Pesquisadores avaliam potencial tóxico e de dano genético do chorume produzido em aterros sanitários

Detalhes bibliográficos
Principais autores: Armando Borges de Castilho Junior, Raquel Finkler, Catia Regina Silva de Carvalho-Pinto, Vanessa Guimarães, Marilia Campos Moser, William Gerson Matias
Formato: Online
Publicado em: 2003
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=23460
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abstract Foi proposto neste estudo, as avaliações toxicológicas com diferentes organismos aquáticos contaminados por chorume, bem como verificam possíveis danos genéticos decorrentes da exposição dos indivíduos ao agente tóxico.
coverage Este estudo apresenta aspectos relevantes para a implantação de sistemas de controle ambiental, e em especial para a gestão e manejo dos aterros sanitários. Seus principais produtos serão: 1.Estimativas do potencial genotóxico do líquido percolado bruto e tratado, para organismos aquáticos; 2.Estimativas da persistência do dano genético nos organismos aquáticos, sendo que os animais a serem testados encontram-se entre os últimos consumidores na cadeia alimentar; 3.Avaliações de desequilíbrios ambientais devidos ao despejo de líquidos percolados em corpos hídricos e avaliações dos riscos do uso dessa água em abastecimento e agricultura; e 4.Relacionamento, quando possível, das características físico-químicas do líquido percolado com os resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda. Estes dados permitirão planejamentos ambientais e projetos de aterros sanitários que levem em conta a questão da toxicidade do chorume, servindo para alertar as autoridades responsáveis e como subsídio para engenheiros e urbanistas, de modo a minimizar os riscos e apoiar práticas de equilíbrio ambiental.
A urbanização crescente e acelerada, feita em geral sem avanços qualitativos de infra-estrutura, pode acarretar uma série de alterações ambientais que prejudicam a qualidade de vida da população. Entre estes problemas destaca-se o aumento acentuado da geração de resíduos sólidos (lixo), que se não forem adequadamente controlados e manejados podem afetar a saúde da comunidade. A correta gestão destes resíduos, isto é, a efetivação de práticas de manejo e disposição final, são essenciais para a implementação de soluções ambientais satisfatórias em áreas urbanas. Já a inexistência de manejo e tratamento final adequado dos resíduos leva a riscos diretos e indiretos à saúde pública. Os diretos são ocasionados pelo contato com os resíduos, que podem conter excrementos humanos e de animais. O grupo de risco mais afetado é o dos catadores de lixo, que apresentam maior incidência de parasitas intestinais, ocorrência de lesões nas mãos e pés, enfermidades respiratórias e de pele, etc. Os riscos indiretos derivam principalmente da proliferação de vetores sanitários, como moscas, mosquitos, ratos e baratas, que neste meio encontram alimento e condições para reprodução. A inexistência do manejo pode levar à alimentação de animais com lixo, prática perigosa, que pode causar nos seres humanos doenças como a cisticercose, entre outras. Para minimizar esses riscos é necessária a adoção de sistemas de disposição final mais conveniente do ponto de vista sanitário e econômico. Entre os diferentes métodos de disposição final de resíduos, o que parece ser mais adequado à realidade social, principalmente da América Latina, é o aterro sanitário. Entretanto, nos aterros sanitários ocorre um grande número de transformações químicas, físicas e biológicas, resultando na formação de biogás e do chamado líquido percolado. O líquido percolado, também denominado chorume, é produzido pela infiltração da água das chuvas e pela degradação de compostos que percolam através da massa de lixo aterrada, carreando materiais dissolvidos ou suspensos. O chorume é resultado da degradação e solubilização (ou seja, sua transformação num líquido onde elementos químicos estão em solução, isto é, dissolvidos) de resíduos sólidos. O que transforma os resíduos em solutos é a digestão anaeróbia da matéria orgânica por ação das exoenzimas produzidas por bactérias. Em outras palavras: as enzimas solubilizam a massa orgânica para que possa ser assimilada pelas bactérias. Esse líquido percolado apresenta características variáveis, dependendo da solubilização de compostos orgânicos, de sais inorgânicos e de metais na água que percola através da massa aterrada. Em virtude da sua composição, o chorume pode causar um grande número de alterações na fauna e flora dos ecossistemas, afetando todos os seres que compõem a cadeia alimentar. Entre outras coisas, pouco se sabe a respeito das alterações que a contaminação contínua por líquido percolado pode causar sobre os organismos aquáticos. Também são pouco conhecidos os eventuais danos da utilização de água proveniente de corpos receptores destes efluentes (isto é, proveniente de rios, lagos e outras fontes contaminados pelo chorume), quando usada na irrigação de culturas agrícolas. Deve-se ressaltar que, em ambos os casos citados, o homem é o consumidor final da cadeia trófica (isto é, a cadeia alimentar). Como não é conhecida a magnificiência dos danos, e sabendo-se que existe a possibilidade de populações humanas consumirem peixes e alimentos contaminados por chorume diluído na água, é de grande importância analisar a toxicidade do líquido percolado e a qualidade das águas contaminadas, através de parâmetros físico-químicos e toxicológicas. É importante notar que, a depender do dano genético constatado, podem ocorrer significativas modificações na fisiologia do organismo, alterando seu ciclo de vida. Se o dano atingir células germinativas existe até mesmo a possibilidade de modificação das características de toda uma espécie. Diante disso, pesquisadores do Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina realizam, neste estudo, avaliações toxicológicas com diferentes organismos aquáticos contaminados por chorume, bem como verificam possíveis danos genéticos decorrentes da exposição dos indivíduos ao agente tóxico.
O estudo será feito in situ (isto é, no local) e in vivo (isto é, com espécies vivas). In situ serão montadas gaiolas, contendo peixes, na saída do sistema de tratamento do chorume, para verificar se após o tratamento ocorrerão efeitos tóxicos e genotóxicos nos organismos expostos. In vivo, serão coletas amostras de efluentes do sistema de tratamento, encaminhadas ao Laboratório de Toxicologia Ambiental – ENS – UFSC, para realização de ensaios de toxicidade com o microcrustáceos Daphnia magna e com peixes. O ensaio consiste na exposição dos organismos a diferentes concentrações do chorume tratado, para estabelecer uma relação concentração / resposta. Ainda serão retiradas dos peixes expostos, amostras de sangue para realização dos ensaios genotóxicos, como o da freqüência de micronúcleos e do cometa.
institution Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico
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publishDateFull 2003-11-17
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spelling 234602024-10-01T19:00:31Z1[CeS] Textos de divulgação Pesquisadores avaliam potencial tóxico e de dano genético do chorume produzido em aterros sanitários Armando Borges de Castilho Junior Raquel Finkler Catia Regina Silva de Carvalho-Pinto Vanessa Guimarães Marilia Campos Moser William Gerson Matias Poluição ambiental Tóxico Chorume Resíduos Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico 2003-11-17 CAPA vignette : https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/large/c87b2c7859a3df586cb77690da41a46708725df5.jpg Este estudo apresenta aspectos relevantes para a implantação de sistemas de controle ambiental, e em especial para a gestão e manejo dos aterros sanitários. Seus principais produtos serão: 1.Estimativas do potencial genotóxico do líquido percolado bruto e tratado, para organismos aquáticos; 2.Estimativas da persistência do dano genético nos organismos aquáticos, sendo que os animais a serem testados encontram-se entre os últimos consumidores na cadeia alimentar; 3.Avaliações de desequilíbrios ambientais devidos ao despejo de líquidos percolados em corpos hídricos e avaliações dos riscos do uso dessa água em abastecimento e agricultura; e 4.Relacionamento, quando possível, das características físico-químicas do líquido percolado com os resultados obtidos nos testes de toxicidade aguda. Estes dados permitirão planejamentos ambientais e projetos de aterros sanitários que levem em conta a questão da toxicidade do chorume, servindo para alertar as autoridades responsáveis e como subsídio para engenheiros e urbanistas, de modo a minimizar os riscos e apoiar práticas de equilíbrio ambiental. A urbanização crescente e acelerada, feita em geral sem avanços qualitativos de infra-estrutura, pode acarretar uma série de alterações ambientais que prejudicam a qualidade de vida da população. Entre estes problemas destaca-se o aumento acentuado da geração de resíduos sólidos (lixo), que se não forem adequadamente controlados e manejados podem afetar a saúde da comunidade. A correta gestão destes resíduos, isto é, a efetivação de práticas de manejo e disposição final, são essenciais para a implementação de soluções ambientais satisfatórias em áreas urbanas. Já a inexistência de manejo e tratamento final adequado dos resíduos leva a riscos diretos e indiretos à saúde pública. Os diretos são ocasionados pelo contato com os resíduos, que podem conter excrementos humanos e de animais. O grupo de risco mais afetado é o dos catadores de lixo, que apresentam maior incidência de parasitas intestinais, ocorrência de lesões nas mãos e pés, enfermidades respiratórias e de pele, etc. Os riscos indiretos derivam principalmente da proliferação de vetores sanitários, como moscas, mosquitos, ratos e baratas, que neste meio encontram alimento e condições para reprodução. A inexistência do manejo pode levar à alimentação de animais com lixo, prática perigosa, que pode causar nos seres humanos doenças como a cisticercose, entre outras. Para minimizar esses riscos é necessária a adoção de sistemas de disposição final mais conveniente do ponto de vista sanitário e econômico. Entre os diferentes métodos de disposição final de resíduos, o que parece ser mais adequado à realidade social, principalmente da América Latina, é o aterro sanitário. Entretanto, nos aterros sanitários ocorre um grande número de transformações químicas, físicas e biológicas, resultando na formação de biogás e do chamado líquido percolado. O líquido percolado, também denominado chorume, é produzido pela infiltração da água das chuvas e pela degradação de compostos que percolam através da massa de lixo aterrada, carreando materiais dissolvidos ou suspensos. O chorume é resultado da degradação e solubilização (ou seja, sua transformação num líquido onde elementos químicos estão em solução, isto é, dissolvidos) de resíduos sólidos. O que transforma os resíduos em solutos é a digestão anaeróbia da matéria orgânica por ação das exoenzimas produzidas por bactérias. Em outras palavras: as enzimas solubilizam a massa orgânica para que possa ser assimilada pelas bactérias. Esse líquido percolado apresenta características variáveis, dependendo da solubilização de compostos orgânicos, de sais inorgânicos e de metais na água que percola através da massa aterrada. Em virtude da sua composição, o chorume pode causar um grande número de alterações na fauna e flora dos ecossistemas, afetando todos os seres que compõem a cadeia alimentar. Entre outras coisas, pouco se sabe a respeito das alterações que a contaminação contínua por líquido percolado pode causar sobre os organismos aquáticos. Também são pouco conhecidos os eventuais danos da utilização de água proveniente de corpos receptores destes efluentes (isto é, proveniente de rios, lagos e outras fontes contaminados pelo chorume), quando usada na irrigação de culturas agrícolas. Deve-se ressaltar que, em ambos os casos citados, o homem é o consumidor final da cadeia trófica (isto é, a cadeia alimentar). Como não é conhecida a magnificiência dos danos, e sabendo-se que existe a possibilidade de populações humanas consumirem peixes e alimentos contaminados por chorume diluído na água, é de grande importância analisar a toxicidade do líquido percolado e a qualidade das águas contaminadas, através de parâmetros físico-químicos e toxicológicas. É importante notar que, a depender do dano genético constatado, podem ocorrer significativas modificações na fisiologia do organismo, alterando seu ciclo de vida. Se o dano atingir células germinativas existe até mesmo a possibilidade de modificação das características de toda uma espécie. Diante disso, pesquisadores do Programa de Pós Graduação em Engenharia Ambiental da Universidade Federal de Santa Catarina realizam, neste estudo, avaliações toxicológicas com diferentes organismos aquáticos contaminados por chorume, bem como verificam possíveis danos genéticos decorrentes da exposição dos indivíduos ao agente tóxico. O estudo será feito in situ (isto é, no local) e in vivo (isto é, com espécies vivas). In situ serão montadas gaiolas, contendo peixes, na saída do sistema de tratamento do chorume, para verificar se após o tratamento ocorrerão efeitos tóxicos e genotóxicos nos organismos expostos. In vivo, serão coletas amostras de efluentes do sistema de tratamento, encaminhadas ao Laboratório de Toxicologia Ambiental – ENS – UFSC, para realização de ensaios de toxicidade com o microcrustáceos Daphnia magna e com peixes. O ensaio consiste na exposição dos organismos a diferentes concentrações do chorume tratado, para estabelecer uma relação concentração / resposta. Ainda serão retiradas dos peixes expostos, amostras de sangue para realização dos ensaios genotóxicos, como o da freqüência de micronúcleos e do cometa. Determinação do potencial tóxico e genotóxico de líquido percolado gerado em aterramento de resíduos sólidos urbanos Foi proposto neste estudo, as avaliações toxicológicas com diferentes organismos aquáticos contaminados por chorume, bem como verificam possíveis danos genéticos decorrentes da exposição dos indivíduos ao agente tóxico. 2003-11-17 Engenharias O estudo será feito in situ (isto é, no local) e in vivo (isto é, com espécies vivas). In situ serão montadas gaiolas, contendo peixes, na saída do sistema de tratamento do chorume, para verificar se após o tratamento ocorrerão efeitos tóxicos e genotóxicos nos organismos expostos. In vivo, serão coletas amostras de efluentes do sistema de tratamento, encaminhadas ao Laboratório de Toxicologia Ambiental – ENS – UFSC, para realização de ensaios de toxicidade com o microcrustáceos Daphnia magna e com peixes. O ensaio consiste na exposição dos organismos a diferentes concentrações do chorume tratado, para estabelecer uma relação concentração / resposta. Ainda serão retiradas dos peixes expostos, amostras de sangue para realização dos ensaios genotóxicos, como o da freqüência de micronúcleos e do cometa. https://repositorio.canalciencia.ibict.br/api/items/23460 https://repositorio.canalciencia.ibict.br/files/original/c87b2c7859a3df586cb77690da41a46708725df5.jpg