Coleta seletiva de lixo implantada em condomínio residencial como forma de Educação Ambiental

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Formato: Online
Publicado em: 2011
Assuntos:
Acesso em linha:https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese/artigo?item_id=23446
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Lixo
Coleta
Degradação
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abstract Neste estudo, foi implantado e monitorado um projeto piloto de Coleta Seletiva de Lixo num condomínio residencial daquela cidade mineira.
coverage Numa esfera local, ficou demonstrada a disposição dos moradores em participar do Projeto proposto, fato relevante haja vista que não há coleta seletiva na cidade e que houve outra tentativa (anterior) de implantação da coleta seletiva no condomínio, sem sucesso. O alto nível socioeconômico e de escolaridade, também, deveriam sustentar ações mais concretas de conservação ambiental. Dos questionários foi possível extrair, como principal fator de motivação para adesão ao programa, a questão ambiental. Isso revela que o engajamento em ações efetivas, mesmo que localizadas, leva à ampliação da Educação Ambiental, constituindo uma pedagogia sustentável. Neste mesmo sentido, os participantes do Projeto não apenas externaram sua satisfação pela experiência do recolhimento dos materiais passíveis de ser reciclados, como afirmaram uma intenção de continuidade, em relação à prática da coleta seletiva solidária e minimização de resíduos gerados no ambiente urbano. Finalmente, a obtenção de resultados positivos categoriza o Projeto, tornando recomendável sua extensão a outros condomínios residenciais da cidade de Uberlândia (MG) e formatando, assim, os princípios de uma política de tratamento de dejetos urbanos.
Nas condições urbanas de uma sociedade, cujo sistema produtivo necessita de crescentes taxas de consumo, o problema dos dejetos industriais e do lixo urbano de forma geral torna-se proporcionalmente crescente, e cada vez mais grave. Isso pode ser verificado em várias cidades brasileiras: estudos indicam que os resíduos domésticos coletados aumentam em média 10% ao ano (40% em Salvador, 22% no Rio de Janeiro e Curitiba). A reciclagem de materiais usados adquire importância nessa mesma medida, já que sua implementação em larga escala pode tornar um fator de atenuação na questão da destinação do lixo. Por meio da reciclagem, é possível reencaminhar grandes quantidades de lixo potencialmente reutilizável e que, normalmente, seriam depositadas no meio ambiente. Os principais locais de disposição final do lixo são os lixões a céu aberto (76% do lixo produzido no País), sendo que apenas 1% do lixo passa por tratamento que envolve coleta seletiva, reciclagem e incineração. O restante é disposto em aterros sanitários ou controlados. Os lixões constituem a pior forma de disposição do lixo, causando profundos impactos ambientais. Copos de plástico, por exemplo, demoram de 200 a 450 anos para a biodegradação; latas de alumínio, tampinhas de garrafa, pilhas e baterias levam de 100 a 500 anos; garrafas de vidro ou plástico demoram mais de 5 séculos, além de ocorrer contaminação de lençóis freáticos com o chorume. Nesta perspectiva, as ações que viabilizam a reciclagem, em especial a Coleta Seletiva de Lixo (aspecto operacional) e a Educação Ambiental (aspecto pedagógico), exercem papéis fundamentais. Para comprovar a fundamentação dessas teorias e testar a operacionalidade das soluções propostas, pesquisadores do Curso de Ciências Biológicas do Instituto de Biologia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, planejaram, implantaram e monitoraram um projeto piloto de Coleta Seletiva de Lixo num condomínio residencial daquela cidade mineira.
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O condomínio selecionado para este estudo em Uberlância (MG) foi o Condomínio Solar da Amazônia, com 176 moradores, no bairro Marta Helena, zona norte da cidade. Inicialmente, foi aplicado um questionário para avaliar os conhecimentos dos moradores sobre questões ambientais e sua relação com o funcionamento e a finalidade de uma coleta seletiva de lixo. Além de medir o grau de informação dos condôminos sobre o tema, outras funções do questionário foram sensibilizar, estimular e mensurar a predisposição de participação dos moradores. Na segunda etapa do trabalho, Postos de Entrega Voluntária (PEVs) foram instalados em local de fácil acesso do condomínio. Depois de três semanas de funcionamento, os conteúdos dos PEVs passaram a ser analisados. Cinco meses depois do início do Projeto, foi desenvolvido e aplicado um novo questionário, para avaliação do Projeto e compilação dos primeiros resultados. Entre os primeiros problemas observados na fase inicial do programa, estava a falta de informação dos moradores sobre a correta separação dos diversos tipos de materiais comumente encontrados no lixo e quais deles adequavam-se à reciclagem, o que causou dúvidas e erros de colocação de materiais nos PEVs. No entanto, o problema foi quase completamente sanado com ações de Educação Ambiental, quando uma circular informativa foi distribuída aos condôminos, e os funcionários do condomínio foram treinados para exercer ações de orientação e fiscalização. O lixo formado por papel, papelão e plástico foi vendido a uma empresa especializada em reciclagem, que realizou a pesagem dos materiais. Os dados indicam o recolhimento de 1.113 quilos de papel e papelão e 135 quilos de plásticos, totalizando 1.248 quilos de lixo reciclável, em cinco meses de experiência piloto. Metais e vidros foram estocados no condomínio, para serem oportunamente vendidos. O nível escolar médio dos participantes pode ser considerado elevado, uma vez que 59% de condôminos possuem curso superior completo e 24% têm ensino médio completo.
publishDate 2011
publishDateFull 2011-11-18
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Isso revela que o engajamento em ações efetivas, mesmo que localizadas, leva à ampliação da Educação Ambiental, constituindo uma pedagogia sustentável. Neste mesmo sentido, os participantes do Projeto não apenas externaram sua satisfação pela experiência do recolhimento dos materiais passíveis de ser reciclados, como afirmaram uma intenção de continuidade, em relação à prática da coleta seletiva solidária e minimização de resíduos gerados no ambiente urbano. Finalmente, a obtenção de resultados positivos categoriza o Projeto, tornando recomendável sua extensão a outros condomínios residenciais da cidade de Uberlândia (MG) e formatando, assim, os princípios de uma política de tratamento de dejetos urbanos. Nas condições urbanas de uma sociedade, cujo sistema produtivo necessita de crescentes taxas de consumo, o problema dos dejetos industriais e do lixo urbano de forma geral torna-se proporcionalmente crescente, e cada vez mais grave. Isso pode ser verificado em várias cidades brasileiras: estudos indicam que os resíduos domésticos coletados aumentam em média 10% ao ano (40% em Salvador, 22% no Rio de Janeiro e Curitiba). A reciclagem de materiais usados adquire importância nessa mesma medida, já que sua implementação em larga escala pode tornar um fator de atenuação na questão da destinação do lixo. Por meio da reciclagem, é possível reencaminhar grandes quantidades de lixo potencialmente reutilizável e que, normalmente, seriam depositadas no meio ambiente. Os principais locais de disposição final do lixo são os lixões a céu aberto (76% do lixo produzido no País), sendo que apenas 1% do lixo passa por tratamento que envolve coleta seletiva, reciclagem e incineração. O restante é disposto em aterros sanitários ou controlados. Os lixões constituem a pior forma de disposição do lixo, causando profundos impactos ambientais. Copos de plástico, por exemplo, demoram de 200 a 450 anos para a biodegradação; latas de alumínio, tampinhas de garrafa, pilhas e baterias levam de 100 a 500 anos; garrafas de vidro ou plástico demoram mais de 5 séculos, além de ocorrer contaminação de lençóis freáticos com o chorume. Nesta perspectiva, as ações que viabilizam a reciclagem, em especial a Coleta Seletiva de Lixo (aspecto operacional) e a Educação Ambiental (aspecto pedagógico), exercem papéis fundamentais. Para comprovar a fundamentação dessas teorias e testar a operacionalidade das soluções propostas, pesquisadores do Curso de Ciências Biológicas do Instituto de Biologia, da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, planejaram, implantaram e monitoraram um projeto piloto de Coleta Seletiva de Lixo num condomínio residencial daquela cidade mineira. 00171_1.jpg 00171_2.jpg 00171_3.jpg 00171_4 (1).jpg O condomínio selecionado para este estudo em Uberlância (MG) foi o Condomínio Solar da Amazônia, com 176 moradores, no bairro Marta Helena, zona norte da cidade. Inicialmente, foi aplicado um questionário para avaliar os conhecimentos dos moradores sobre questões ambientais e sua relação com o funcionamento e a finalidade de uma coleta seletiva de lixo. Além de medir o grau de informação dos condôminos sobre o tema, outras funções do questionário foram sensibilizar, estimular e mensurar a predisposição de participação dos moradores. Na segunda etapa do trabalho, Postos de Entrega Voluntária (PEVs) foram instalados em local de fácil acesso do condomínio. Depois de três semanas de funcionamento, os conteúdos dos PEVs passaram a ser analisados. Cinco meses depois do início do Projeto, foi desenvolvido e aplicado um novo questionário, para avaliação do Projeto e compilação dos primeiros resultados. Entre os primeiros problemas observados na fase inicial do programa, estava a falta de informação dos moradores sobre a correta separação dos diversos tipos de materiais comumente encontrados no lixo e quais deles adequavam-se à reciclagem, o que causou dúvidas e erros de colocação de materiais nos PEVs. No entanto, o problema foi quase completamente sanado com ações de Educação Ambiental, quando uma circular informativa foi distribuída aos condôminos, e os funcionários do condomínio foram treinados para exercer ações de orientação e fiscalização. O lixo formado por papel, papelão e plástico foi vendido a uma empresa especializada em reciclagem, que realizou a pesagem dos materiais. Os dados indicam o recolhimento de 1.113 quilos de papel e papelão e 135 quilos de plásticos, totalizando 1.248 quilos de lixo reciclável, em cinco meses de experiência piloto. Metais e vidros foram estocados no condomínio, para serem oportunamente vendidos. O nível escolar médio dos participantes pode ser considerado elevado, uma vez que 59% de condôminos possuem curso superior completo e 24% têm ensino médio completo. Coleta seletiva de lixo em condomínios da cidade de Uberlândia, MG: um estudo-piloto Neste estudo, foi implantado e monitorado um projeto piloto de Coleta Seletiva de Lixo num condomínio residencial daquela cidade mineira. 2011-11-18 https://canalciencia.ibict.br/ciencia-em-sintese1/ciencias-biologicas/102-coleta-seletiva-de-lixo-implantada-em-condominio-residencial-como-forma-de-educacao-ambiental Ciências Biológicas O condomínio selecionado para este estudo em Uberlância (MG) foi o Condomínio Solar da Amazônia, com 176 moradores, no bairro Marta Helena, zona norte da cidade. Inicialmente, foi aplicado um questionário para avaliar os conhecimentos dos moradores sobre questões ambientais e sua relação com o funcionamento e a finalidade de uma coleta seletiva de lixo. Além de medir o grau de informação dos condôminos sobre o tema, outras funções do questionário foram sensibilizar, estimular e mensurar a predisposição de participação dos moradores. Na segunda etapa do trabalho, Postos de Entrega Voluntária (PEVs) foram instalados em local de fácil acesso do condomínio. Depois de três semanas de funcionamento, os conteúdos dos PEVs passaram a ser analisados. Cinco meses depois do início do Projeto, foi desenvolvido e aplicado um novo questionário, para avaliação do Projeto e compilação dos primeiros resultados. Entre os primeiros problemas observados na fase inicial do programa, estava a falta de informação dos moradores sobre a correta separação dos diversos tipos de materiais comumente encontrados no lixo e quais deles adequavam-se à reciclagem, o que causou dúvidas e erros de colocação de materiais nos PEVs. No entanto, o problema foi quase completamente sanado com ações de Educação Ambiental, quando uma circular informativa foi distribuída aos condôminos, e os funcionários do condomínio foram treinados para exercer ações de orientação e fiscalização. 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