de similaridade (que medem a presença ou ausência de uma determinada espécie em amostras de diferentes locais e momentos) no Cerrado. Além disso, como pesquisa interdisciplinar e interinstitucional, o estudo envolve cerca de 40 pesquisadores de 11 Universidades Brasileiras e da Embrapa/CNPGC (Centro Nacional de Pesquisa de Gado de Corte/Campo Grande/MS), além de 14 bolsistas de diferentes categorias (desde iniciação científica até mestres). Entre os mais importantes resultados da pesquisa podem contar-se: obtenção de dados da diversidade biológica numa área natural com ação antrópica (isto é, humana) avançada, devido a atividades agropastoris; avaliação da integridade do bioma estudado (o Cerrado) em suas diferentes formações, essencial por sua importância como habitat; determinação, através dos inventários, da intensidade da ação antrópica, tanto atual como futura, na região; fixação não só de dados relativos à diversidade biológica, como de informação para realizar um diagnóstico que leve à avaliação ecológica da região; contribuições para os acervos de Herbários e Coleções Zoológicas das Instituições envolvidas, através dos depósitos dos materiais coletados; elaboração de mapas (como os fitogeográficos, que assinalam as diversas vegetações) que sintetizem padrões bioecológicos; geração de informações científicas em curto prazo, utilizáveis na reconstituição da área e no uso sustentado de recursos naturais renováveis; e produção de subsídios para estudos de manejo, de conservação e de estabelecimento de áreas de preservação para o bioma Cerrado. A porção do território brasileiro que abrange a região nordeste do Estado de Mato Grosso do Sul e áreas dos Estados de Minas Gerais, São Paulo e Goiás, denominada na pesquisa de Complexo Jauru, é insuficientemente conhecida. Com cerca de 2 milhões de hectares de extensão ela, inclui os territórios dos municípios de Água Clara, Aparecida do Taboado, Cassilândia, Chapadão do Sul, Costa Rica, Inocência e Paranaíba (no Mato Grosso do Sul); Aporé, Chapadão do Céu, Mineiros e Itajá (em Goiás); Rubinéia e Santa Clara do Oeste (em São Paulo) e Carneirinho (em Minas Gerais). Suas principais características justificam o interesse científico, para o estudo da área. Tanto assim que foi selecionada como área prioritária de estudo no workshop “Ações Prioritárias para a Conservação da Biodiversidade de Cerrado e Pantanal”, realizado em 1998, em Brasília, pelo Projeto de Conservação e Utilização Sustentável da Diversidade Biológica Brasileira – PROBIO/MMA, que tem como objetivo principal apoiar iniciativas que ofereçam subsídios básicos para a elaboração da Política Nacional de Diversidade Biológica. Geologicamente o Complexo Jauru fica localizado no chamado Planalto da Bacia Sedimentar do Paraná, estando em média de 500 a 750 metros acima do nível do mar. É drenado por duas bacias hidrográficas importantes: uma à margem esquerda do rio Paraguai, originando o Pantanal; e outra à margem direita do rio Paraná. Ambas acabam formando a grande bacia do Prata. A área é recoberta basicamente por vegetação característica do cerrado, em formações florestais, savânicas e campestre. Vários fragmentos fitofisionômicos (isto é, fragmentos de tipos de vegetação), como as matas ciliares e de galerias, são importantes na alimentação, abrigo e reprodução da fauna local e atuam como corredores ecológicos para os animais e na dispersão de sementes. Além disso, e apesar dos altos índices de degradação ambiental, por atividades agropastoris, a área do Jauru ainda contém fragmentos de vegetação nativa, de dimensão significativa se comparados a fragmentos de cerrado em outros locais. Em função destas características, pesquisadores do Departamento de Biologia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (Campo Grande/MS) propõem executar, em 18 meses, um levantamento da diversidade do Complexo Jauru, para obter conhecimentos que auxiliem a conservação e o manejo sustentável das riquezas biológicas dessa região. Participam da coordenação deste trabalho os pesquisadores Ângela Lúcia B. Sartori(flora);Josué Raizer(aranhas);Luís Onofre I. de Souza(libélulas);Otávio Froehlich(peixes); Masao Uetanabaro(sapos e rãs-Répteis e Anfíbios); Maristela Benites da Silva(aves);Marcelo Oscar Bordignon(mamíferos)e José Milton Longo(visitantes florais). 00135_1.jpg 00135_2.jpg 00135_3.jpg 00135_4.jpg 00135_5.jpg 00135_6.jpg As atividades da pesquisa são essencialmente inventários que usam a chamada metodologia tipo RAP (da sigla em inglês “Rapid Assessment Program”, ou Programa de Avaliação Rápida). A meta básica é coletar, analisar e disseminar informações, já que a área é classificada como insuficientemente conhecida, pelo PROBIO. Os inventários incluem a flora, e a fauna de invertebrados (aranhas e libélulas), de vertebrados (peixes, anfíbios e répteis, aves e mamíferos) e dos chamados Visitantes Florais (animais que visitam flores, podendo ser agentes polinizadores ou não). Para a Flora os métodos incluem caracterização das formações vegetais, mostrando a influência da diversidade das espécies na paisagem; e a determinação dos padrões fitogeográficos. O inventário florístico será realizado através da coleta de espécimes, que serão identificados segundo sua taxonomia e posteriormente incorporados a coleções de referência (herbários). Para as aranhas a pesquisa prevê a identificação das espécies ocorrentes na área, já que no Cerrado o número de espécies é subestimado. As aranhas têm importante valor como predadoras de topo de cadeia alimentar (isto é, estão no topo de toda uma lista específica – uma cadeia – de animais que servem de alimentos a outros). Em função disto, a estimativa de seu número e da qualidade de sua ação é importante para avaliar impactos ecológicos. Os espécimes coletados, após sua identificação taxonômica, serão incorporados em coleções de referência (Coleções Zoológicas e/ou acervos de Museus Zoológicos). Para as libélulas, grupo de invertebrados considerado bioindicador (isto é, muito sensível a mudanças ambientais, e, portanto apto a assinalá-las imediatamente), a pesquisa prevê a identificação das espécies na área e a mensuração de parâmetros abióticos (atmosféricos, hidrológicos, físicos e químicos da água e outros). Assim, no final do inventário, será possível obter informações úteis quanto à conservação da biodiversidade e do controle ambiental. Também os espécimes coletados, como nas aranhas, irão para coleções de referência. Para os peixes também será realizada a identificação das espécies, pois este grupo animal, por sua dependência restrita a ambientes aquáticos, fornece dados sobre os padrões biogeográficos (situação das redes hidrográficas, etc.). Peixes também implicam em fontes potenciais de exploração econômica, como alimentos e animais para aquários. O levantamento inclui um inventário fotográfico e os espécimes coletados irão para coleções de referência. Para sapos e rãs (anfíbios), além dos répteis (cobras e lagartos) prevê-se a identificação das espécies ocorrentes, sendo que os representantes destes grupos em áreas de Cerrado são ainda pouco conhecidos, o que abre a possibilidade de descoberta de novas espécies; além de enriquecerem acervos de coleções de referência. Para as aves, além da identificação – visto que os representantes do grupo no Cerrado ainda não são totalmente conhecidos – inclui-se o estudo de suas relações ecológicas em face da degradação ambiental. Conhecer a reação da avifauna às alterações antrópicas representa importante subsídio para projetos de recuperação. Para os mamíferos a pesquisa prevê identificação das espécies voadoras (morcegos), cujo número no Cerrado é desconhecido, e também dos mamíferos não voadores. Além disso, esse inventário tem valor intrínseco para os estudos sobre dispersão dos mamíferos. Os levantamentos de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, também incluem inventário fotográfico. Finalmente, para os visitantes florais, isto é, os animais que, a exemplo de abelhas e outros, visitam flores atuando ou não como polinizadores das espécies de plantas da área, será realizado seu inventário, que fornecerá importante contribuição para a listagem da fauna na região, uma vez que de modo geral, não são inventariados em outras amostragens da fauna. Os pontos de coletas, denominados sítios, foram selecionados através de imagens de satélite e de sobrevôo da área, tendo basicamente como critérios de seleção, o grau de conservação, a representatividade fitofisionômica, a presença de gradientes vegetacionais (variação espacial da vegetação), a integridade do ecossistema e a facilidade de acesso. Com estes critérios foram selecionados 8 sítios de amostragem, nos quais serão executadas coletas em dois períodos de 4 semanas, nas estações seca e chuvosa. Os pontos de coleta em cada sítio, com área circular de no máximo 500 metros de raio, serão georeferenciados com auxílio de receptor de sinais de satélite (GPS – Global Position System) e incluirão os diferentes tipos vegetacionais do Cerrado. Inventário da Diversidade Biológica do Complexo Jauru – subsídios à conservação e manejo A pesquisa propôs a realização de um inventário detalhado das espécies de flora e fauna do cerrado nacional. 2003-07-25 https://files.cercomp.ufg.br/weby/up/199/o/Complexo_Apore_Sucuriu.pdf Ciências Biológicas As atividades da pesquisa são essencialmente inventários que usam a chamada metodologia tipo RAP (da sigla em inglês “Rapid Assessment Program”, ou Programa de Avaliação Rápida). A meta básica é coletar, analisar e disseminar informações, já que a área é classificada como insuficientemente conhecida, pelo PROBIO. Os inventários incluem a flora, e a fauna de invertebrados (aranhas e libélulas), de vertebrados (peixes, anfíbios e répteis, aves e mamíferos) e dos chamados Visitantes Florais (animais que visitam flores, podendo ser agentes polinizadores ou não). Para a Flora os métodos incluem caracterização das formações vegetais, mostrando a influência da diversidade das espécies na paisagem; e a determinação dos padrões fitogeográficos. O inventário florístico será realizado através da coleta de espécimes, que serão identificados segundo sua taxonomia e posteriormente incorporados a coleções de referência (herbários). Para as aranhas a pesquisa prevê a identificação das espécies ocorrentes na área, já que no Cerrado o número de espécies é subestimado. As aranhas têm importante valor como predadoras de topo de cadeia alimentar (isto é, estão no topo de toda uma lista específica – uma cadeia – de animais que servem de alimentos a outros). Em função disto, a estimativa de seu número e da qualidade de sua ação é importante para avaliar impactos ecológicos. Os espécimes coletados, após sua identificação taxonômica, serão incorporados em coleções de referência (Coleções Zoológicas e/ou acervos de Museus Zoológicos). Para as libélulas, grupo de invertebrados considerado bioindicador (isto é, muito sensível a mudanças ambientais, e, portanto apto a assinalá-las imediatamente), a pesquisa prevê a identificação das espécies na área e a mensuração de parâmetros abióticos (atmosféricos, hidrológicos, físicos e químicos da água e outros). Assim, no final do inventário, será possível obter informações úteis quanto à conservação da biodiversidade e do controle ambiental. Também os espécimes coletados, como nas aranhas, irão para coleções de referência. Para os peixes também será realizada a identificação das espécies, pois este grupo animal, por sua dependência restrita a ambientes aquáticos, fornece dados sobre os padrões biogeográficos (situação das redes hidrográficas, etc.). Peixes também implicam em fontes potenciais de exploração econômica, como alimentos e animais para aquários. O levantamento inclui um inventário fotográfico e os espécimes coletados irão para coleções de referência. Para sapos e rãs (anfíbios), além dos répteis (cobras e lagartos) prevê-se a identificação das espécies ocorrentes, sendo que os representantes destes grupos em áreas de Cerrado são ainda pouco conhecidos, o que abre a possibilidade de descoberta de novas espécies; além de enriquecerem acervos de coleções de referência. Para as aves, além da identificação – visto que os representantes do grupo no Cerrado ainda não são totalmente conhecidos – inclui-se o estudo de suas relações ecológicas em face da degradação ambiental. Conhecer a reação da avifauna às alterações antrópicas representa importante subsídio para projetos de recuperação. Para os mamíferos a pesquisa prevê identificação das espécies voadoras (morcegos), cujo número no Cerrado é desconhecido, e também dos mamíferos não voadores. Além disso, esse inventário tem valor intrínseco para os estudos sobre dispersão dos mamíferos. Os levantamentos de anfíbios, répteis, aves e mamíferos, também incluem inventário fotográfico. Finalmente, para os visitantes florais, isto é, os animais que, a exemplo de abelhas e outros, visitam flores atuando ou não como polinizadores das espécies de plantas da área, será realizado seu inventário, que fornecerá importante contribuição para a listagem da fauna na região, uma vez que de modo geral, não são inventariados em outras amostragens da fauna. Os pontos de coletas, denominados sítios, foram selecionados através de imagens de satélite e de sobrevôo da área, tendo basicamente como critérios de seleção, o grau de conservação, a representatividade fitofisionômica, a presença de gradientes vegetacionais (variação espacial da vegetação), a integridade do ecossistema e a facilidade de acesso. Com estes critérios foram selecionados 8 sítios de amostragem, nos quais serão executadas coletas em dois períodos de 4 semanas, nas estações seca e chuvosa. Os pontos de coleta em cada sítio, com área circular de no máximo 500 metros de raio, serão georeferenciados com auxílio de receptor de sinais de satélite (GPS – Global Position System) e incluirão os diferentes tipos vegetacionais do Cerrado. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23468 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/814baa719b010da8af583d8f16cdb4a1cc39efbf.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/b109ff4762dda6557883820e11045907c391843d.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/aac43c59b08b3a276aa009ca93f995a3fe41d7e8.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/403b8623c4f03c75a681bdd5a4860b0d7f11f7d0.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/be3011a73bad9c1018d52c87973c08f9f7069c25.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/1697bd8c8a01cb9bb9e451d8e2e5979a94f62f3a.jpg https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/64a9090380736dfe1c053f9446d20939e3d18694.jpg